Viagem a Espanha para percorrer a Ruta de Don Quijote, realizada de 04.07 a 14.07.2022 num total de 2131,6 Km percorridos.
Este é o símbolo da Ruta de Don Quijote:
Dia 4 - Brejos de Azeitão / Toledo - 594,6 Km
Saímos de casa e fomos por autoestrada até ao Caia, por onde entrámos em Espanha. Seguimos depois pela A5 e parámos algures para almoçar, tendo continuado até Toledo. Em Toledo dirigimo-nos para o Parque de Safont indicado nas redes sociais e nas plataformas de ASAS como ideal para pernoitar (cordenadas GPS: N 39º 51' 53'' W 04º 01' 10''). Ao chegar verificámos que não havia mais nenhuma AC e optámos por ir para o Parque do Paseo de la Rosa, um pouco mais ao lado (coordenadas GPS: N 39º 51' 44'' W 04º 00' 55''), também este indicado para o efeito. Mais uma vez verificámos sermos os únicos e não quisemos lá ficar. A opção era ir para o parque de campismo e foi isso que fizemos. Seguimos então para o Camping El Greco, afastado cerca de 4 Km, onde chegámos já tarde. (coordenadas GPS: N 39º 51' 55,40'' W 04º 02' 50'').
Saímos de manhã do camping e fomos estacionar no Parque do Paseo de la Rosa, porque verificámos que este era o mais perto do centro histórico. Deixámos a AC e subimos uma pequena ladeira, de onde se avistava o Centro Histórico ali a dois passos
e a Puente de Alcántara, sobre o rio Tejo, de origem romana e reconstruída na época de Almanzor. É Monumento Nacional e uma das portas de entrada na cidade.
Chegados à ponte passámos pela porta principal da cidade
e atravessámo-la.
Do outro lado tem uma porta fortificada, com o escudo dos Reis Católicos
e no seu interior outro arco de ferradura.
Do exterior tem-se uma vista sobre o rio Tejo.
Em vez de entrarmos por aí, que seria o acesso através de grandes escadarias, contornámos pela estrada e fomos dar à entrada de uma escada rolante
constituída por três lanços
que nos levou à parte superior da cidade
de onde se tem uma boa prespectiva da cidade baixa.
Continuámos a caminhar para o centro
e fomos dar à Plaza Zocodover que é um local onde se realizam muitos eventos e serve de ponto de encontro popular.
Seguimos por algumas ruas
até à Plaza Ayuntamiento, onde se situa o bonito edifício do próprio Ayuntamiento, construído entre 1575 e 1703, dando o nome à Praça.
Na mesma Praça encontra-se a Catedral de Santa Maria que visitámos de seguida. Esta Catedral do século XIII, foi construída entre 1226 e 1493.
O seu interior, com 750 vitrais
além de uma fenda no teto, que lhe transforma a decoração
é formado por cinco naves e a cobertura é sustentada por 88 colunas.
A Capela principal está cercada por grades
e o seu Retábulo foi elaborado em madeira dourada ao fogo, com esculturas policromadas em tamanho natural, entre 1497 e 1504.
O Coro está localizado na nave central
e o mais importante neste espaço são os cadeirões, reservados a membros do clero.
Sobre o altar encontra-se a imagem de uma Virgem, em mármore branco, conhecida como a Virgem Branca.
Dois orgãos de tubos fazem também parte deste coro.
Entrámos a seguir na Sacristia que foi construída no século XVI. Toda a sala é uma autêntica galeria de arte com pinturas dos pintores mais importantes.
Ao fundo, destaca-se um quadro denominado "El Espolio" de El Greco.
No teto, tem especial interesse a grandiosa pintura que o cobre.
A Capela de Santiago é uma capela funerária que foi construída entre 1435 e 1440. No centro encontram-se os túmulos de D. Álvaro de Luna e de Juana Pimentel, sua esposa e nas laterais encontram-se outras sepulturas de parentes.
A Sala Capitular foi construída entre 1504 e 1512 e nas laterais encontram-se armários que serviam para arquivar as actas dos capítulos, assim como diversas pinturas a óleo. As de cima representam 13 cenas da vida da Virgem e da Paixão de Cristo e as de baixo são 32 retratos dos primeiros arcebispos de Toledo,
Ao entrar, destaca-se o teto de caixotões dourado e policromado.
