Aproveitando a visita à Feira do Queijo em Serpa, estendemos a viagem até à Andaluzia e Estremadura espanholas, num total de 647,1 Km percorridos entre os dias 21 e 24 de Fevereiro.
Saímos de Brejos de Azeitão e fomos por estrada nacional até Beja, onde estacionámos junto à Ermida de Santo André (coordenadas GPS: N 38º 01’ 12,60’’ W 07º 52’ 12,30’’). Esta Ermida foi construída no século XV no lugar da primitiva construída por ordem de D. Sancho I, para comemorar a tomada de Beja aos mouros no ano de 1162. Actualmente está classificada como Monumento Nacional.
O interior é de nave única e as paredes foram revestidas com azulejos polícronos em meados do século XIX.
Na frente do altar existe ainda uma pintura representado dois anjos segurando o escudo de Portugal.
Depois da visita à Ermida fomos procurar um restaurante para almoçar e decidimo-nos pela Adega Típica 25 de Abril a qual se apresenta muito bem decorada e o pessoal é atencioso e bem disposto (pelo menos o que nos atendeu).
Após o almoço dirigimo-nos para a Praça da República e fomos visitar a Igreja da Misericórdia.
Esta igreja é um edifício do século XVI, que foi construído para aí ser instalado o matadouro municipal. No entanto, depois de iniciada a construção, perante a sua beleza e por se achar que era demasiado nobre para essa função, foi determinado que deveria ser a nova igreja da irmandade da Misericórdia. Na capela-mor funciona hoje um posto de artesanato local. Está classificada como Monumento Nacional desde 1933.
A meio da praça encontra-se o Pelourinho que para ali foi transferido no início do século XIX. Está classificado como Imóvel de Interesse Público desde 1933.
Também nesta praça se encontra o edifício da Câmara Municipal.
Seguimos depois até à Igreja de Nossa Senhora dos Prazeres, que por fora apresenta uma pequena e modesta fachada,
mas que ao entrar revela uma riqueza artística, toda revestida a talha dourada,
azulejos do século XVIII
e lindos frescos no tecto. Esta igreja foi construída em 1672.
Fomos a seguir visitar o Convento de Nossa Senhora da Conceição, onde está instalado o Museu Rainha D. Leonor ou Museu Regional de Beja.
Este edifício foi construído na segunda metade do século XV e do espaço primitivo fazem parte a Igreja, o Claustro e a Sala do Capítulo. A Igreja é de uma só nave e encontra-se revestida de talha dourada dos séculos XVII e XVIII.
Do lado direito apresenta vários altares e ao fundo encontra-se a capela-mor ornamentada a talha dourada.
O Claustro conserva a planta original do século XV e é composto por quatro galerias.
No Museu podemos observar colecções de arqueologia romana, azulejaria, pintura e arte sacra. O Convento/Museu está classificado como Monumento Nacional desde 1922.
Saímos do Convento e fomos até ao Castelo.
O Castelo de Beja foi construído durante a invasão da Península Ibérica pelos romanos e em 1253 encontrava-se já muito danificado, tendo D. Afonso III ordenado a sua reconstrução.
No seu interior encontra-se a Torre de Menagem, mandada construir por D. Dinis em 1310. Tem cerca de 40 metros de altura sendo considerada a mais alta da Península Ibérica.
É constituída por três andares e o acesso à parte superior faz-se através de uma escada em caracol com 183 degraus.
Do seu topo obtém-se uma vista de toda a cidade.
Depois de sair do castelo ainda fomos visitar a Sé Catedral que fica mesmo ao lado.
Esta igreja data de 1590 e é composta por três naves.
O interior é decorado com painéis de azulejos em azul e branco, do séc. XVIII.
Destaca-se ainda o retábulo da capela-mor em talha dourada.
Na lateral encontra-se o Orgão de tubos
e uma capela dedicada a Nossa Senhora da Conceição.
Junto à entrada, encontra-se num dos pilares do lado esquerdo, uma pia de água benta.
Após esta visita fomos para a AC e partimos para Serpa. Aí chegados e como o parque de campismo se encontrava encerrado para obras de requalificação, estacionámos na mesma rua, onde já se encontravam também outras ACs (coordenadas GPS: N 37º 56' 27,30'' W 07º 36' 16,40'') e onde pernoitámos. À noite fomos ainda dar uma volta até ao castelo e percorremos algumas ruas.
De manhã fomos a pé até à Feira do Queijo onde percorremos os vários stands.
Regressámos depois à AC e fomos almoçar no Restaurante A Piscina na rua do parque de campismo.
Depois do almoço seguimos para Espanha, tendo atravessado a fronteira em Vila Verde de Ficalho. Dirigimo-nos para Aroche, mas em virtude de ter sido difícil encontrar lugar para estacionar, resolvemos sair e fomos para a Cidade Romana de Turóbriga (coordenadas GPS: N 37º 58’ 07’’ W 06º 56’
55’’), que ficava muito próxima. Estas ruínas são de uma cidade romana do século I que foi habitada até ao século III. Estacionámos e pernoitámos neste local bastante calmo e sossegado.
Dia 23 - Turóbriga / Jerez de los Caballeros - 128,6 Km
De manhã esperámos até às 10 horas pois tinha indicação de que ao sábado abria a essa hora. Enquanto esperava fui tirando fotos ao exterior da Ermida de San Mamés (São Mamede em português) que é do século XIII.
Em cima de um pináculo da Ermida encontrava-se uma cegonha a pedir que também a fotografasse.
