Há vários anos que eu andava para fazer a subida ou descida do Douro em barco e eis que recebo em casa um folheto (que muitos de vocês também deve ser costume receberem) em que é oferecida uma viagem a um preço simbólico e depois temos de assistir a uma demonstração de vários artigos para o lar. Ora, como estava a contar, uma das viagens que constava do folheto era precisamente um cruzeiro pelo Douro.
Depois de analisar os prós e os contras, resolvemos inscrever-nos. Foi assim que no dia 27 de Setembro partimos do Algueirão pelas 7 da manhã, em autocarro de turismo com destino a Felgueiras, onde ficámos instalados no Hotel Horus.
Felgueiras é uma cidade no distrito do Porto e a primeira referência histórica a esta cidade, data de 959, no testamento de Mumadona Dias.
Depois do almoço, que se efectuou num restaurante numa localidade próxima, partimos para a cidade de Guimarães, tendo o autocarro parado junto ao castelo.
Guimarães é uma cidade situada no distrito de Braga, no norte de Portugal. É uma cidade histórica, com um papel crucial na formação do país e que conta já com mais de um milénio desde a sua formação.
O seu centro histórico é considerado Património Cultural da Humanidade. É apelidada de "Cidade Berço" por aí ter sido estabelecido o centro administrativo do Condado Portucalense, por D. Henrique e por o seu filho D. Afonso Henriques, que viria a ser o primeiro rei de Portugal, poder ter nascido nesta cidade.
Aqui tiveram lugar, em 1128, alguns dos principais acontecimentos políticos e militares, que levariam à independência e ao nascimento de Portugal.
Fomos primeiro visitar o Paço dos Duques de Bragança, gótico, mandado construir no séc. XV por D. Afonso, futuro duque de Bragança.
No séc. XIX foi convertido em quartel e no séc. XX, após um período de abandono, foi restaurado em 1933 e posteriormente convertido em museu, guardando um espólio dos séc. XVII e XVIII. Possui também colecções de armas dos séc. XV ao XIX. No 2º andar deste edifício situa-se a residência oficial do Presidente da República, aquando das suas deslocações ao norte de Portugal.Depois da visita ao Paço dirigimo-nos para o Castelo, o qual foi mandado construir no séc. X pela condessa Mumadona Dias, para defesa do povoado.
Este castelo está intimamente relacionado com a fundação da nacionalidade, já que para lá terão ido viver os pais daquele que viria a ser o primeiro rei de Portugal, D. Afonso Henriques, que segundo se consta terá ali nascido.
No castelo subimos à Torre de Menagem, para a qual se tem acesso através de uma ponte de madeira. Este castelo apresenta um bom estado de conservação.
Depois de sair do castelo, passámos pela estátua de D. Afonso Henriquese fomos ver a Capela de São Miguel do Castelo, construída no séc. XII, onde segundo a lenda terá sido baptizado D. Afonso Henriques. É de estilo românico e o seu interior é lageado com sepulturas, que se atribuem a guerreiros ligados à fundação da nacionalidade.
Após estas visitas deixámos Guimarães e fomos mais para norte, visitar o Santuário de São Bento da Porta Aberta, que é um santuário cristão, localizado em Terras de Bouro, à entrada da Serra do Gerês, à beira do rio Caldo. A sua construção iniciou-se em 1880 e terminou em 1895. Segundo reza a história, teve origem numa ermida construída no local, por volta de 1640, cujas portas estavam sempre abertas, para servir de abrigo a quem passava. Devido às diminutas dimensões da igreja e ao aumento do número de peregrinos, foi decidido em 1994, erigir um novo espaço muito próximo do primeiro, cuja construção ficou concluída em 2002.
Do exterior tem-se uma vista sobre o rio Caldo e a albufeira da Barragem da Caniçada.
Depois destas visitas, regressámos a Felgueiras para jantar no mesmo restaurante do almoço, onde aliás se realizaram todas as refeições. Depois do jantar fomos dar um passeio pela zona envolvente do hotel, tendo ido até ao jardim defronte da Câmara Municipal. Voltámos ao hotel e recolhemos ao quarto para uma noite tranquila.No dia seguinte levantámo-nos cedo e depois de tomar o pequeno almoço, rumámos até ao Porto, mais própriamente a Vila Nova de Gaia, onde no cais embarcámos para a subida do rio Douro.
