terça-feira, 7 de novembro de 2023

Viagem pelo norte de Portugal, Galiza, Castela e Leão, Astúrias e Cantábria em Espanha - 4ª Parte

Viagem pelo norte de Portugal, Galiza, Astúrias, Cantábria e Castela e Leão em Espanha, realizada de 09.09.2023 a 29.09.2023, num total de 3185 quilómetros percorridos. (4ª e última Parte)

Dia 23 - Ruente / Aguilar de Campoo - 87,1 Km


Saímos da área de serviço e fomos dar uma volta por Ruente. Ruente é uma pequena cidade sede de município. Fomos pela estrada até à Ponte dos 9 Olhos, assim chamada por ter 9 arcos. É uma ponte medieval, baixa e construída em alvenaria

sobre a ribeira de Fuentona


É uma ponte estreita, onde mal cabem duas pessoas lado a lado.


Passámos ao lado dela e fomos percorrer o Parque de la Fuentona, que é um parque urbano com muita sombra e área de merendas.



Tem um caminho que vai sempre ao lado da ribeira


onde se vêem estátuas de animais


até chegar à La Fuentona, que é a nascente do rio . Esta nascente brota de uma parede de rocha calcária.

Deixámos a Fuentona para trás e atravessámos uma ponte de madeira


passando a seguir por umas ruas


e por um grande casarão datado de 1786, com um grande jardim.


Destaca-se o portão de entrada, em cantaria, com uma cruz sobre a porta.


Defronte havia uma zona ajardinada


onde havia um curioso recipiente para recolha de tampinhas.


Atravessámos a ponte medieval e entrámos no Bairro Monasterio, onde se encontra a Igreja de Santa Maria Madalena, construída no século XVIII.



No regresso à área de serviço passámos por mais algumas ruas do bairro.


Na ASA, fizemos a manutenção à AC, após o que partimos para a estrada. Fomos por Espinilla e passámos por estrada de montanha


onde se viam várias manadas de vacas, andando algumas até pela estrada.


Passámos e parámos em Puerto de Palombera, que é o ponto mais alto, com 1260 metros de altitude.




Depois do alto, foi sempre a descer.


Na passagem por Reinosa, parámos no Mercadona para nos abastecermos. Chegámos a Aguilar de Campoo e dirigimo-nos para a ASA (coordenadas GPS: N 42º 47' 10'' W 04º 15' 26'').


Aguilar de Campoo foi declarada Conjunto Histórico-Artístico em 1966. Ao chegar, deparámo-nos com uma passagem por debaixo da estrada N-611, em que a altura era limitada a 2,40 m e a ASA era logo a seguir à passagem. Tivemos então de voltar para trás e dar a volta por outras ruas.


Depois de estacionar, almoçámos já um pouco tarde. Depois do almoço, fomos a pé até ao centro, seguindo pelo Paseo El Soto, ao lado do rio Pisuerga, onde em certa altura havia uma ponte em madeira para atravessar para a outra margem.


Seguimos até à Puerta e Puente del Portazgo.


Esta ponte, de origem medieval, conta com uns assentos em pedra em cada uma das laterias, que serviam para descanso das pessoas que queriam aceder ao recinto amuralhado e que teriam de pagar o imposto.


A porta não pertence a este período, pois foi só construída no século XVIII. Passando a porta, do lado esquerdo fica o Palacio de la Vera Cruz, onde está instalada a Casa Paroquial


e logo a seguir, na Plaza de España, ficámos perante a Iglesia Colegiata de San Miguel



cujas fases de construção variam do século XIII ao século XVIII, mas que do século XIII apenas se conserva a porta principal.


O interior está dividido em três naves



e na Capela-mor, destaca-se o Retábulo-mor, construído no século XVI.


Saímos da igreja e defronte dela, na Plaza de España, está uma bonita fonte


e também vários edifícios com bonitas arcadas.



Um desses edifícios é o Palacio de los Marqueses de Aguilar, que fazia parte de um complexo palaciano que se localizava nesta praça.


No caminho para o Castelo, passámos pelo edifício do Ayuntamiento


e fomos até ao fundo da rua, de onde já se via. É um Castelo de origem medieval, que se encontra em ruínas e apenas as muralhas e as torres se encontram preservadas.



Não fomos até lá porque ainda ficava distante e o caminho era sempre a subir. Quase ao lado do castelo, na mesma encosta, encontra-se a Ermita de Santa Cecilia, do século XII, que também vimos cá de baixo.


Voltámos até à Plaza de España e seguimos pelo Paseo Cascajera, ladeado pelo rio Pisuerga




depois de termos passado pela Puerta del Paseo Cascajera.


Continuámos e passámos pelo Molino Capitán Malla, que é um moinho de água que fazia parte de um conjunto destes moinhos que aproveitavam a água do rio Pisuerga.


A seguir ao moinho, atravessámos a Puerta del Paseo Real, do século XIV, também conhecida como Puerta del Monasterio, que é uma das seis portas da muralha que se conservam na actualidade.


Esta porta é o início do Paseo del Monasterio, com cerca de 600 metros, que percorremos de seguida


até chegarmos aos portões do Monasterio de Santa Maria la Real


que fomos visitar de seguida.



