Viagem ao Valle del Jerte em Espanha, para vermos as cerejeiras (os cerezos) em flor, efectuada de 22 a 28.03.2022 num total de 1391,9 Km percorridos.
Dia 22 - Brejos de Azeitão / Plasência - 406,9 Km
Saímos de casa a meio da manhã e fomos almoçar à vila de Coruche na área de serviço (coordenadas GPS: N 38º 57' 40'' W 08º 31' 09'').
Depois do almoço seguimos viagem para Plasência, entrando em Espanha pela fronteira do Caia.
Chegados a Plasência, dirigimo-nos para um parque público junto ao rio Jerte, onde iríamos pernoitar (coordenadas GPS: N 40º 01' 55'' W 06º 04'48''). Do outro lado do rio existe uma grande zona de lazer com mesas.
Dia 23 - Plasència / Cabezuela del Vale - 51,9 Km
Seguimos pela estrada N110 e fomos até ao Mirador de La Memória, que fica perto da cidade de El Torno. Neste miradouro encontra-se um monumento dedicado à memória das vítimas da Guerra Civil Espanhola, composto por quatro esculturas em tamanho natural, 3 homens e uma mulher todos nus.
Continuámos depois até à Garganta de La Puria que é uma das maiores e mais importantes do Vale do Jerte. Conta com uma vegetação bastante densa e várias quedas de água
Voltámos à AC e seguimos para a Garganta de los Infiernos. Esta estrada, que passa por Rebollar, é toda ladeada por extensas áreas de cerejeiras.
A Garganta de los Infiernos é uma reserva natural. Estacionámos num parque (pago) junto ao Centro de Interpretação da Natureza da Reserva Natural e iniciámos a nossa caminhada um pouco mais à frente.
Este precurso, que nos levaria até Los Pilones, tem uma extensão de 3 Km e começa com uma subida através de uma floresta de árvores de folha caduca, como azinheiras, sobreiros, castanheiros e claro, cerejeiras.
fomos dar a Los Pilones, que são umas piscinas naturais formadas pela erosão da água na rocha granítica.
Voltámos para baixo, desta vez pela estrada e fomos para a AC. seguindo para a ASA de Cabezuela del Valle (coordenadas GPS: N 40º 11' 56'' W 05º 48' 06'').
Dia 24 - Cabezuela del Valle / Béjar - 142 Km
Hoje o dia esteve algo chuvoso. Saímos da área de serviço e fomos até à Cascata El Caozo na Garganta Bonal.
Estacionámos práticamente na cascata, sendo apenas necessário percorrer alguns metros. Logo junto à estrada havia uma ligeira queda de água que a atravessava por debaixo de uma ponte.
e seguimos por um carreiro de terra e pedras, um pouco enlameado devido à chuva, que segue junto ao curso da água.
quase de frente para a impressionante cascata que cai do alto de 30 metros por uma parede de granito abaixo.
Regressámos à autocaravana e seguimos para Piornal. Como continuava o tempo de chuva, estacionámos e fomos com chapéus de chuva dar uma pequena volta, passando por algumas ruas e praças.
Esta localidade tem a particularidade de algumas das suas casas terem nas fachadas belos murais pintados.
Voltámos para a AC e era para pernoitar novamente em Plasência, mas como ainda era cedo, resolvemos adiantar e seguimos para Baños de Montemayor.
Passámos pela Igreja de Santa Maria de La Asunción, que foi construída em pedra de granito, desde os finais do século XV até ao século XVII.
O interior é de planta rectangular com duas capelas laterais junto ao cruzeiro destacando-se o Retábulo de talha dourada do século XVIII.
Continuámos e passando pelo Centro de Interpretación General de la Via de la Plata, entrámos para visitar. Este centro aborda o tema da calçada romana desde a sua origem até à actualidade e conta com um conjunto de painéis informativos. Por cima enconta-se um albergue que abriga os caminhantes, a um preço reduzido, que fazem a Via de la Plata.