Logo após o embarque foi-nos servido um ligeiro pequeno almoço (apesar de já termos comido no hotel) e navegando lá fomos percorrendo o rio. Passámos na Barragem de Crestuma-Lever, cuja construção foi finalizada em 1985. Tem uma altura de 65 metros e um comprimento de 470. Do lado direito tem uma eclusa com um comprimento de 90 metros e uma largura de 12,1, que vence um desnível de 13,9 metros. Quando o barco aí chegou, entrou na eclusa e fechou-se atrás dele uma porta metálica, ficando o barco naquele espaço e começando então a água a entrar, o que fazia com que o barco fosse subindo até atingir o nível da água na parte superior da barragem, abrindo-se então a porta metálica da dianteira para que o barco pudesse continuar a viagem. Os minutos que demora esta subida são realmente fascinantes, a vermos como aquilo funciona. Parece que o barco está num elevador.
Continuámos então a viagem e foi-nos servido o almoço antes de chegar à Barragem do Carrapatelo,o que aconteceu cerca de três horas depois. Quando chegámos a esta barragem, cuja construção foi iniciada em 1965 e terminada em 1972, tendo sido o primeiro aproveitamento hidroeléctrico a ser construído no rio Douro, o barco entrou na eclusa que se encontrava do lado esquerdo e a subida processou-se da mesma maneira que na barragem anterior. Esta barragem tem uma altura de 57 metros e um comprimento de 400. A eclusa tem 12,1 metros de largura e 85 de comprimento e foi a primeira eclusa de navegação a ser construída em Portugal. Tem um desnível de 35 metros.
Continuámos a navegar e íamos admirando a bela paisagem que nos é proporcionada pelas vinhas que ladeiam este rio,
até chegarmos à Régua, onde desembarcámos e fomos apanhar o autocarro que nos esperava, para o regresso ao Porto e Vila Nova de Gaia, onde fomos depois visitar uma das caves de vinho do porto.
Ao final da tarde regressámos a Felgueiras e tal como ontem, fomos jantar no restaurante e depois do jantar efectuou-se numa sala ao lado, um pequeno divertimento para passar a noite.No terceiro dia depois de tomar o pequeno almoço, fomos para o restaurante onde tivemos de assistir à demonstração dos produtos e apesar de sermos incentivados a comprar, pela nossa parte eles não se safaram porque realmente só fomos nesta viagem para fazer o cruzeiro no Douro.
Depois da demonstração, foi-nos servido o almoço e após este, iniciámos a viagem de regresso a casa. Apesar de se ter que assistir à demonstração, que ocupou toda a manhã, foi agradável este passeio com tudo incluído e como disse a um preço simbólico.
5 comentários:
Com o calor fora do normal que está fazendo aqui (35 graus) a vista de tanta agua refresca um pouquinho...
As fotos estão maravilhosas, como sempre.
Um forte abraço
Fiz em tempos também um pequeno cruzeiro entre o Porto e a Régua, através da "Douro Azul", mas a coisa não correu muito bem: a comida que nos serviram ao almoço já devia ser requentada de vários dias e não sabia a nada e a casa-de-banho (se assim se poderá cchamar!) do barco era uma autêntica pocilga de mijo e merda. Quanto ao resto tudo bem, lindas paisagens, experiência engraçada das eclusas das barragens de Crestuma-Lever e Carrapatelo. Para baixo (Porto) vim de comboio, pouca-terra, pouca-terra.
Saudações do Roadrunner!
Realmente belíssimas imagens.
Obrigado por proporcionar.
abçs
Uma "borla" muito bem aproveitada!
Abraço
João, fotos iguais as suas, nao existe!! Sempre muito lindas, acho que vou te levar na proxima viagem pra tirar as fotos legais!!! =)
E aqui no Brasil, principalmente no Rio de Janeiro está muito quente mesmo, é verão!!!
Beijos
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