10º Dia - St.-Brévin-les-Pins/Vannes - 153.2 Km
Saímos do camping às 10 horas e passámos a Ponte de St.-Brévin para St.-Nazaire, que atravessa a foz do rio Loire. Seguimos depois até La Baule, onde estacionámos e fomos a pé visitar o centro e também a praia.
La Baule é uma das mais célebres estâncias balneárias da costa atlântica e tem uma praia com 7 Km que se encontra na parte mais abrigada da Baía de Pouliguen, com uma marginal em toda a sua extensão.
Andámos num mercado que além da zona coberta, se espalhava também pelas ruas vizinhas.
Partimos a seguir para Le Croisic, que é uma pequena vila de origem muito antiga que fica na extremidade ocidental da península, tendo de regressar pelo mesmo caminho.
Parámos para almoçar numa zona à beira-mar após o que continuámos a viagem por Guérand, onde parámos para ir visitar a cidade medieval que fica dentro de muralhas fortificadas, dos séc. XIII, XIV e XV, com quatro portas de entrada. A cidade tem uma história muito rica, cheia de eventos importantes, sendo o mais notável a assinatura do 1º Tratado de Guérand em 1365, que pôs fim à Guerra da Sucessão da Bretanha entre Joanna de Penthièvre e o Duque Jonh IV. O 2º Tratado foi assinado em 1381 por Jonh IV e Charles VI, rei de França.
Entrámos pela Porte de St.-Michel e fomos até à Église La Collégiale Saint Aubin, que é dos séc. XII a XVI. Um pouco mais à frente encontra-se a Chapelle Notre-Dame La Blanche, que se encontrava em obras.
Apanhámos de seguida a estrada D774 até La Roche-Bernard e depois a N165 para Vannes, onde andámos à procura de um parque para estacionar junto ao centro, para ir de seguida visitá-lo.
Como entretanto vimos a indicação de um camping e já não era cedo, resolvemos ir para ele e visitar a cidade amanhã. Assim, fomos para o Camping Municipal de Conleau, onde chegámos às 18 horas, mesmo a tempo de ver o jogo Alemanha-Estónia, que terminou empatado a zero. Como já vem sendo hábito às 20.45 vimos o Holanda-República Checa, cujo resultado foi 2-3.
11º Dia - Vannes/Trégunc - 246.2 Km
Saímos do camping às 09.40 e fomos para o centro da cidade, tendo estacionado mesmo à entrada da parte velha, num parque junto ao porto, onde havia muitos barcos de recreio.
Vannes foi fundada pelos romanos no séc. I a.C.. Fomos até à Catedral Saint-Pierre, que é dos finais do séc. XIII e do XIV e é um robusto monumento de granito que se encontra dentro da cidade medieval. Na altura estava a decorrer uma missa e fomos então dar uma volta pelas ruas limítrofes, para dar tempo que a missa acabasse, onde todas as casas conservam a sua aparência antiga, com armação de madeira sobre um rez-do-chão de granito com pilares, arcadas e lintéis.
Voltámos à Catedral um pouco mais tarde para visitá-la.
Fomos de seguida até às Remparts, que são as muralhas medievais da cidade, junto das quais da parte de fora se encontra um sumptuoso jardim.
Após a visita de Vannes, andámos alguns quilómetros para trás e fomos visitar o Château de Suscinio, que foi construído nos séc. XIII e XIV. A partir do séc. XVI o castelo foi progressivamente abandonado e foi comprado em 1852 por Jules de Francheville que fez todos os possíveis por salvar a sua existência e em 1965 foi cedido ao departamento de Morbihan, o qual está a realizar a sua restauração. É considerado Monumento Histórico desde 1840.
Depois de sair do castelo, almoçámos no parque de estacionamento do mesmo, pois até estávamos à sombra.
Após o almoço voltámos para Vannes e daqui seguimos para Carnac, que segundo atestam os restos pré-históricos encontrados na região, é um lugar habitado há mais de 450000 anos. Fomos visitar a Église Saint-Cornély, que foi construída em 1639.
Nos arredores vimos o Túmulo de Saint-Michel que foi construído entre 5000 e 3400 a.C.. A capela construída em 1663, foi destruída em 1923 para dar lugar a uma reconstrução idêntica à original, em 1926.
