Dia 17 - São João da Pesqueira / Mêda - 243,4 Km
Saímos de São João da Pesqueira e fomos para o Monte de São Salvador do Mundo, também designado por Ermo. Estacionámos nas seguintes coordenadas: N 41º 09' 03'' W 07º 21' 58'', mas para autocaravanas de maiores dimensões, aconselho a estacionarem logo a seguir ao desvio por aí haver bastante espaço e a estrada para o monte ser estreita e não haver grandes espaços para manobras.
Este monte teve as primeiras ocupações na Pré-História e mais tarde uma ocupação romana e medieval, mas foi no século XVI que se iniciou a construção do Santuário de São Salvador do Mundo, por Gaspar da Piedade. Este Santuário é composto por dez capelinhas, com figuras de tamanho quase natural no seu interior, que representam cenas da Paixão de Cristo e distribuem-se entre a base e o cume do monte.
Depois de estacionar, iniciámos a subida pela estrada empedrada
e fomos dar ao Largo das Covinhas.
Aqui já o caminho era em terra e grandes pedras, sendo necessário contorná-las.
Passámos a seguir pela Fraga do Diabo
e logo a seguir por uma das capelinhas.
Por detrás desta capelinha está uma pequena gruta, onde viveu e morreu Frei Gaspar da Piedade, o impulsionador deste santuário
e depois subindo umas escadas de pedra
outra capelinha
e ainda mais outra.
Logo a seguir, no topo, encontra-se a capela principal.
Ao lado encontra-se o Miradouro, a uma altitude de 493 metros e com um acentuado declive sobre o rio. Daqui é possível ter uma vista fantástica sobre o rio Douro e a Barragem da Valeira
e também sobre os montes à volta.
Por último descemos por um carreiro
para ver a Capela de Nossa Senhora da Penha.
Depois foi voltar à AC e partir para a Estação Arqueológica do Prazo (coordenadas GPS: N 41º 04' 05'' W 07º 14' 37,50''). A estrada de acesso, com cerca de 3 Km, que sai da N222, é muito estreita e com mau piso não sendo muito aconselhada a autocaravanas maiores.
Parámos num largo, onde havia uma capela com uma lápide.
Como não havia qualquer tipo de indicação sobre as ruínas acabámos por voltar para trás, mas verifiquei depois no google que afinal, do lugar onde estava, tinha de andar um bocado a pé.
Foi pena não haver qualquer informação. Seguimos depois para Vila Nova de Foz Côa e estacionámos na rua onde está a área de serviço (coordenadas GPS: N 41º 04' 53'' W 07º 08' 50,10''). Como havia sombra de árvores e estava na hora de almoço, almoçámos ali.
Depois do almoço fomos a pé beber café numa rua próxima e seguimos para o centro pela Av. Gago Coutinho e Sacadura Cabral.
Ao fundo desta, continuámos por uma rua pedonal que está decorada com algumas das figuras emblemáticas das gravuras rupestres
que foi dar à Praça da República
onde também se encontra a Loja do Povo.
Continuámos até à Praça do Município, onde se localiza a Igreja Matriz dedicada a Nossa Senhora do Pranto e classificada como Monumento Nacional. A sua fachada é bastante decorada, com um grande pórtico e encimada por um campanário de três sineiras.
O interior é constituído por três naves e Capela-Mor
onde sobressai a talha dourada do Altar-Mor.
Por cima da entrada está o Coro-Alto.
O tecto é em madeira com pinturas a óleo.
A um canto encontra-se a Pia Baptismal
e a meio está o Púlpito com a escada em pedra.
Ao lado da Igreja está o Pelourinho, do século XVI, também classificado como Monumento Nacional, colocado sobre quatro degraus octogonais e ao fundo o edifício da Câmara Municipal.
Passámos também pela Capela de Santa Luzia
e pela Torre do Relógio, construída no reinado de D. Afonso V
que é o que resta, tal como os dois panos da muralha, do castelo de Vila Nova de Foz Côa. De regresso à autocaravana, passámos por um monumento na Av. Gago Coutinho e Sacadura Cabral.
Já na AC partimos para Barca d'Alva e estacionámos junto ao cais (coordenadas GPS: N 41º 01' 40'' W 06º 56' 27'').
Atravessámos um túnel que estava decorado com pinturas.
