17º Dia - Rocamadour/Saint Ours Les Roches - 294.4 Km
Saímos do camping às 10 horas e fomos pela estrada N140 até apanharmos a N89 para Clermont-Ferrand. Pelo caminho passou por nós um carro francês que se fartou de apitar (lógicamente seriam emigrantes portugueses).
Antes de Clermont-Ferrand, virámos para Vulcânia para ver se havia algum camping ali perto. Como não havia, fomos para o Puy de Dôme, mas ao chegar lá, estava a decorrer uma prova ciclista e não se podia passar.
Vol

18º Dia - Saint Ours Les Roches/Boen - 142.2 Km
Saímos

Após estacionar fomos visitar o parque, que é único no mundo e consta de simuladores de erupções, torrentes de lava e filmes sobre vulcões, sendo um deles a três dimensões.

Depois da visita fomos para o Puy de Dôme, mas tal como ontem, também hoje não se podia passar e então avançámos mais uns 3 quilómetros pela estrada e estacionámos na berma dela, tendo de seguir a pé até lá acima por um antigo caminho romano que levava ao Templo.
O caminho era péssimo e bastante íngreme, o que nos fez demorar uma hora e cinco minutos para fazer os 1800 metros que nos separavam do Puy, que fica a 1465 metros de altitude.
Quando chegámos lá acima, todos estafadinhos, verificámos que havia um grande bar e para nos refazermos da subida, mesmo antes de ir ver a paisagem, fomo-nos lá sentar a saborear uma deliciosa taça de gelado.

Depois deste merecido e refrescante descanso, saímos do bar, fomos dar uma volta e vimos que havia muitos praticantes de Asa Delta.
O Puy de Dôme é um vulcão com menos de 10000 anos e que actualmente se encontra inactivo.

No cimo, está instalado um laboratório permanente de meteorologia de montanha, uma torre de transmissão de televisão e as ruínas de um Templo Galo-Romano dedicado a Mercúrio. Puy de Dôme costuma ser uma etapa clássica do Tour de France.
Estivemos lá durante cerca de uma hora a admirar as manobras dos ditos praticantes e todo aquele aparato.
Voltámos para baixo pelo mesmo caminho, tendo na descida gasto 55 minutos. Continuámos pela N89 até Boen, tendo passado por Clermont-Ferrand, que é uma cidade muito grande e por Thiers. Ficámos no Camping Municipal, onde chegámos às 20.15.
19º Dia - Boen/Les Abrets - 187.2 Km
Saí

Parámos à entrada da cidade, num parque com bastantes sombras, para almoçar. Depois do almoço ficámos a ver o jogo Brasil-Bélgica dos oitavos de final, cujo resultado final foi 2-0 para o Brasil, tendo-se assim apurado para os quartos de final.
No fim do jogo fomos para o centro de Lyon e dirigimo-nos para a Colina de Fourvière, onde estacionámos a AC. Esta colina domina a cidade de uma altura de 120 metros e é conhecida como a "Colina que reza", pelos seus patrimónios religiosos.
Fomos ver o Teatro Romano, que data do ano 43 a.C. e é o mais antigo da França.

A seguir fomos visitar a Basílica de Notre-Dame de Fourvière, que foi edificada entre 1872 e 1896, sendo o seu interior ricamente decorado. Das traseiras da Basílica, temos uma admirável vista panorâmica sobre Lyon.

Descemos depois no funicular de Fourvière e fomos à Catedral de St.-Jean, cuja construção foi começada em 1180 e terminada em 1480.

Este edifício tem 80 metros de comprimento, 20 metros de largura e 32,5 metros de altura. No interior encontra-se um relógio astronómico do séc. XIV. Após esta visita fomos dar uma volta, indo pela Rue Saint-Jean, que é uma rua estreita só para peões, e voltámos depois pelo Quai Romain Rolland à borda do Rio Saône, até ao Palácio da Justiça, tendo atravessado o rio pela Passerelle du Palais de Justice e fomos até à Place des Jacobins, que deve o seu nome aos dominicanos ou Jacobins. A sul da praça encontra-se a Igreja do mesmo nome e nela também se pode ver uma fonte criada por Gaspard André.