Fomos depois ver os Alignements, que são um conjunto de monumentos do período megalítico. Este conjunto constitui um espectáculo impressionante.
Dirigimo-nos a seguir para Quiberon, que fica na extremidade sul da península do mesmo nome e que foi até ao séc. XI uma ilha, tendo-se a partir desta época juntado ao continente francês. As primeiras sepulturas e esqueletos humanos encontrados na península, datam do período mésolitico, 5000 anos a.C..
Voltámos pela mesma estrada até Plouharnel e depois pela costa selvagem até Ervedan, tomando o caminho de Lorient e a seguir, pela N165 na direcção de Quimper.
Saímos para Quimperlé e seguimos as indicações para o Camping Le Ty Nadan, onde chegámos às 19 horas.
Como a recepção fechava às 18 horas, tinha lá um papel que dizia para nos dirigirmos ao bar. Assim fizémos e lá indicaram-nos os lugares livres, que não eram muitos e no dia seguinte faria a inscrição. Instalámo-nos num deles e preparei-me para sintonizar a televisão para ver o jogo Grécia-Rússia que já estava na 2ª parte, mas por mais tentativas que fizesse não conseguia apanhar nenhum canal. Verifiquei depois que nas rolotes que lá estavam, não havia nenhuma antena de televisão. Resta dizer que o camping ficava numa cova e talvez por esse motivo não houvesse captação de sinal.
Passados alguns minutos de reflecção para ver o que fazer, pois ainda por cima dava a seguir o Portugal-Espanha, como não tinha ficado nada registado na recepção, resolvemos sair e ir procurar outro camping. E se assim pensámos, mais depressa pusémos em prática esse pensamento e foi assim que avançámos mais alguns quilómetros na direcção de Quimper, virando para Trégunc e ficando no Camping Fleuri, que ficava próximo de Névez entre Pont-Aven e Trégunc e onde chegámos às 20.50.
Após nos termos instalado, sintonizei a televisão e quando consegui apanhar os canais já tinha começado o Portugal-Espanha, que era um jogo decisivo para o apuramento quer de uma, quer de outra equipa. Portugal ganhou por 1-0, com golo de Nuno Gomes e ficou assim apurado para os quartos de final, tendo afastado a Espanha.
12º Dia - Trégunc/Primelin - 115.4 Km
Durante esta noite caíram algumas pingas de chuva e quando nos levantámos marcavam 16º C dentro da AC.
Saímos do camping às 09.30 e fomos pela D783 para Concarneau, onde parámos para visitar a cidade velha que ficava dentro das Remparts e que forma uma ilha. A menção mais antiga sobre Concarneau é de 1050. As Remparts ou Muralhas, em granito local, têm uma espessura média de 2,5 a 3 metros. Elas conservam os resguardos de pedra do séc. XV, na sua quase totalidade e foram classificadas Monumento Histórico em 1889.
Descemos das muralhas e fomos visitar a cidade velha, percorrendo as suas ruas onde havia muitos restaurantes, lojas com doçarias e bebidas regionais e outros artigos para turista comprar.
Enquanto andámos em Concarneau, esteve sempre a cair uma chuva miúdinha.
Após esta visita fomos na direcção de Quimper, onde tomámos a estrada para La Pointe du Raz, que é um promontório que se encontra na extremidade ocidental da Península de Cornouaille e se estende até ao Atlântico.
Quando chegámos verificámos que se podia lá passar a noite, pagando 10 euros. Fomos às informações e ao passar na zona de restaurantes, resolvemos almoçar num deles e escolhemos o Restaurant L'Armen. Comemos uma sopa de peixe muito boa, um prato de peixe fresco com arroz, sobremesa e café.
Depois do almoço fomos visitar o local, que é um dos lugares mais célebres do ocidente francês. Fomos até ao Farol e mais atrás encontra-se o Monumento dedicado a Nª Senhora dos Naufragos. Continuámos por um caminho e fomos até às suas costas, que dominam o Oceano Atlântico e que estão repletas de grutas e de saliências sobre as quais batem as vagas. A paisagem obtida do limite de segurança é particularmente vertiginosa. À nossa frente está a Ille de Sein, que é uma pequena ilha que emerge em pleno oceano.