Terminada esta visita, voltámos à AC e partimos para Béjar, onde fomos pernoitar na sua área de serviço (coordenadas GPS: N 40º 23' 04'' W 05º 46' 54'').
À noite era esta a vista que tínhamos da área de serviço.
Dia 25 - Béjar / Salamanca - 139,3 Km
De manhã deixámos a autocaravana na área e fomos apé até à cidade. Seguimos pelo trilho pedonal (antiga linha de comboio) que passa junto à área
Logo à entrada temos a Muralha Medieval do século XII-XIII (29,32) de onde se avistava a área de serviço.
Em 1936 foi quase totalmente destruída por um grande incêndio ficando apenas as paredes exteriores. A entrada encontra-se no cimo de uma escadaria em plena Plaza Mayor.
Contornámos a igreja e a caminho do Palácio Ducal passámos por edifícios com arcadas sobre colunas de pedra.
O Palácio foi uma antiga fortaleza transformada em palácio no século XVI e está classificado como Bem de Interesse Cultural. Desde 1963 o palácio acolhe uma escola secundária. No pátio encontra-se uma dupla arcada e arcos semicirculares sobre colunas de pedra.
O centro histórico de Miranda del Castañar foi declarado Bem de Interesse Cultural. Passámos pela Ermita del Humilladero, que é uma das cinco que existiram na cidade.
No final da rua surge-nos então o majestoso Castelo de Zúñiga que foi construído no final do século XIV e durante o século XV. Hoje é propriedade privada e não é possível visitá-lo.
Ainda fora das muralhas, mas junto a elas, encontra-se a Casa Consistorial, um edifício do século XVI.
A muralha tem no total cerca de 600 metros e está muito bem conservada. Entrámos no recinto amuralhado pela Porta de San Ginés
até à Plaza Llano de la Iglesia onde se localiza a Igreja de Santiago e San Ginés de Arles, onde se destaca o seu pórtico com colunas.
Em frente da igreja está a Torre Sineira que foi construída e custeada pelos próprios habitantes no século XVII.
Antes de abandonar Miranda del Castañar ainda fomos a esta loja adquirir uma lembrança para juntar às muitas que temos em casa.
Voltámos à AC e seguimos para Salamanca, tendo como destino a ASA de Carbajosa de La Sagrada (coordenadas GPS: N 40º 56' 22'' W 05º 39' 18''), onde pernoitámos. Esta é uma área já nossa conhecida e que gostamos.
Dia 26 - Salamanca / Cabrerizos - 10,2 Km
Saímos a pé da área de serviço e fomos apanhar o autocarro, que passa a poucos metros, para o centro de Salamanca.
Apeámo-nos junto à zona histórica e fomos primeiro visitar o Convento de San Esteban, cuja construção ocorreu entre os séculos XVI e XVII.
Entrámos por uma porta lateral que nos levou directamente ao Claustro dos Reis, que é o único dos 3 que permite a visita.
Ligando a parte baixa do claustro com a superior, foi construída em 1540 a Escada de Soto, apoiada apenas nas paredes sem qualquer suporte adicional.
Terminada a visita ao convento, dirigimo-nos para o centro e passámos junto à Faculdade de Filologia, que está instalada no Palácio de Anaya, na praça do mesmo nome e de frente para a Catedral.
Fomos depois visitar a Catedral, mas vou apenas colocar algumas fotos do exterior, em virtude de já ter feito a descrição do interior numa viagem em 2019, aqui publicada, e não vou estar a repetir tudo o que já escrevi.
Seguimos até à Casa das Conchas, que é um edifício dos finais do século XV, onde sobresaem as mais de trezentas conchas da sua fachada.
Caminhámos até à Plaza Mayor, do século XVIII, que é a maior da cidade, com um vasto espaço de arcadas cheia de restaurantes e esplanadas.
e fomos até à Ponte Romana construída no século I, sobre o rio Tormes e assente em 26 arcos e robustos pilares.
Esta ponte tem 176 metros de comprimento e 3,70 metros de largura.e faz parte da Via da Prata, uma estrada romana que ligava Mérida a Astorga.
