domingo, 22 de abril de 2018

Viagem aos Picos da Europa (Parte 1)

Aproveitando a viagem aos Picos da Europa, estendemos esta viagem pelas Astúrias, a Galiza e o norte de Portugal. A viagem decorreu de 5 a 17 de Abril de 2018 e teve um total de 3076 quilómetros percorridos.

Dia 5 - Brejos de Azeitão / Zamora - 577 Km

Saímos de Brejos de Azeitão por volta do meio-dia e fomos por autoestrada até Montemor, seguindo depois pela N4 até à fronteira do Caia, por onde entrámos em Espanha.
Fomos a Badajoz atestar de combustível e seguimos pela A66 até Zamora, onde já se encontrava um casal amigo do Porto com quem iríamos partilhar a viagem. Estacionámos e pernoitámos na Área de Serviço (coordenadas GPS: N 41º 30' 13´´ W 05º 45' 22'').


Depois de jantar fomos até ao Centro Histórico, onde demos uma volta.


Dia 6 - Zamora / Léon - 155,2 Km

De manhã fomos novamente ao Centro Histórico visitar a Catedral de El Salvador, já que quando lá estivemos no início do ano não a pudemos visitar por se encontrarem em greve.


Esta Catedral foi construída entre 1140 e 1170 sobre as ruínas da antiga Basílica do Salvador e foi considerada Monumento Nacional em 1889. Um dos elementos importantes da Catedral é a Torre do Salvador que tem 45 metros de altura e foi construída ao longo do séc. XIII.


O Zimbório é a peça mais valiosa da Catedral.


Atravessámos o Claustro que é composto por quatro naves que rodeiam um pátio. Este claustro foi construído após um incêndio ocorrido em 1591 que destruiu por completo o anterior.



Subimos e fomos em primeiro lugar visitar o Museu Catedrático,


onde se pode ver uma magnífica colecção de tapetes flamencos do séc. XV




e outras obras de arte religiosa.




Descendo novamente para o claustro, entrámos na Catedral por uma porta que nos conduz à escada que dá acesso à parte superior do coro e onde se encontra um fantástico fresco do séc. XVI. Este fresco representa o gigante Offerus levando Cristo no seu ombro para ajudá-lo a atravessar um rio.


Das várias capelas distribuídas pela Catedral destaca-se a Capela de São Nicolau que tem ao lado a imagem da Virgem da Esperança,


a Capela de São Ildefonso, que é a Capela mais bela de todas. A porta de acesso é de ferro trabalhado e a sua empena está decorada com pinturas retratando cenas da vida de São Ildefonso. Esta Capela é de planta quadrada e está cheia de túmulos, o que lhe confere uma aparência funerária e está coberta por uma abóbada estrelada.




No interior desta capela encontra-se o acesso à Sala Capitular, que é uma sala rectangular com cadeiras e que nas paredes apresenta tapetes feitos de seda e lã.




Junto à Capela de São Ildefonso encontra-se a Capela de S. João Evangelista. Nesta capela encontra-se o túmulo mais belo de toda a catedral, cobrindo toda a parede e chegando até à abóbada.



O Coro é fechado por uma grade e tem a forma de U. Está dividido em dois andares e tem 85 lugares.




Por cima dos assentos encontra-se um magnífico orgão.


A parte de trás do coro é composta por uma parede com duas portas encontrando-se entre elas um fresco representando a Mesa de Todos os Santos com Cristo ao centro, como rei e senhor.



Em ambas as laterais do coro temos uma passagem onde se encontram quadros, nichos e o confessionário.




Passando à Capela-Mor, que está coberta com uma abóbada estrelada, temos ao centro o Retábulo-Maior composto por um pedestal com colunas e ladeado pelas estátuas de São Ildefonso e São Atilano.




Ao lado da Capela-Mor temos outras duas capelas. A da esquerda pertence a Nossa Senhora da Majestade


e a da direita ao Santo Cristo.


No cruzeiro temos o interior do Zimbório composto por uma impressionante abóbada com 16 janelas em vidro que deixam entrar a luz.