Seguimos pela estrada e mais à frente vimos a indicação para um camping municipal a 1 Km e dirigimo-nos para lá. Era o Camping Municipal Kermalero, em Primelin e chegámos às 19.20. Já não havia ninguém na recepção e estava lá a indicação para nos instalarmos e que a mesma abria às 8 horas da manhã. Entrámos e verificámos que já lá estavam outras ACs que tínhamos visto na Pointe du Raz e que fizeram o mesmo que nós. É normal em França nestes campings municipais, os empregados saírem nos horários da função pública e só voltarem no dia seguinte.
O camping era bom e as instalações sanitárias, que é uma das coisas a que dou mais valor, também. Sintonizei a televisão e vimos às 20.45 o jogo França-Suíça, que acabou em 3-1, apurando-se a França para os quartos de final. O jogo da Inglaterra, soubemos agora que se realizou à mesma hora e acabou com o apuramento da Inglaterra, que ganhou por 3-1 à Croácia, indo assim defrontar Portugal nos quartos de final.
13º Dia - Primelin/Plougastel - 193.4 Km
Saímos do camping às 9 horas e fomos pela D784 até Audierne, virando depois pela D765 até Quimper, que se encontra situada junto ao rio Odet e que sempre foi um lugar de passagem. No séc. XVI, depois da incorporação da Bretanha à França, construíram-se hoteis particulares e a cidade expandiu-se muito. Parámos e fomos visitar a Cathédrale Saint-Corentin, construída em 1239 sobre as fundações de uma velha catedral romana.
Em 1850 começou a restauração do edifício, em particular a substituição do mobiliário e a decoração das capelas e vidraças, destruídas durante a Revolução Francesa. Entre 1854 e 1856 terminaram-se as duas torres com a construção de agulhas, financiada pelos habitantes. Em 1989 começa uma nova restauração, que termina em Dezembro de 1999 com a aplicação das cores originais da Catedral, com a reaparição de nervuras tratadas em ocre amarelo e vermelho.
Demos também uma volta pelas ruas da cidade velha, cujas casas se elevam em armação de madeira e varandas salientes, sobre um réz-de-chão de granito.
Voltámos para a AC e fomos pela D39 até Locronan, que é uma cidade histórica do séc. V a.C. e onde as casas são todas em granito.
Depois de estacionar, fomos pela Rue du Prieuré até à Place de l'Église, na qual se encontra um velho poço e onde se localiza a Église Saint-Ronan, que é uma igreja de peregrinação do séc. XV.
Quando estávamos na Place de l'Église, começou a chover embora depois abrandasse um pouco. Demos uma volta pelas ruas e voltámos à AC, onde almoçámos.
Sobre a origem do nome Penhir não há uma certeza nos dias de hoje. Através dos séculos existem diferentes versões.
Quando estávamos a chegar a esta zona, começou a chover e mal deu para sair da AC e ir ver. Fazia também um vento muito forte que quase nos derrubava.
Logo à entrada encontra-se o Monumento aos Bretões da França Livre, que faz hoje parte dos Monumentos Históricos desde 1996. Este monumento é também chamado de Cruz de Penhir. Foi criado de 1949 a 1951 e foi inaugurado pelo General De Gaulle.
Quando cheguei à recepção do camping, a empregada que lá estava tendo visto que éramos portugueses, mostrou-me um cachecol de Portugal que tinha nas costas da cadeira e um boneco também de Portugal e soube a seguir após alguma conversa, se bem que nem fosse preciso, que era portuguesa embora já nascida em França. Este camping tinha uma piscina aquecida, mas como estava a chover nem deu para ir até lá.
Depois de nos instalarmos, sintonizei a televisão e verifiquei que também hoje não havia transmissão de jogo às 18 horas.
Mesmo a chover ainda fui até ao fundo do camping, onde havia passagem para uma praia.
Às 20.45 vimos o jogo Itália-Bulgária, que a Itália ganhou por 2-1 mas que foi afastada.
Durante toda a tarde esteve sempre a chover só parando quando já estávamos a jantar.
14º Dia - Plougastel/Pleubian - 247.6 Km
Durante toda a noite fez uma grande ventania que por vezes até abanava a AC. Saímos do camping às 09.45 e fomos pela N165 para Brest, onde demos uma volta na AC, passando pelo centro. Brest está situada na parte mais ocidental da França e foi uma base de submarinos alemães de 1940 a 1944. Foi inteiramente destruída pelos bombardeamentos aéreos, durante a II Guerra Mundial e por esse motivo é uma cidade com muito pouca parte antiga.