Entrámos de seguida na Capilla de San Blas
onde ao centro se encontram dois túmulos de mármore branco
A capela está coberta por uma abóboda octogonal a onze metros de altura.
Seguiu-se a Sala do Tesouro, onde se encontra a custódia em ouro que pertenceu á rainha Isabel a Católica.
Por fim passámos pelo claustro, que foi construído em 1389.
Depois de visitar a Catedral passámos na Plaza Mayor pelo Teatro de Rojas, que foi inaugurado em 1879
e logo de seguida pelo Alcázar, que é um palácio fortificado sobre rochas, situado na parte mais alta de Toledo. É um palácio do século III, restaurado nos séculos XI e XIII e modificado no século XVI.
Actualmente está lá instalado o Museo del Ejército.
Circulámos de seguida por algumas ruas, as quais apresentavam grandes panos a servir de toldos, o que nos valeu para minorar o calor insuportável que se fazia sentir
e fomos dar à Iglesia de Santo Tomé, fundada após a reconquista desta cidade pelo rei Afonso VII de Castela
com a sua Torre múdejar reconstruída no século XIV.
Daqui fomo visitar o Monasterio de San Juan de los Reyes que foi mandado construir, no século XV), pela Rainha Isabel I com intenção de o converter em mausoléu real e em gratidão pela vitória na Batalha de Toro.
A entrada fez-se por uma porta lateral
e fomos dar directamente ao Claustro.
Entrámos depois na igreja, que é de uma só nave com capelas laterais.
Ao fundo, o Retábulo tinha sido construído para o Hospital de Santa Cruz
Numa lateral podemos ver o Púlpito em pedra
e por cima podemos admirar a sua Abóboda.
Subimos de seguida ao Claustro Alto
onde sobressai o teto
e de onde temos uma vista geral do Claustro
onde existem Gárgulas de diverso feitios.
Ao sair do Mosteiro, passámos no largo da fachada principal onde existe um miradouro.
Mais abaixo passámos pela Puerta del Cambrón, que é um portão no sector oeste da cidade, anteriormente chamado Portão dos Judeus. Vimos primeiro o lado interno
e depois de o atravessar, o lado externo.
É uma construção feita em pedra e tijolo com quatro torres. Daqui, fomos visitar a Sinagoga de Santa Maria la Blanca, construída no século XII.
É um monumento múdejar cujo interior é formado por cinco naves separadas por pilares.
No século XV foi transformada em igreja católica e actualmente é apenas um monumento visitável. A cobertura da nave central é construída em madeira.
Dirigimo-nos depois para a Plaza Zocodover para irmos fazer o circuito no Trem Turístico.
Depois de adquirir os bilhetes fomos então iniciar o circuito que se desenrolou básicamente pelo exterior da cidade, circundando toda a parte histórica.
Parámos por alguns minutos no Mirador del Valle de Toledo para tirar fotos. Deste miradouro tinha-se uma vista fabulosa sobre Toledo com o Alcázar bem lá no alto e o Rio Tejo a nossos pés.
Regressámos ao ponto de partida e fomos depois para o estacionamento da AC.
Já na AC e para não voltarmos ao camping, seguimos para Alcazar de San Juan, onde fomos pernoitar na ASA (coordenadas GPS: N 39º 23'17.30'' W 03º 13' 03''). Esta é uma das novas áreas, vedada e com vigilância e que para entrar é necessário o registo e respectivo pagamento numa máquina colocada no exterior. Quando chegámos, não me estava a entender com a máquina e apesar de estarem duas ACs no interior, não apareceu ninguém para me socorrer. Resolvi então pedir ajuda a dois transeuntes que íam a passar e foi assim que depois de pagar, o portão se abriu e eu entrei. Nestas áreas é tudo pago, desde a pernoita 6,05 €, electricidade 2,42 €. WC c/ chuveiros de água quente 2,42 €, abastecer de água 2,42 € até ao simples despejo da cassete também 2,42 €.