Como às 11 horas ainda não tinha aparecido ninguém para abrir, tirei algumas fotos às ruínas através da vedação
e partimos para Cortegana. Aí chegados fomos estacionar junto ao Castelo (coordenadas GPS: N 37º 54’ 38’’ W 06º 48’ 56’’). Como tínhamos estado nesta localidade o ano passado, não tirei muitas fotos e também não me vou alongar muito em comentários pois pode ser visto na viagem do ano passado. Subimos a escadaria que levava até à Ermita de Nuestra Señora de la Piedad, do século XIII.
O interior desta Ermida é muito bonito com pinturas no tecto e nas paredes.
Do exterior já se tem uma vista sobre a cidade.
Subimos mais um pouco até ao Castelo, que foi provávelmente construído no século XII.
Entre 1478 e 1482 construiu-se a Torre de Menagem à qual também subimos
e de onde se pode obter uma vista privilegiada sobre tudo o que está à volta.
Voltámos à AC e partimos para a próxima etapa que era Almonaster la Real. Tentámos parar ao longo da estrada mas como não havia muito espaço seguimos até mais à frente e fomos estacionar no parque de autocarros (coordenadas GPS: N 37º 52' 12,60" W 06º 46' 58''). Almoçámos na AC e a seguir ao almoço fomos até ao Castelo. A partir do sítio onde estávamos e de onde se via o Castelo e a vila,
descemos por um caminho,
atravessámos uma ponte sobre um ribeiro,
para depois ter de subir tudo até finalmente entrarmos no Castelo.
Começámos a visita pela Mesquita, que foi construída durante
o Califado de Córdova, entre os séculos IX e X, sobre os restos de uma basílica visigoda do século VI,
cujos materiais foram reutilizados. Após a reconquista cristã, foi convertida em Ermida, sob a vocação da Imaculada Conceição, albergando desde então o culto católico. Com elementos romanos, califais e cristãos, foi declarada Monumento Nacional a 3 de Junho de 1931.
Também dali se tem uma vista sobre a cidade.
Ao lado da Mesquita encontra-se a Praça de Touros, que foi erguida na Praça de Armas da fortaleza, utilizando material da cerca murada.
Saímos do castelo e descemos até à Ermita de la Trinidad, que é um pequeno edifício de finais do século XVIII e que se encontrava fechado.
Continuámos e fomos dar à Igreja de San Martin que também se encontrava fechada e em obras. Começou a ser construída nos finais do século XV e prolongou-se pelo século XVI. Nos séculos seguintes foi sendo ampliada.
Daqui seguimos para a AC e agora o caminho era a descer.
Uma vez na AC partimos para Cumbres Mayores. Estacionámos num largo (coordenadas GPS: N 38º 03' 35,50'' W 06º 38' 34'') e fomos a pé até ao Castelo-Fortaleza de Sancho IV "El Bravo".
Este castelo data do século XIII e teve importantes reformas no século XV. Está declarado Monumento Histórico Nacional desde 1895. De salientar que no espaço interior do castelo, foi construído em 1981 um campo de futebol para a equipa local e que funcionou até à utilização do espaço como zona cultural.
Saímos do castelo e práticamente ao lado encontra-se a Igreja de San Miguel Arcangel que se encontrava fechada. A construção desta igreja é já do século XV.
Regressámos à AC e partimos para o Santuário de Nuestra Señora de los Remedios, que fica a cerca de 7 Km de Fregenal de la Sierra. Também neste Santuário estivemos o ano passado, pelo que as fotos foram reduzidas ao mínimo assim como a descrição e os comentários.
O Santuário começou a ser construído em 1497 e terminou dois anos depois mas sofreu várias remodelações entre os séculos XVI e XVIII, que lhe deram o aspecto actual.
Após esta visita seguimos para Jerez de los Caballeros que também visitámos no passado ano e por esse motivo as fotos e descrições são reduzidas ao mínimo. Estacionámos e pernoitámos na Área de Serviço (coordenadas GPS: N 38º 19’ 35’’ W 06º 45’ 45’’). Esta área fica ao lado da Praça de Touros
e é muito boa. Está dividida em espaços bastante generosos delimitados por arbustos, tem electricidade 16 A, o piso é acimentado e mais ou menos nivelado e o melhor: é gratuita. Depois de estacionar ainda fomos dar uma volta até à Plaza de España, onde fica a Igreja de San Miguel Arcangel, tendo passado pela Plaza Vasco Nuñez de Balboa
e pela Porta de Burgos.
Regressámos à AC para uma noite descansada.
Dia 24 - Jerez de los Caballeros / Brejos de Azeitão - 236,5 Km
Hoje, depois de tomar o pequeno almoço, fomos até ao centro e visitámos a Igreja de San Miguel Arcangel cuja construção foi iniciada no final do século XIV.
A sua imponente Torre só foi construída entre 1749 e 1756.
A seguir fomos até ao Castelo, que remonta ao século XIII.
Também dali se avista toda a cidade.
Viemos depois para baixo, voltámos a passar na Plaza de España e seguimos até à Igreja de San Bartolomé, que é do século XV e se encontrava fechada.
Esta Igreja destaca-se pela sua decoração exterior e colorido.
A sua Torre, decorada com cerâmica, ladrilho e barro vidrado, é simplesmente deslumbrante.
Fomos depois almoçar e a escolha recaiu no Café Villa Romana, que ficava paredes meias com a Villa Romana El Pomar.
Esta villa era uma casa de campo dos séculos III e IV, dedicada à exploração agrícola e criação de gado. O seu nome "Pomar" advém provávelmente de ter estado rodeada de macieiras. Desconhece-se o seu real tamanho em virtude de pouco restar. As escavações arqueológicas começaram em 1969.
Depois do almoço regressámos à área de serviço e depois dos respectivos despejos fizemo-nos à estrada iniciando o regresso a casa, que decorreu sem qualquer problema.
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