Nota: Algumas imagens apresentadas foram retiradas da internet ou são cópia de postais.
11º Dia - Brantôme/Hautefort - 140.5 Km

Saímos do camping às 10 horas e continuámos até
Brantôme.
Brantôme é considerada a
Veneza do Périgord, por ficar rodeada pelas águas da
ribeira de Dronne e encontra-se a uma altitude média de 103 metros.

Estacionámos a AC num parque junto ao centro e atravessámos um jardim e depois uma ponte do séc. XVI.

Fomos visitar a Abadia beneditina, que possui o mais velho campanário de França, do séc. XI.
Depois da visita andámos por vária ruas do centro histórico.
Regressámos à AC e tomámos o caminho para
Périgueux, seguindo daqui pela N89 na direcção de
Brive e virando um pouco antes desta localidade, pela D704 para
Hautefort, onde fomos visitar o seu
Castelo que é um dos mais prestigiados castelos do sudoeste de França.


Construído no cimo de um monte no séc. XV, no local onde existia segundo documentos da época, uma velha fortaleza desde 987. Foi depois reconstruído entre 1630 e 1670 e embelezado com jardins à francesa, por ordem do marquês de Hautefort que desejava honrar a sua irmã Marie, por quem o rei Louis XIII estava enamorado.


Este castelo ocupa uma posição dominante sobre a vila de Hautefort e está classificado como Monumento Histórico.
Antes de visitarmos o castelo, fomos dar uma volta pelos seus jardins, que são encantadores.

No castelo tive acesso a um folheto que indicava uma quinta ali próximo, que acolhia autocaravanas gratuitamente.
Quando saímos dirigimo-nos para lá e apesar de termos seguido as indicações, demos uma série de voltas até finalmente termos dado com ela. Quando lá chegámos, por volta das 19 horas, já se lá encontravam mais três ACs e veio logo um senhor ao nosso encontro, que nos indicou onde estacionar e convidou a beber um aperitivo feito por ele, que estava fresquinho e era muito bom, embora ficasse sem saber de que era feito. Depois de nos receber desta maneira, foi-nos mostrar onde ficava a casa de banho e o duche, que eram separados e mostrou-nos também onde poderíamos ligar a electricidade, caso pretendêssemos.
Ficámos portanto instalados na
Ferme de la Javolie, perto de
Hautefort.
12º Dia - Hautefort/Vézac - 107 KmSaímos da quinta às 09.40, após nos termos despedido do senhor e de termos adquirido uma garrafa do tal aperitivo que ele nos tinha dado à chegada.
Voltámos à N89 e continuámos na direcção de
Brive, virando em
Terrasson para ir visitar os
Jardins de l'Imaginaire (Jardins da Imaginação), que dominam o vale do Vézère por mais de 6 hectares em terraços. A ideia de criar estes jardins, começou no início da década de 1990 e abriram as portas ao público em 1997. As visitas são acompanhadas e comentadas por um guia, neste caso por uma guia e passámos por um roseiral com mais de 2000 roseiras de várias qualidades e cores e o mais espectacular é sem dúvida o seu jardim de água.


Depois desta visita fomos dar uma

volta a pé pela velha cidade e subimos até à sua
Igreja, que ficava num alto, descendo pelo outro lado até ao
rio Vézère,

o qual é atravessado por uma ponte do séc. XII, que tem 104 metros de comprimento e é formada por 6 arcos. Esta ponte está classificada
Monumento Histórico desde 1904.
Passámos em frente do Hotel de Ville, indo de seguida para a AC.
Voltámos novamente pela N89 um pouco para trás e virámos depois pela D62 para Salignac, onde fomos visitar os Jardins du Manoir d'Eyrignac, cuja visita também é acompanhada e comentada por uma guia.
Estes jardins à francesa, são excepcionais pela sua originalidade e a sua arquitectura vegetal fora do comum. Criados no séc. XVIII e transformados no séc. XIX em parque inglês, foi o pai do actual proprietário que decidiu há 40 anos recriá-los e dar-lhes a sua forma primitiva. Todo este espaço é da mesma família há 500 anos e foi passando de pais para filhos ao longo de 22 gerações, depois da construção do primeiro castelo. Eles são considerados como um dos mais belos jardins de França.
Após a visita a estes jardins, fomos na direcção de Sarlat e daqui para Vézac, onde fomos visitar o Parque do Castelo de Marqueyssac.
Concebido para passear, este parque com mais de 6 Km de passagens sombreadas, é propriedade de uma mesma família desde 1692. Do seu pon

to mais elevado, a 130 metros sobre o rio, desfruta-se o mais belo panorama de
Périgord.
Depois desta visita fomos para um camping que tínhamos visto lá do alto e que ficava à beira do rio. Ficámos assim instalados no Camping La Plage, onde chegámos às 19.30.
13º Dia - Vézac/Le Buisson de Cadouin - 64.6 Km
Quando estávamos quase a sair do camping, veio uma senhora ter connosco à porta da AC e esteve a fazer-nos perguntas sobre ela. Soubemos depois que era alemã, pois também não falava outra língua, mas lá nos fomos entendendo. Acabou por nos convidar a ir a casa dela a partir do dia 23 (hoje é dia 12), pois seria nessa data que chegaria a casa e disse-nos que era na montanha e que era bem mais fresco do que ali onde estávamos, pois também estes dias têm estado bastante quentes. Disse-nos também que morava lá uma senhora portuguesa, do Porto, que se chamava Lurdes e que já estava na Alemanha há 17 anos. Esta senhora alemã chamava-se e chama-se Silvia Hammelmann e deu-nos a morada e o telefone, pedindo para telefonarmos quando fôssemos e para mandar chamar a Lurdes para que ela servisse de intérprete. Ao tentar indicar-nos no nosso mapa, que era da Europa, a terra onde morava, verificou que a mesma não vinha lá e então foi buscar um que era só daquela região da Alemanha e assinalou lá a zona, oferecendo-o de seguida.
É nestas coisas que também está o encanto das viagens, pois a senhora só falava alemão, língua que nós não falamos e deu para tudo isto.
Após este episódio, acabámos por sair do camping às 09.40 e fomos para
Sarlat, onde estacionámos e andámos a pé a visitar a cidade.