Desta praça fomos até à Place de la République e seguimos pela Rue de la République até à Place Bellecour, que é uma antiga praça Real e a maior praça de Lyon com 62000 m2 (310 m x 200 m), a terceira maior de França e uma das maiores da Europa. No centro encontra-se a estátua equestre de Louis XIV, mas que não tem mais nada de especial.

Voltámos a atravessar o Saône, agora pela Pont Bonaparte, construída em 1950 inteiramente em betão armado e formada por três arcos, depois da destruição pelos alemães da velha ponte e apanhámos novamente o funicular para a colina onde tínhamos deixado a AC.
Regressámos à estrada e dirigimo-nos pela N6 para Chambery, tendo ficado no Camping Le Coin Tranquille, em Les Abrets, alguns quilómetros antes de Chambery, onde chegámos às 21 horas.
20º Dia - Les Abrets/Turim - 279.1 Km
Antes de sair do camping estivemos a ver o jogo Japão-Turquia, que a Turquia ganhou por 1-0, apurando-se assim para os quartos de final.
Saímos do camping às 10.30 e fomos direito a Chambery pela N6, continuando depois sempre pela N6 na direcção de Turim. Esta estrada é sempre ao lado do Rio Arc.
Parámos para almoçar num local com bastante sombra e ficámos a ver o jogo Itália-Coreia, que acabou com a vitória da Coreia por 2-1, tendo sido o golo da vitória marcado no prolongamento, uma vez que ao fim dos 90 minutos o jogo estava empatado a um golo. Com este resultado apurou-se a Coreia para os quartos de final.
Depois do jogo continuámos pela N6 até ao Col du Mont Cenis, que fica a 2083 metros de altitude e tem uma vista muito bonita. Existe lá uma pirâmide construída em 1968 pela EDF, que abriga uma exposição permanente chamada "Le Mont Cenis, porte millénaire des Alpes".Quando estávamos lá parados, veio um italiano ter comigo, acompanhado da mulher e do filho e perguntou-me se tinha euros portugueses, para o filho. Depois de ver o que tinha, lá lhe troquei o que ainda me restava, tendo o miúdo ficado com todos para, segundo disse, trocar com os colegas.
A fronteira com a Itália faz-se aqui e o local passa a chamar-se Moncenisio em italiano. Começámos a descer direito a Susa, onde entrámos na auto-estrada até Turim. Chegámos a casa da C. e do F. às 19.15.
21º e 22º Dias - Turim - 0 Km
Estivemos estes dois dias em casa da C. Ao meio-dia íamos apanhar o autocarro 56 para a Piazza Castello e depois íamos a pé até ao emprego dela, indo os três almoçar. Depois do almoço íamos dar uma volta até às 17.30, hora a que ela saía e seguíamos para casa.