Mais ao lado está também um monumento dedicado a Lazarillo de Tormes, que é um romance do século XVI .
Antes de regressar ao centro histórico fomos ver o edifício da Casa Lis, onde funciona o Museu de Arte Nova, cuja fachada toda envidraçada está virada para o rio Tormes.
É um jardim de 2500 metros quadrados, inaugurado em 12 de Junho de 1981, e situa-se na encosta da antiga muralha de Salamanca. É um jardim bem cuidado que possui diversas variedades de árvores, arbustos e flores
Demos assim por terminada a visita a Salamanca e fomos apanhar o autocarro para a área de serviço. Aí chegados, partimos para o Camping Don Quijote em Cabrerizos, nos arredores de Salamanca (coordenadas GPS: N 40º 58´30,60'' W 05º 36' 12'').
Dia 27 - Cabrerizos / Sabugal - 211,1 Km
Saímos do camping e fomos até à Sierra de Francia para visitar o Santuário Nuestra Señora de la Peña de Francia. Este Santuário está localizado no topo da Peña de Francia, a 1727 m de altitude e é constituído por uma igreja e um convento de frades, além das capelas de La Blanca, San Andrés e Santo Cristo. A partir da estrada principal, no Miradouro dos Lobos, começa uma subida de 3,5 Km por estrada de montanha até chegar lá acima. Estacionámos num parque de terra batida (coordenadas GPS: N 40º 30' 49'' W 06º 10' 11,50'')
Fomos depois a pé e começámos a visita pela Capilla de la Blanca, construída no local onde em 19 de Maio de 1434 foi encontrada uma imagem da Virgem e onde se encontra uma reprodução em pedra da Virgem.
onde se encontra a imagem da Virgem em madeira tal e qual como foi encontrada, resguardada por uma grade de ferro
Esta igreja foi concluída em 1450, embora a sacristia seja do século XVI, a escadaria do século XVII e a torre do século XVIII.
Ao fundo da praça tem um alpendre, no meio do qual se encontra o Balcón de Santiago, que é um espectacular miradouro.
Num dos corredores passámos pelo Poço Verde, que tem este nome devido à tonalidade que as suas águas adquirem quando entram em contacto com a luz.
Passámos depois ao Mirador de Santo Domingo, que é uma grande rotunda com um relógio de sol incluído, construído em 1975.
Voltámos a descer a serra e partimos para Portugal tendo como destino a cidade do Sabugal. Fomos estacionar na área de serviço, junto ao edifício dos serviços municipais (coordenadas GPS: N 40º 20' 53'' W 07º 05' 13''), onde também iríamos pernoitar. Depois de estacionar fomos dar uma volta a pé. Passámos pelo jardim, que se notava tinha sido recentemente remodelado
Continuámos e fomos dar à Praça da República, onde de um lado se encontra a Casa dos Britos, do século XVII
Mais acima está a Torre Sineira, de planta quadrada, provávelmente construída no século XIII junto à Porta da Vila.
Dia 28 - Sabugal / Brejos de Azeitão - 430,5 Km
Passámos pelo Covão do Boi, onde se encontra uma imagem de Nossa Senhora da Boa Estrela, padroeira dos pastores, esculpida na rocha.
Após uma pequena paragem apenas para colher algumas fotos, iniciámos a descida e passámos um pouco à frente pela Barragem de Covão do Ferro.
Continuámos a nossa viagem até Unhais da Serra, onde fomos estacionar para almoçar na área de serviço (coordenadas GPS: N 40º 15'21'' W 07º 37' 24'')
Depois do almoço fomos despejar os depósitos, da água suja e da limpa e também a cassete em virtude de a partir dali seguirmos para casa..
Saímos a meio da tarde e depois de passar Tortosendo, entrámos na A23 até Torres Novas e depois na A1 até Lisboa, tendo atravessado o Tejo pela Ponte Vasco da Gama. Chegámos a casa ao final da tarde.
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