Dia 6 - Alcazar de San Juan / Argamasilla de Alba - 86,6 Km
Deixámos a AC na ASA e fomos a pé até ao Conjunto Palacial del Gran Prior. Chegados lá, como estava tudo fechado, sentámo-nos à espera que abrisse mas o tempo foi passando e acabámos por ver apenas o exterior.
Este conjunto palacial é o resto da cidadela árabe. A Torre, designada El Cubillo, foi construída entre 1235 e 1237 e mais tarde, em 1618, ampliada.
Demos uma volta pelas redondezas e voltámos à ASA para partir logo de seguida com destino a Campo de Criptana. Aí chegados, fomos direito à zona dos moinhos e estacionámos num parque logo à entrada (coordenadas GPS: N 39º 24' 39,50'' W 03º 07' 22''). Campo de Criptana, além dos moinhos, é também conhecida por ser a terra natal de Sara Montiel.
No século XIX os moinhos chegaram a ser mais de 30. Hoje são 10, três deles do século XVI, com a sua estrutura e maquinaria originais preservados e foram declarados Bem de Interesse Cultural em 1978. Depois de deambular por entre os moinhos, fomos visitar o "El Infante".
No piso térreo tivemos uma breve explicação do que foi a vida dos moinhos naquele local e o seu significado. Subimos depois ao piso superior
onde se encontram os mecanismos
onde também nos foram dadas explicações sobre o seu funcionamento. Saímos do moinho e admirámos as casas do lugar, todas pintadas de branco com faixas azuis.
Regressámos à autocaravana onde almoçámos. Depois do almoço seguimos para Argamasilla de Alba, indo logo direito à ASA, que também era das novas e onde iríamos pernoitar (coordenadas GPS: N 39º 07' 58'' W 03º 04' 57.80''). Agora já sabíamos fazer a inscrição na máquina.
Quando chegámos não estava lá mais nenhuma e também não chegou, éramos os únicos ocupantes.
Conforme disse anteriormente, nestas novas ASAs a única coisa que não se paga é o despejo das águas, pois até para despejar a cassete se paga 2,42 €.
Depois de nos instalarmos, saímos e fomos visitar a cidade. Logo mais à frente passámos ao lado da Praça de Touros onde havia uma rua com umas arcadas.
Atravessámos um jardim e seguimos pela avenida até à Iglesia de San Juan Bautista, cerca de 800 metros.
Esta igreja foi construída no século XVI e nota-se que ficou inacabada, Está dividida em três naves, sendo a central duas vezes maior que as laterais.
Nos séculos XVII e XVIII a igreja é ampliada com capelas laterais. Saímos da igreja e atravessámos o jardim frontal, na Plaza de España, onde logo de frente para a igreja se encontra uma estátua em pedra de Don Quijote
e mais à frente vários repuxos de água que saem directamente do chão.
Ao fundo, no lado oposto à igreja, encontra-se o edifício do Ayuntamiento.
Aí virámos à direita e fomos passar pelo Pósito de la Tercia.
Os pósitos eram instituições cuja actividade principal era o subsídio de pão em anos de escassez, com o objectivo de garantir o seu preço. No século XVII é acrescentado o empréstimo de trigo ou dinheiro entre fazendeiros. Num pequeno espaço frontal encontra-se uma estátua de Cervantes.
Fomos depois até à Casa de Medrano, assim chamada porque pertenceu à influente família Medrano e onde também funciona o posto de turismo.
Além de expor obras sobre o tema Cervantes e ser biblioteca municipal, abriga no seu interior a famosa Cueva de Medrano ou Cueva de Cervantes onde Miguel de Cervantes esteve preso e começou a escrever a obra D. Quixote.
Descendo mais um pouco temos uma gruta.
De salientar que quando chegámos, a casa estava a fechar e a senhora já estava na rua, mas mostrando-se extremamente atenciosa, voltou a abrir e permitiu-nos uma visita rápida, pelo que lhe ficámos eternamente gratos. Mais à frente, na Plaza de la Constitución, podemos ver outra estátua de Don Quixote
e uma fonte.
Do outro lado da rua estavam as representações dos desenhos animados de Don Quixote e Sancho Pança.
Voltámos depois para a ASA.
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