Continuámos pela D13 até Plouguerneau e depois seguimos para Roscoff. Em Roscoff fomos até ao porto onde se apanham os barcos para Inglaterra e Irlanda e depois fomos parar noutra zona onde se apanham os barcos para a Ilha de Batz.
Como a zona tem muitas rochas que formam pequenas ilhas, o embarcadouro fica bastante afastado de terra, havendo por isso um passadiço entrando pelo mar adentro, que dá acesso ao mesmo. Fui até à ponta desse passadiço, mas fazia uma ventania tão forte, como eu nunca tinha sentido, que quase me empurrava para fora, tendo mesmo de me agarrar aos resguardos laterais.
Almoçámos numa área de ACs e fomos depois até ao centro, onde apanhámos o Petit Train para fazer o circuito da cidade, que durou 35 minutos.
Estacionámos e fomos ver a costa. A maré estava vazia e havia muitos metros até à água. De salientar que nesta zona as casas são construídas na sua maior parte, em granito rosa e também no mar se vêem grandes rochas deste granito, formando pequenas ilhas.
Seguimos depois pela D788 para Perros-Girec, que é uma zona balneária e onde havia muitos barcos de recreio estacionados numa marina. Continuámos pela D6 para Tréguier e andámos depois à procura de um camping. Acabámos por ficar mais à frente, para norte junto ao mar, em Pleubian, no Camping de Port la Châine onde chegámos às 19.30.
Hoje durante todo o dia não choveu e até esteve sol, mas esteve também uma grande ventania. Não sei se é normal ser assim, uma vez que estamos onde a terra acaba e o mar começa. Às 20.30 vimos o jogo Alemanha-República Checa, que acabou com 2-1 para a Rep. Checa, levando ao afastamento da Alemanha.
15º Dia - Pleubian/St.-Jouan-des-Guérets - 188.4 Km
Saímos do camping às 10 horas e fomos para Tréguier, onde parámos mesmo em frente da Catedral.
Tréguier é uma cidade da Idade Média, tendo sido uma cidade episcopal. Foi evangelizada no séc. VI por Saint Tugdual.
Fomos visitar a Cathédrale Saint-Tugdual, que é um monumento dos séc. XIV e XV e é uma das mais belas catedrais da Bretanha. A flecha da sua torre eleva-se a 63 metros de altura.
No seu interior encontra-se o túmulo de Saint Yves (Santo Ivo), no lugar onde o santo foi enterrado em 1303. O túmulo actual data de 1890 e substituiu o túmulo construído pelo Duque Juan V, que foi destruído durante a Revolução. Saint Yves era chamado o advogado dos pobres e contam-se várias histórias sobre a sua entrada no céu. Morreu no dia 19 de Maio de 1303 com apenas 50 anos de idade. É o santo padroeiro dos advogados.
Fomos também visitar o Tesouro e o Claustro, que é do séc. XV com as arcadas em granito da Ilha Grande.
Ao sair da Catedral demos uma volta pelas ruas vizinhas ...
Daqui fomos para Cap Fréhel, que é uma península na Côtes-d'Armor e que dista 8,5 Km da cidade de Fréhel. Existe lá um Farol de 1950 que se eleva a 103 metros acima do nível do mar e que é todo construído em pedra. Ao lado está o velho farol ou Tour Vauban, construído por Louis XIV em 1650, que é mais pequeno. Passámos entre os dois faróis e fomos até à ponta, onde a costa tem um declive bastante íngreme.
Às 20.45 vimos o jogo dos quartos de final entre Portugal e a Inglaterra, que no fim dos 90 minutos estava empatado a uma bola, tendo de ir a prolongamento findo o qual continuava empatado, mas desta vez a dois golos e teve de ir a desempate pela marcação de grandes penalidades. No fim da série de cinco marcações ainda continuava empatado, por cada uma das selecções ter falhado uma. Na continuação a Inglaterra falhou outra e Portugal, tendo marcado, apurou-se para as meias-finais deste campeonato.