23º Dia - Turim/Avignon - 376.8 Km
Como dia 24 de Junho é feriado em Itália, ou pelo menos em Turim e calhava a uma 2ª feira, a C. e o F. meteram um dia de férias, fazendo assim um fim de semana prolongado e resolvendo ir até França.
Saímos de casa às 08.45 e fomos atrás do carro deles pela SS25 até Susa, onde entrámos na auto-estrada até Ouix e daqui seguimos pela SS24 para França, tendo passado a fronteira em Clavière.
Depois de passar por Montgenèvre, dirigimo-nos para Gap e daqui para Orange, tendo depois tomado o caminho de Avignon. Avignon fica nas margens do Rio Ródano e é habitada desde o tempo dos Celtas. Em 1348, o Papa Clemente VI adquiriu a cidade à raínha Joana I da Sicília, que permaneceu como propriedade papal até 1791, quando foi incorporada ao resto da França durante a Revolução Francesa. Foi sede de sete Papas no séc. XIV e dos chamados Papas de Avignon, durante o Grande Cisma do Ocidente que começou em 1378 e durou até 1417. Neste período havia dois ou mais Papas simultâneamente em Avignon e Roma. As muralhas da cidade foram construídas pelos Papas, logo a seguir à mudança de residência para este lugar e cercam o centro histórico com mais de 4 quilómetros de extensão. Quando chegámos a esta cidade, seguimos as indicações para o Palácio dos Papas, mas como havia um camping ali perto, junto ao rio, fomos primeiro para lá. Chegámos às 15.30 e ficámos no Camping Bagatelle.
Depois de nos instalarmos, fomos a pé até às Muralhas (séc. XIV), atravessando o rio e fomos a um bar ali próximo comer qualquer coisa.
Depois deste "almoço" fomos visitar o Palais des Papes (Palácio dos Papas), que é um enorme edifício gótico com paredes de 5 a 5,5 metros de espessura, que foi construído entre 1335 e 1364. Depois dos Papas regressarem a Roma, foi utilizado como quartel e prisão, após ter sido tomado por Napoleão. Actualmente funciona como museu desde 1906.
A seguir a esta visita voltámos às muralhas e fomos à Pont St.-Bénézet ou Pont d'Avignon, que está localizada sobre o rio Ródano e só lhe restam 4 arcos dos 22 que inicialmente tinha quando foi construída entre 1171 e 1185. Em 1660, após uma grande enchente do Ródano, a ponte ficou nas condições em que a vemos hoje.
Regressámos a seguir ao camping.
24º Dia - Avignon - 0 Km
Saímos do camping de manhã e fomos com a C. e o F. no carro deles, ver as Grutas de Thouzon. Estas grutas foram descobertas em 23 de Janeiro de 1902, durante a exploração de uma pedreira e mantêm-se intactas, graças a uma manutenção cuidada. Têm aproximadamente 230 metros de comprimento e no interior estão 13º C. A visita demora cerca de 45 minutos e é de fácil percurso, por ser toda em plano horizontal.
Depois da
visita às grutas, fomos até Fontaine de Vaucluse, que é a nascente do rio Sorge.
Partindo da vila do mesmo nome, demoramos cerca de uma hora a pé até chegar à nascente, que fica ao fundo de um vale verdejante, junto a uma formidável falésia, esculpida pela erosão, do planalto de Vaucluse e a sua bacia de alimentação abrange 1200 Km2 dos montes de Vaucluse. A nascente fica ao ar livre e é a maior nascente da Europa e uma das maiores do mundo, pelo volume de água debitada, que resulta de uma imensa reserva subterrânea.Voltámos para a vila pelo mesmo caminho e regressámos ao camping, tendo a C. e o F. ido para a piscina, que era uma piscina olimpica mesmo ao lado do camping e á qual os campistas tinham acesso. Nós optámos por ficar a descansar.
25º Dia - Avignon - 0 Km
Saímos do camping e tal como ontem, fomos com a C. e o F. no carro deles, até Roussillon ver as Montanhas du Lubéron, que são umas montanhas de Ocre e onde o chão é todo pó de ocre de várias cores e tonalidades. Aconselha-se levar calçado e roupas mais velhas, pois é normal ficarmos todos sujos. Também as próprias montanhas são de várias cores e tonalidades, aliás é delas que é ou foi extraído o ocre, e as próprias àrvores estão também cobertas daquele pó de ocre, o que lhes dá um aspecto muito atractivo.
26º Dia - Avignon/Montoulieu - 182 Km
Saímos do camping às 10.30, seguindo atrás do carro da C. e do F. e fomos direito a Arles, cidade que foi fundada pelos colonos marselheses e foi depois ocupada pelos Visigodos em 480 e pelos Sarracenos em 730. Durante os séculos X e XI, pertenceu ao Reino da Borgonha, mais tarde República Independente, passando em 1251 para o poder de Carlos V de Anjou e em 1481 para a coroa francesa.