Como estávamos ao lado da fronteira, resolvemos atravessá-la e ir a Espanha para meter gasóleo, mas a primeira bomba que encontrámos foi quase ao fim de 40 Km. Enchemos o depósito e regressámos a Portugal, tendo depois seguido para a cidade de Mêda e para o seu Parque de Campismo (coordenadas GPS: N 40º 58' 11,50'' W 07º 15' 33,40'').
Dia 18 - Mêda - 0 Km
Hoje resolvemos ficar no parque de campismo e fazer uns grelhados. De manhã saímos do parque e fomos às compras,
depois foi tratar de grelhar umas carnes
e almoçar.
Depois do almoço fomos até ao centro e passámos pela Igrela Matriz, também conhecida por Igreja de São Bento, que foi construída no século XVI e remodelada no século XVIII.
O interior é de três naves
e a Capela-Mor é mais estreita e baixa do que a nave.
O tecto é feito de vários caixotões com imagens.
Na traseira da igreja e encostada a ela encontra-se uma fonte à qual se acede por uma escadaria de 5 degraus com uma guarda de ferro. A água corre por uma boca para uma pequena pia.
A fonte está datada de 1896.
Do largo da igreja tem-se uma vista para a Torre do Relógio, que fica no Morro do Castelo, que é um monte granítico.
Continuámos por uma rua
até começarmos a subir ao monte
de onde já se começava a ver a Torre.
Já lá em cima, tínhamos a Torre à nossa frente, construída em alvenaria de granito
e subindo para um bloco de granito tínhamos uma visão melhor das ameias.
A Torre do Relógio, começou por ser uma torre de vigia e no século XIX foi-lhe acrescentado o relógio. Ao lado da Torre situa-se o Miradouro que nos permite ter uma vista sobre a cidade.
Ao lado ergue-se um cruzeiro, em granito, sobre grandes blocos, dominando a cidade.
No lado oposto ao cruzeiro e à torre, encontra-se uma imagem de Nossa Senhora da Graça.
Regressámos a seguir ao parque de campismo.
Dia 19 - Mêda / Murça - 130,5 Km
Saímos da cidade de Mêda e fomos até à aldeia do Pocinho. Estacionámos junto da estação ferroviária (coordenadas GPS: N 41º 07' 47,70'' W 07º 07' 25,80'')
e entrámos nela, onde estão expostas duas balanças decimais
e um painel de azulejos alusivo às vindimas no Douro.
Atravessámos as linhas
e fomos ver no lado oposto, umas máquinas velhas e ferrujentas encostadas a um canto.
Dali também avistávamos um braço do rio
e a velha ponte ferroviária.
A partir do Pocinho iríamos iniciar a viagem pelo Parque Natural do Vale do Tua e seguimos para Vila Flor. Estacionámos junto a um terminal de autocarros (coordenadas GPS: N 41º 18' 15'' W 07º 09' 14,50'').
Fomos depois a pé até ao Centro Histórico e logo à entrada passámos pela Fonte Romana, que é do século XVI e está classificada como Imóvel de Interesse Público desde 1936. É constituída por quatro pilares e seis colunas que suportam uma cúpula de tijolo.
Subimos pela Rua da Fonte Romana
passámos por uma casa em granito com escada exterior
e continuámos por uma rua
passando ao lado da Igreja da Misericórdia
até ao Largo do Rossio,
onde fica a dita igreja que é do século XVIII, mas reconstruída entre 1883 e 1886 depois de um desabamento em 1882.
Também neste largo existe um pequeno jardim e uma fonte.
Virámos depois na direcção da Igreja Matriz, onde no largo fronteiriço se encontra o Pelourinho, assente sobre três degraus. Este Pelourinho foi reconstruído no século XVII/XVIII.
A Igreja Matriz de S. Bartolomeu foi construída no século XVIII, com o aproveitamento da maior parte das pedras ornamentadas da anterior, que desabara em 31 de Janeiro de 1700. A fachada principal conta com duas Torres sineiras.
O interior é de uma nave
e Capela-Mor
e tem alguns altares laterais em talha dourada.
O Púlpito em pedra fica numa parede lateral
e por cima da entrada encontra-se um pequeno Coro-Alto.
A um lado da entrada tem a Pia Baptismal.
Após visitar a igreja fomos por várias ruas
até ao Arco de D. Dinis, que é o que resta de uma cerca de muralhas em redor da vila e a única das cinco portas que existiam. Está classificado como Imóvel de Interesse Público desde 1955.
Fomos depois em busca de almoço e optámos pela Adega Regional Ti Carlos.
O interior está decorado de uma forma muito bem conseguida
e numa parede tem um quadro de lousa que eu achei engraçado.