Depois da visita à Catedral fomos para a área de serviço e seguimos viagem até Léon, indo estacionar na Área de Serviço (coordenadas GPS: N 42º36' 16'' W 05º 35' 03.60''), onde almoçámos. Mesmo defronte desta área encontra-se o Centro Comercial Mercadona que dá muito jeito para algum abastecimento e principalmente pão fresco pela manhã.



Depois do almoço fomos a pé até ao centro e logo à saída da área passámos numa rotunda onde se encontra um avião T-6.


Passámos junto ao moderno edifício da Junta de Castela e Leão, onde no jardim fronteiro se encontra uma escultura representando "O Pendão de Leão".


Fomos depois à Praça de S. Marcos onde se localiza o antigo Convento de São Marcos o qual começou a ser construído no séc. XII para dar abrigo aos peregrinos que rumavam a Santiago de Compostela. Hoje está transformado numa pousada.



Visitámos a Igreja deste convento que foi finalizada em 1541. O seu interior apresenta uma ampla e espaçosa nave, com o Cruzeiro separado por uma grade.



O Retábulo Maior é do séc. XVIII e a cobertura é feita por uma abóbada estrelada.



Passámos pelo Claustro que é do séc. XVI



e fomos visitar o Museu de León que é formado por 3 salas.


Na primeira, coberta com abóbadas estreladas expõem-se obras de arte de qualidade






e nas outras há sepulcros e estátuas.





Saímos do Museu e logo defronte encontra-se o Monumento de Homenagem ao Peregrino.


Fomos depois até à beira do rio, junto à Ponte de San Carlos.


Seguimos ao longo da Av. Condesa Sagasta



e por outras ruas





até à Catedral de Santa Maria, cuja construção começou em meados do séc. XIII e durou até finais do séc. XIV.



A fachada principal consta de três portadas, sendo as duas laterais dedicadas a S. Francisco e S. João Baptista e a central representa o Juízo Final. Junto das portas estão esculturas de santos, evangelistas e protagonistas do Antigo Testamento.


Sobre a porta central encontra-se uma enorme rosácea.


A fachada é ladeada por duas torres de 65 e 68 metros de altura. O facto das torres serem diferentes na forma e altura deve-se a terem sido construídas em épocas diferentes.


O interior é formado por três naves e um cruzeiro. A nave central mede 90 metros de comprido e 30 de altura, enquanto as laterais medem 15 metros de altura.


As naves são cobertas por uma abóbada quadripartida com nervuras.


As paredes têm 125 janelas, com 1800 m2 de excelentes vitrais





e delas destaca-se a grande rosácea central situada no pórtico central.


O Coro encontra-se ao centro da nave maior e os assentos, em madeira de nogueira, foram construídos entre 1461 e 1481 e estão dispostos em duas fileiras. A fileira superior representa os apóstolos e personagens do Novo Testamento e a inferior, profetas e reis, com predomínio do Antigo Testamento.



Logo acima dos assentos e nos dois lados do coro, encontram-se dois bonitos orgãos.



Por detrás do Coro apresenta-se uma parede em alabastro com imagens em relevo e um arco triunfal.



O Altar-mor está rodeado pelos vitrais da abside.



Á volta do Altar-mor encontra-se a "Girola", que é uma passagem espaçosa onde se podem ver nove capelas.




Cada capela tem janelas duplas com vitrais.



Numa dessas capelas encontra-se o túmulo do rei Ordono II, rei de León a quem se deve a construção da primeira catedral leonesa no séc. X.



Em frente encontra-se a Capela da Virgem Branca, onde se encontra a escultura original da Virgem.


O Claustro é do séc. XVI e tem uma planta quadrada de 30 metros de lado.



É um magnífico museu de esculturas e sepulcros.




Á sua volta situam-se diversas dependências, entre elas o Museu da Catedral que foi inaugurado em 1981 e onde se expõem diversas obras de arte.




Após esta visita fomos até à Casa Botines, construída entre 1891 e 1892 pelo arquitecto Antoni Gaudi, para residência do empresário Botines.



Hoje alberga o Museu Gaudi.






Em frente da casa encontra-se uma estátua de Gaudi sentado num banco.


Regressámos à área de serviço, jantámos e já não saímos.



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