Fomos visitar a Arena, que é um anfiteatro do ano 46 da nossa era, que podia levar 20000 espectadores e é uma das mais bem conservadas arenas do mundo romano. Está construída numa plataforma de 136 metros de comprimento por 107 de largura e é composta por 60 arcadas, divididas em dois níveis e atinge a altura de 21 metros. Combates de gladiadores e cenas de caça foram ali apresentadas até ao final do séc. V. Na Idade Média chegou a ter duas capelas e 212 casas, que foram destruídas em 1825. Hoje está transformada em praça de touros e o primeiro espectáculo taurino teve lugar em 1830. Quase pegado encontra-se o Teatro Antigo, que fomos visitar de seguida. É um dos mais importantes dos finais do séc. I a.C. e as suas bancadas, constituídas por 33 fiadas de degraus, podiam albergar 10000 espectadores para assistir a espectáculos, mimos e pantomimas, que eram apresentados regularmente. Da cena, não restam mais que duas colunas. No séc. V, o teatro abrigava casas e edifícios religiosos, que foram retirados a partir de 1834.
Após estas visitas, comemos qualquer coisa e seguimos para Nimes onde, para estacionar me fartei de dar voltas, pois não conseguia um lugar onde coubesse a AC.
Quando finalmente estacionei, fomos ver a Arena (Circo Romano), que foi edificada no ano 27 a.C. e que é das mais bem conservadas do mundo romano. Mede 133 metros de comprimento e 101 de largura e a sua fachada, com 21 metros de altura, é composta por dois níveis com 60 arcadas cada um. No interior, mais de 20000 espectadores podiam assistir aos combates de animais e de gladiadores. Desde 1863 é utilizada como praça de touros e também para outro tipo de espectáculos. Está rodeada por 34 arquibancadas e a sua capacidade hoje é de 16300 espectadores. No princípio do séc. VIII, os viscondes de Nimes construíram o seu palácio dentro do recinto e mais tarde, um pequeno bairro desenvolveu-se no interior, o qual contava com umas 100 casas e 2 capelas, que permaneceram no local até ao séc. XVIII, quando foi decidida a sua destruição, devolvendo ao anfiteatro a sua originalidade.
Fomos a seguir ver a Maison Carrée (Casa Quadrada), que é a mais pura e mais bem conservada de todos os templos romanos. Foi construída durante o Império Romano, entre 19 e 26 a.C., na época do Imperador Augusto e deve o seu bom estado de conservação, ao facto de ter sido sempre utilizada. Mede 25 metros por 12, não sendo portanto quadrada, mas acontece que para os franceses antigos, qualquer rectângulo que tivesse quatro ângulos rectos era indicado com a palavra "carrée", que significa quadrado e daí o nome de Maison Carrée, que lhe foi dado no séc. XVI.
Depois desta visita, a C. e o F. separaram-se de nós para regressarem a Turim e nós fomos ver a Catedral de St. Castor, construída em 1096 e reconstruída de 1877 a 1882.
Após a visita fomos para a AC e seguimos para as Grutas de Demoiselles, tendo ficado no Camping Municipal Le Grillon, em Montoulieu, que ficava relativamente próximo. Verificámos mais tarde que éramos os únicos ocupantes do camping.
27º Dia - Montoulieu/Pézenas - 148.2 Km
Saímos do camping às 10 horas e fomos visitar as Grutas de Demoiselles que são realmente espectaculares. Conta a história que estas grutas foram descobertas em 1770, por um jovem pastor que guardava o seu rebanho e que um dia ao perder uma, crendo que ela tivesse caído num buraco aberto na montanha, que parecia não ter fundo, aventurou-se a ir buscá-la e descobriu que lá dentro havia uma gigantesca e labirintica abóboda. A abertura ao público teve lugar em 1931 e a inauguração oficial em 1932 pelo Presidente da República Gaston Doumergue. O acesso ao seu interior faz-se através de um túnel, que foi aberto para o efeito no fundo da falésia com mais de 80 metros e por meio de um funicular, que foi o primeiro funicular subterrâneo, que percorre à volta de 160 metros com uma inclinação de 36%. Até aí a entrada só era possível através da tal abertura no cimo da montanha. No interior temos a sala principal, chamada de "Catedral", que tem mais de 120 metros de comprimento e um pouco mais de 80 de largura e 52 de altura. As estalactites e estalagmites têm formas que se confundem com mulheres, sendo a principal uma estalagmite que parece ser a Virgem Maria com o Menino Jesus ao colo.
5 comentários:
Ora ainda bem que foi publicada a II parte e com boas dicas como ja estamos habituados!
Parabens uma vez mais!
quanto se pdopera ler o ralto das ferias de 2003 a 2009?
decarvalho
Parabéns pelo blog, muito interessante e instrutivo, vou ser uma leitora assidua, pois tambem gostamos muito de viajar.
Um forte abraço
Excelente este blog, parabéns! Somos leitores assíduos.
Uma viagem ''à maneira''!
Os meus parabéns!
Só não entendi como é que 625 lts de gasoil custaram apenas € 425,00!!!
Só no Sarah!!!
Abraço
A R
Olá
Vou com uns amigos à Ávila no Verão e vamos ficar no Camping Sonsoles. Como foi o único link com referência a este parque de campismo queria só perguntar uma coisa.
Fica muito longe a pé do centro da cidade? É que não descubro em lado nenhum esta informação.
Obg
Joana Ferreira
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