16º Dia - St.-Jouan-des-Guérets/Rennes - 87.3 Km
Hoje quando acordámos, no termómetro da AC marcavam apenas 13º C e estamos no final do mês de Junho. Fazia agora falta um bocadinho do calor português.
Saímos do camping às 09.40 e fomos pela N137 para Saint-Malo, onde estacionámos e fomos visitar a cidade velha, que fica dentro das Remparts (Muralhas). Saint-Malo é uma cidade portuária, frente ao Canal da Mancha, que foi fundada no séc. VI como colónia monástica e muralhada no séc.XII, com sete portas de entrada. Foi parcialmente destruída durante a II Guerra Mundial e apenas as casas de granito resistiram às devastações, mas a sua reconstrução foi fiel ao estilo antigo.
Entrámos pela Grande Porte e fomos até à Cathédrale St.-Vincent, que foi reconstruída no séc. XII, tendo-se então transformado em catedral, depois de a primeira igreja construída no séc. VII ter sido incendiada durante o ataque dos francos. Depois da II Guerra Mundial teve de ser também recuperada e em 1987 foi-lhe acrescentada uma flecha de granito, inspirada num modelo que datava do séc. XIX. Entrámos na Catedral para visitá-la.
Subimos depois às muralhas e percorrêmo-las, o que demorou à volta de uma hora, pois ficam em toda a volta da cidade que ainda é grande. De lá tem-se uma vista sobre a marina e o mar, onde se vêem algumas ilhas, existindo numa delas um castelo, que é o Forte Nacional e que foi construído em 1669 por Vauban, para a defesa de St.-Malo. Pode-se aceder a ele com a maré baixa, mas quando nós chegámos a essa zona já a maré estava a encher e não se podia passar. Ainda assistimos à saída das últimas pessoas, que já tiveram de atravessar descalças e por dentro de água.
Demos depois uma volta pelas ruas da cidade e escolhemos um restaurante para almoçar, pois a M.A. andava com desejos de "moules". Eu comi uma sopa de peixe e raia com batata doce e um pudim e a M.A. comeu as ditas moules e um prato de salmão e uma tarte de morango.
Depois do almoço continuámos na N137 na direcção de Rennes e saímos em Pleugueneuc para ir visitar o Château de La Bourbansais, construído no fim do séc. XVI e que desde 1959 está classificado como Monumento Histórico.
A visita ao castelo não foi nada de especial, resumindo-se a algumas poucas salas do réz-do-chão. Passa-se no vestíbulo, no Petit Salon Bleu, na Grande Salle e pouco mais, todas decoradas com móveis da época.
Depois da visita passeámos pelos seus jardins à francesa, onde existem estátuas do séc. XVIII e fomos também ao Jardim Zoológico que se encontra nos terrenos anexos ao castelo.
Assistimos a um espectáculo com aves de rapina, numa zona do jardim e a outro com uma matilha de cães formada por mais de 50 animais.
Após a visita, continuámos pela N137 até Rennes, tendo ficado no Camping Municipal des Gayeulles, onde chegámos às 19 horas. Às 20.45 estivemos a ver o jogo França-Grécia, que a Grécia venceu por 1-0, apurando-se surpreendentemente para as meias-finais.
17º Dia - Rennes/Mont St.-Michel - 136.3 Km
Saímos do camping às 09.55 e fomos visitar a cidade antiga, que fica a norte do rio Vilaine. Em 1720 houve um incêndio que durou oito dias e destruiu quase 1000 casas, mas as que restaram, ainda numerosas, dão a esta zona o seu interesse arquitectural. São na sua maior parte anteriores a 1580 e a sua estructura é toda em madeira.
Parámos junto à Église Notre-Dame-en-Saint Melaine e fomos passear num parque que havia mesmo ao lado. Era o Jardin du Thabor, que era bastante grande e muito bonito. Tem 10 hectares e está aberto ao público desde o séc. XVIII. Foi redecorado entre 1860 e 1867 e tinha uma zona, o Roseiral, que era só com roseiras de várias espécies, cores e tamanhos.
Após alguns minutos neste parque, fomos visitar a igreja, que é do séc. XII e foi construída no local de uma velha abadia, da qual só resta a torre. Ao longo dos séculos realizaram-se sucessivas reformas: arcadas góticas da nave em 1375, fachada com colunas em 1672, campanário coroado com uma virgem dourada no séc. XIX.