O dono que inicialmente parecia antipático acabou por se mostrar bastante simpático e bem humorado.
Acabado o almoço regressámos à autocaravana e fomos visitar o Santuário de Nossa Senhora da Assunção que ficava a poucos quilómetros. Este Santuário é o maior e um dos mais importantes santuários Marianos de Trás-os-Montes. Foi erguido no século XIX no cimo de um monte com 760 metros de altitude e consta de uma grande escadaria
que vai tendo duas capelinas nos vários patamares, uma à esquerda e outra à direita.
No interior das capelinhas podemos observar várias cenas da vida de cristo.
Num dos patamares existe um bonito painel de azulejos.
Mais acima encontramos uma gruta
e olhando para o interior pela janela, podemos ver uma figura de Cristo
e uma cena do nascimento do Menino.
Temos mais uma capelinha com Cristo transportando a cruz, no interior.
Por fim mais uma longa escadaria
que vai até à Igreja, do século XVII.
Esta igreja é de nave única e Capela-Mor
tem vários altares na lateral da nave
e Coro-Alto com orgão.
No exterior está um excelente Miradouro de onde se observa toda a paisagem envolvente.
Descemos a escadaria e já na AC partimos para Mirandela, onde estacionámos num parque de estacionamento junto ao rio Tua (coordenadas GPS: N 41º 29' 11'' W 07º 11' 04''). Numa volta que fomos dar passámos na Praça 5 de Outubro pelo Solar dos Condes de Vinhais, um solar do século XVIII
e virámos para a Praça do Município, onde se situa a Câmara Municipal que ocupa o Paço dos Távoras, um palácio do século XVII com especial destaque para as cantarias das portas e janelas
com uma zona ajardinada com repuxos na frente.
Ao lado está a Igreja de Nossa Senhora da Encarnação, que é a Matriz de Mirandela. Esta igreja tem duas fases distintas: a parte traseira pertence ao século XVII e a da frente foi construída no século XX, quando a anterior sofreu uma derrocada.
O interior é de três naves, sendo a central mais elevada do que as laterais, e a Capela-Mor.
A um canto encontra-se a Pia Baptismal.
Fomos depois atravessar a Ponte Pedonal sobre o rio Tua, conhecida como Ponte Velha, que é uma ponte em pedra constituída por um tabuleiro assente sobre 20 arcos desiguais, com cerca de 232 metros de comprimento. Foi inicialmente construída pelos romanos, sendo depois reconstruída no século XVI.
Da ponte podemos observar o jacto de água que está instalado no rio.
Voltámos a seguir para a AC e partimos para Murça. Em Murça estacionámos e pernoitámos na ASA, junto ao Estádio Municipal (coordenadas GPS: N 41º 24' 11'' W 07º 26' 58'').
Depois de estarmos parados veio um senhor ter connosco, dizendo que era segurança do estádio e que se precisássemos de alguma coisa era só dizer. Fomos depois a pé até ao centro, que ficava a pouca distância e junto a uma rotunda encontrava-se um painel a evocar a memória do Soldado Milhões, um herói da Primeira Guerra Mundial.
Nessa rotunda encontra-se uma escultura de homenagem à apanha da azeitona, através de figuras em tamanho natural.
Quase em frente encontra-se uma zona ajardinada onde está uma ponte pedonal.
Subimos essa rua e no Largo 31 de Janeiro, ao centro de uma zona triangular, está situado o Monumento à famosa Porca de Murça, uma estátua em pedra que é o ex-libris da vila.
Subimos mais um pouco e na Praça 5 de Outubro fomos visitar a Igreja Matriz, dedicada a Nossa Senhora da Assunção, e que tem um exterior muito simples do século XVIII e Torre Sineira adossada.
O interior é constituído por uma nave
e Capela-Mor.
Na lateral tem um altar com a imagem de Nossa Senhora
ao lado do qual tem a escada em madeira para o Púlpito em pedra.
Por cima da entrada está o Coro-Alto e o tecto é em estuque pintado.
Saímos da igreja e ao centro da praça está o Pelourinho, do século XVI, assente em cima de sete degraus de pedra.
Voltámos para trás e logo a seguir à praça da Porca, passámos na Fonte da Santa que é uma fonte com tanque rectangular e decorada com um painel de azulejos.
Continuámos e passámos pelo Jardim Municipal, onde havia um lago redondo com um repuxo ao centro.
Logo à frente está uma rotunda com um monumento ao vinho.
Dali seguimos para a AC.
Continua...
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