Sarlat é uma cidade medieval que se

desenvolveu à volta de uma Abadia beneditina e que atingiu o seu apogeu no séc. XIII com 5000 habitantes. A Abadia chegou a ser Catedral em 1317, quando o Papa João XXII, antigo bispo de Cahors, criou o bispado de Sarlat. Este bispado subsistiu até 1790, altura em que foi incorporado no de Périgueux.

Quando chegámos à
Igreja de Sainte Marie, verificámos que ela está transformada num mercado coberto, no qual adquirimos alguns produtos.
Depois da visita à cidade fomos para
Beynac onde, depois de estacionar, subimos ao seu
Castelo a 150 metros de altura, de onde se tem uma vista sobre o vale de Dordogne. Este castelo foi construído no séc. XII pelos barões de Beynac e foi comprado por um particular em 1961. Foi classificado
Monumento Histórico em 1944. Quando lá chegámos e nos dirigimos à bilheteira para comprar os bilhetes de ingresso, verificámos que a empregada era portuguesa, de Braga. Trocámos breves comentários e entrámos.




Após a visita, voltámos a descer a íngreme ladeira e novamente na AC dirigimo-nos para
La Roque-Gageac, a poucos quilómetros de distância. Esta vila é ocupada desde os tempos da Pré-história. A
Guerra dos 100 anos e depois as
Guerras Religiosas, fizeram de
La Roque-Gageac uma praça importante muito populosa. Estacionámos junto ao rio e subimos a pé até aos
Jardins Exóticos.


Quando tentámos ir visitar os
Fortes Trogloditas, que são buracos defensivos cavados na rocha da montanha, desviámo-nos por outro caminho e continuámos a subir por caminhos estreitos e íngremes, toda aquela montanha.

Demos uma volta enorme, com o imenso calor que se fazia sentir e acabámos por descer até à estrada, já à saída da vila e mais de uma hora depois de termos iniciado a subida.
Mais à frente passámos então pelo local da subida para os fortes, mas acabámos por não ir lá pois o acesso era através de umas escadas em madeira e de subidas já nós vínhamos fartos.

Para nos refazermos desta estafante caminhada, fomos comer um geladinho e de seguida fomos até à beira do rio Dordogne e comprámos bilhetes para ir dar um passeio a bordo de uma "Gabarra", fazendo um percurso de 6,5 quilómetros com a duração de uma hora.
Depois deste passeio de barco, fomos para a AC e tomámos a estrada novamente para Beynac e daqui, no sentido de Bergerac, tendo ficado em Le Buisson de Adouin no Camping Le Pont de Vicq, onde chegámos às 19.30.
14º Dia - Le Buisson de Cadouin/St.-Cirq-Lapopie - 240.6 Km
Durante esta noite tive de me levantar para fechar a claraboia, em virtude de ter começado a chover e mais tarde levantei-me novamente, quando parou de chover, para a voltar a abrir pois fazia bastante calor.
Saímos do camping às 10.30 e fomos pela D51 e D31e até um pouco antes de Le Bugue, onde visitámos a Gouffre de Proumeyssac que é a maior cavidade do Périgord. Foi descoberta em 1907 e foi aberta ao público em 1908. É gerida por uma empresa privada desde 1951. Muito antes da sua descoberta, já se conhecia a existência da entrada na superfície, a qual aparece registada desde a Idade Média.
Esta Gouffre consiste numa sala de 60 metros por 40 que é conhecida como a "Catedral de Cristal". O acesso a esta imensa abóboda subterrânea, faz-se hoje através de um túnel de 112 metros, escavado na rocha em 1956.
Anteriormente utilizava-se a entrada natural, que era um buraco no cimo da abóboda, entrando-se para dentro de um cesto com capacidade para quatro pessoas, por onde se baixavam os visitantes a uma profundidade de 50 metros. A descida e a subida eram accionadas por um cavalo que girava à volta de um torno rústico (tipo nora). Este ano foi inaugurado um sistema de som e de luz que lhe dá um aspecto mais agradável. A visita demorou 45 minutos.
Depois da visita seguimos para Le Bugue e depois pela D703 e D706, fomos a cerca de 9 Km a norte de Les Eyzies-de-Tayac, visitar La Roque St.-Christophe, que é um forte e cidade troglodita e o lugar rupestre mais velho do ocidente. Estas cavidades naturais na rocha, com um quilómetro de comprimento e oitenta metros de altura, foram ocupadas pelo homem na Pré-história e depois transformadas num forte e cidade na Idade Média, sendo habitadas até 1588. Hoje são classificadas Património da Humanidade, pela Unesco.