A circundar a igreja está um Claustro do séc. XVII. À entrada, ao cimo das escadas, estava um padre que nos recebeu e cumprimentou, perguntando se íamos para o casamento (nem ao menos viu pela maneira como estávamos vestidos, que não poderia ser), pois como verificámos mais tarde ía-se realizar um. Respondi-lhe que não, que estávamos de "vacances" e perguntei-lhe se podíamos entrar, ao que ele nos disse que sim. Fomos então ver a igreja por dentro, a qual se encontrava toda enfeitada com flores e laços para o casamento. À saída despedi-me do padre, que continuava no cimo das escadas e vimos que já estavam a chegar os convidados e também os noivos.
Fomos a seguir andar pelas ruas circundantes e passámos junto do Hôtel de Ville, construído no séc. XV e do Palácio da Justiça, construído no séc. XVII.
Dirigimo-nos para a Cathédrale de St.-Pierre, que não visitámos porque fechava ao meio-dia e era precisamente meio-dia. Esta catedral foi construída durante 57 anos no séc. XIX e conserva uma torre do séc. XVI.
No regresso à AC passámos por umas ruas onde havia um mercado enorme, que se localizava na Place des Lices e que foi construído entre 1868 e 1871, sendo um belo testemunho da arquitectura metálica, restaurado em 1990. Realiza-se ali a feira de Lices todos os sábados de manhã, que se estende para fora dos pavilhões e nós aproveitámos para também fazer algumas compras.
Retomámos a viagem na direcção de Vitré, onde estacionámos na traseira do Château des Barons de Vitré, que fomos visitar de seguida. Este castelo foi construído no final do séc. XI, substituindo um castelo de madeira construído cerca do ano 1000. Na primeira metade do séc. XIII, o barão André III reconstruiu-o e deu-lhe a sua forma actual, rodeado por fossos secos.Depois da morte do barão o castelo foi passando para outras famílias, que também o foram ampliando e transformando, nos séc. XIV e XV, até que foi abandonado no séc. XVII, o que levou à sua degradação. Em 1820, o município de Vitré comprou-o e em 1872 foi um dos primeiros castelos a ser classificado como Monumento Histórico em França, tendo sido restaurado em 1875. Só visitámos um pouco do seu interior, porque uma das suas áreas está ocupada pelo Hôtel de Ville, num edifício reconstruído em 1912 respeitando a arquitectura medieval. Também no seu interior está instalado um museu desde 1990.Fomos depois até à Église Notre-Dame, dos séc. XV e XVI, onde também se estava a realizar um casamento. Hoje talvez por ser sábado era o nosso dia de casamentos.Passeámo-nos pelas rua viznhas, passando perto da Église Saint-Martin e pela Estação dos Caminhos de Ferro, que foi construída em 1850, em pedra calcária e tijolo, dando-lhe este branco e rosa um aspecto muito interessante.Voltámos para a AC e tomámos a estrada D178 para Fougères, que está situada no limite da Bretanha e da Normandia e onde já tínhamos estado em 1998. A criação de Fougères remonta à Idade Média, embora a região já fosse habitada de 2000 a 5000 anos a.C., como leva a crer numerosos monumentos megalíticos encontrados.
Parámos junto à Église Saint-Léonard, que é do séc. XII e foi muitas vezes transformada, até ao séc. XVIII e foi novamente modificada e aumentada no séc. XIX. Entrámos para visitá-la e fomos depois ver o Jardin Public, que fica mesmo ao lado.
Dirigimo-nos depois para o Château, construído no séc. XII no lugar onde existia um castelo feito em madeira no séc. X. Devia lá ir acontecer uma festa qualquer, pois havia bancadas montadas e estava uma banda a tocar (ensaiar?). Este castelo é um dos mais bem conservados de França.
Depois da visita ao castelo, fomos ver a Église St.-Sulpice, na qual estava a decorrer, não um casamento mas um baptizado. Esta igreja foi construída nos séc. XIV e XV.