Este mosteiro foi declarado Monumento Histórico-Artístico em 1914 e a primeira referência a este mosteiro é do século XI. Foi encerrado no século XIX e entrou em ruínas. Em 1914 foi declarado Monumento Nacional e os edifícios restaurados, na segunda metade do século XX, alojam hoje um Instituto de Ensino Secundário e também uma Fundação para o estudo do Românico. Entramos primeiramente para um museu


e passamos depois para a igreja, composta por três naves, mas práticamente só paredes.





Logo a seguir passámos pelo Claustro.




Após esta visita, percorremos novamente o caminho até à Plaza de España e pelas traseiras da Igreja San Miguel


passámos pela Puerta del Palacio de los Villatorre, conhecida localmente por Puerta de la Torrejona, construída no século XVI, que fazia parte da entrada principal do palácio.


Virámos depois para a Judiaria e passámos pela Casa de los Zorrilla, do século XVII


e logo depois pela Puerta de la Tobalina-Judería, do século XIV, que é uma das seis portas da muralha que ainda se conservam e que dava acesso ao Barrio de las Tenerias



virámos por outra rua


e seguimos para a AC, já com alguns quilómetros andados.

Dia 24 - Aguilar de Campoo / Palência - 103,6 Km


Saímos de Aguilar de Campoo e fomos para Palência. Logo à entrada da cidade, fomos visitar o Cristo del Otero, que é uma grande escultura e símbolo da cidade, que se encontra no cimo de uma colina.


Foi construída em 1931 e é uma das estátuas de Cristo mais alta no mundo. Depois de deixar a AC, subimos uma rampa que nos levou aos pés da estátua



onde há um terraço e um miradouro de onde se tem uma vista da cidade.




Nesse terraço, aos pés de Cristo, encontra-se esculpida na rocha uma pequena capela, sustentada por muitas colunas e totalmente caiada de branco




e museu com painéis informativos da vida e obra de Victorio Macho e peças do arquitecto.






A escultura foi projectada por Victorio Macho, que se encontra sepultado na capela.


Dirigimo-nos a seguir para a ASA (coordenadas GPS: N 42º 00' 12'' W 04º 32' 05''), onde almoçámos.



Depois do almoço fomos a pé para o centro. Á saída da ASA, atravessámos uma ponte de ferro, construída em 1911, para facilitar a passagem da cidade para os campos de cultivo do outro lado do rio Carrón.


Depois da ponte, seguimos pela Av. Castilla ao longo do rio


virando mais à frente para a Iglesia de San Miguel, construída nos séculos XI a XIII. Foi declarada Monumento Histórico-Artístico em 1931 e Bem de Interesse Cultural em 1992.



Desta igreja fomos por ruas interiores até à Catedral, dedicada a San Antolín e construída do século XIV ao século XVI. Chegámos pela cabeceira da Catedral


e demos a volta para a frente.


Como estava fechada não pode ser visitada.


No exterior saltam à vista as gárgulas.



Seguimos até à Plaza Mayor, onde a um canto se encontrava uma escultura de Jeronimo Arroyo, um arquitecto, político, jornalista e escultor espanhol, nascido nesta cidade.


No topo da praça encontra-se o edifício do Ayuntamiento de Palência


e ao centro um monumento a Alonso Berruguete.


Da Plaza Mayor, passámos à Plaza de San Francisco, adjacente a esta, onde se encontra a Iglesia de San Francisco, construída no século XIII.


Salienta-se o duplo Campanário em forma triangular.


Em 1620 foi anexada à igreja a Capela de Nuestra Señora de la Soledad.


Na rua junto a esta capela e nas traseiras do Ayuntamiento está uma estátua em bronze representando uma Aguadora


e ao fundo desta rua encontra-se um bonito edifício com uma pintura no topo.


Seguimos pela Calle Colón e no cruzamento com a Calle Burgos, encontra-se um colossal edifício, construído em 1914 e onde funciona o Palácio Provincial de Palência.




Virámos na Calle Burgos e logo à frente do palácio está o Convento de las Claras, construído entre os séculos XIV e XV.


Fomos visitar a igreja, cujo interior é de três naves


com uma cobertura de nervuras


e na Capela-mor está um bonito Retábulo.


Depois temos a Capela de Cristo


e o túmulo de Dom Beltrán de Guevara.


Logo a seguir situa-se a Iglesia de San Lázaro, que foi construída em várias etapas a partir do século XIV.


Também esta estava fechada e não foi visitada.


Junto da entrada está uma estátua de São Lázaro com o cão.


Regressámos à ASA e pelo caminho passámos por esta rotunda.


Quando chegámos à AC, um pouco cansados, verificámos que estavam 35º C e já não voltámos a sair.


Dia 25 - Palência / Venialbo - 150,1 Km


Saímos de Palência e fomos até Venialbo, depois de termos passado por Toro. Em Venialbo dirigimo-nos para a ASA (coordenadas GPS: N 41º 23' 28'' W 05º 32' 20''), onde almoçámos. Esta ASA fica numa zona enorme, toda relvada e com electricidade por 3 €.