Regressámos à AC e entrámos na estrada para o Mont St.-Michel, onde chegámos às 18.30 e onde também já tínhamos estado em 1998. O Mont St.-Michel é uma das principais curiosidades de França, pela originalidade do enclave e a beleza da arquitectura. Foi consagrado a S. Miguel em 708, após algumas aparições milagrosas. Em 933 foi confiado pelo duque da Normandia, aos monges beneditinos que iniciaram a sua construção, sem paragens, desde o ano 1000 até ao início do séc. XIX. O Mont St.-Michel foi também uma fortaleza, cuja heroica resistência aos ingleses durante a Guerra dos Cem Anos, lhe valeu ser considerado um lugar simbólico da identidade nacional.
Esta ilhota rochosa de 80 metros de altura e aproximadamente 1 Km de perímetro, está coroada por uma abadia, cuja origem remonta ao séc. VIII e que foi transformada em prisão durante a revolução e cumpriu essa missão até 1863. Em 1874 o mosteiro foi declarado Monumento Histórico e realizaram-se grandes restaurações.
Fomos para a zona das ACs, onde já havia muitas e onde iríamos passar a noite. A maré estava vazia e havia portanto uma grande extensão de areia até à água. Às 20.45 vimos o jogo Suécia-Holanda, que ao fim dos 90 minutos estava empatado a zero, tendo de ir a prolongamento, findo o qual o resultado se mantinha inalterado. Nos penalties a Holanda ganhou por 5-4, indo portanto defrontar Portugal nas meias-finais.
Depois do jogo deixámos a AC e fomos até ao Mont, que à noite estava todo iluminado, o que lhe dava um aspecto deslumbrante.
Estava uma noite agradável e fomos até lá acima, voltando para baixo já depois da meia-noite.
18º Dia - Mont St.-Michel/Cherbourg - 281.6 Km
Quando nos levantámos fomos até ao Mont e logo à entrada estava uma placa que informava que a água chegava à baía às 13 horas. Tinham-nos dito que era bonito ver a baía a encher e então fomos até à Abadia, que fica lá mesmo em cima. Entrámos para a visitar e estivemos lá, num terraço nas traseiras, de onde se avistava toda aquela baía, a fazer tempo para ver a água a vir e a baía a encher, mas até às 13.15 a água estava práticamente no mesmo sítio e das duas uma, ou eles se enganaram na previsão ou a água apareceria repentinamente.
Viemos para baixo sem ter visto aquilo que nos levou até lá e que nos fez perder um pouco da tarde de ontem e toda a manhã de hoje. Poderíamos ter aproveitado este tempo para avançar, uma vez que já conhecíamos o Mont St.-Michel e ver lugares onde ainda não tivéssemos estado.
Ainda no monte, comprámos umas sandes para comer e viemos a comê-las durante a descida. Deixámos o Mont St.-Michel às 13.45 e partimos em direcção a Avranches. Daqui seguimos pela D973 para Granville e depois pela D971 para Coutances, onde parámos.
Coutances é a antiga capital do Cotentin e está construída sobre um promontório rochoso, dominado pela Catedral Notre-Dame, construída a 90 metros de altitude entre 1220 e 1275 em estilo gótico. As suas torres gémeas atingem quase 80 metros de altura e a torre octogonal, 57 metros.
Esta Catedral foi construída, ou reconstruída, no lugar de uma primeira catedral do séc. V, destruída durante a invasão dos normandos no séc. IX. Em 1944, durante a II Guerra Mundial, a cidade foi destruída por um terrível bombardeamento, que fez mais de 300 mortos, tendo a catedral sido poupada.
Depois de visitar a catedral, passámos no Hôtel de Ville que fica na mesma praça e...
Passámos também na Église St.-Pierre, que estava fechada e voltámos à AC seguindo viagem por Carteret até Cherbourg e daqui fomos até ao Cap la Hague, que fica mesmo na ponta da Presqu'ile du Cotentin.
Voltámos pela mesma estrada para Cherbourg e ficámos um pouco à frente no Camping Le Village Vert, onde chegámos às 20.30. Quando andávamos a escolher o lugar, vimos duas motas portuguesas, que pertenciam a dois portugueses que estavam ao lado a montar um iglô. No fim de pararmos, fomos ter com eles e ficámos a saber que íam para a Escócia e que eram de Bragança.
Às 20.45 vimos o jogo República Checa-Dinamarca, que a Rep. Checa ganhou por 3-0, apurando-se para as meias-finais que vai disputar com a Grécia.
Continua...