Tem churrasqueiras e mesas com bancos


zona com vários aparelhos para exercício físico


e parque infantil.


De tarde saímos da ASA por um caminho de terra


atravessámos o pequeno riacho Talanda por uma ponte


e fomos dar uma volta pela vila, passando por várias ruas.



Fomos dar à Iglesia Paroquial da Assunción de Nuestra Señora, do século XII, mas que a maior parte do que vemos hoje é do século XV e que estava fechada.



Junto da igreja estava uma árvore já com bastante idade e com o tronco todo consumido, mas ainda toda verdinha a lutar pela vida.


Entrámos na estrada e logo à frente, numa zona ajardinada encontrava-se um monumento dedicado às forças armadas, com uma âncora, uma hélice e o que parece ser uma bala.


Logo a seguir está uma Ponte Pedonal, recentemente construída, sobre o riacho Talanda



ao lado da Ponte Romana



que vai dar à Plaza Mayor, onde se situa o Ayuntamiento.


Regressámos a seguir à ASA.

Dia 26 - Venialbo / Castelo Branco - 383,0 Km


Saímos de Venialbo na direcção de Salamanca e seguimos para Alba de Tormes, onde estacionámos logo depois de passar a Ponte Medieval, junto ao rio Tormes (coordenadas GPS: N 40º 49' 35'' W 05º 30' 57'').



Depois de estacionar fomos visitar a cidade e começámos pela Basílica de Santa Teresa de Jesus.



Esta Basílica, cuja construção começou em 1898 ficou inacabada e em 2007 recomeçaram as obras e foi-lhe colocada uma cobertura em madeira laminada e chapas de cobre.



No seu interior, formado por altas colunas




estava a funcionar uma exposição em homenagem a Levi Ezquierdo Martin, de 82 anos, em que se destacavam diversas pinturas.




Outros artistas se juntaram à exposição para o apoiarem, com trabalhos em terracota





e outros trabalhos.




Daqui seguimos até à Iglesia de San Pedro, que sofreu um incêndio em 1512 que a destruiu quase por completo, salvando-se apenas a fachada. Foi reconstruída em 1577.




Fomos depois visitar a Igreja do Monasterio Madres Carmelitas Descalzas, fundado em 1571 por Santa Teresa de Jesus


que conta com um magnífico portal.



O interior é de uma só nave


com o tecto em madeira


e o Retábulo da Capela-mor é riquíssimo


e o tecto do transepto é também admirável.


Do lado direito encontra-se o Púlpito


Aos pés da igreja está o Coro-alto com um magnífico Órgão.


Passámos a seguir pela Plaza Mayor




onde se encontra o Ayuntamiento


e continuámos por umas ruas



até ao Castillo-Palacio de los Duques de Alba.


Este castelo, do século XIII, tem o estatuto de Bem de Interesse Público. No seu interior encontram-se as ruínas, onde decorrem escavações arqueológicas desde 1991




e apenas resta a Torre de Menagem, convertida em museu, onde podemos visitar várias salas. No rés-do-chão, com restos de bustos, cerâmicas e moedas da época


Na Sala do Arsenal, foram descobertos afrescos que representam cenas da Batalha de Muhlberg



No topo da torre, para onde se acede por uma escadaria



temos uma sala sobre a vida de Fernando Álvarez de Toledo




e no exterior temos o Miradouro, de onde se vê toda a cidade.



Voltámos à Plaza Mayor e fomos almoçar na esplanada da Casa Fidel


onde nas mesas já desocupadas, alguns pássaros íam procurando algo para comer.


Depois do almoço fomos para a AC e seguimos para Plasência, onde planeávamos pernoitar, mas ao chegar à ASA, como estava muito calor e o estacionamento era todo ao sol, resolvemos antecipar o nosso regresso a Portugal e seguimos para Castelo Branco, tendo-nos instalado no Parque de Campismo Municipal (coordenadas GPS: N 39º 51' 28,70'' W 07º 29' 36,80'').



Dia 27 - Castelo Branco - 0 Km

Hoje mantivemo-nos no parque de campismo para descansar, das caminhadas anteriores.

Dia 28 - Castelo Branco / Pedrógão Grande - 89,0 Km


Saímos de Castelo Branco e seguimos na direcção de Pedrógão Grande. Passámos pela Barragem do Cabril e logo depois chegámos ao Parque de Campismo, onde nos instalámos e pernoitámos.



Depois de nos instalarmos fomos dar uma volta até à Barragem



e à Praia Fluvial.



Dia 29 - Pedrógão Grande / Casa - 276,2 Km


Saímos do parque de campismo e seguimos pela N2 até à Sertã, onde fomos almoçar o cabrito estonado no Restaurante Ponte Velha.



Depois do almoço, continuámos pela N2 até Montargil, onde virámos para Coruche. Fomos depois fazer os despejos na nova ASA de Erra, uma localidade ali próximo, mais para vermos como era, mas ficámos desiludidos. Apesar de ser das que necessitam de registo, encontra-se de cancelas abertas, mas o caminho para lá chegar é péssimo, em terra batida e cheio de nervuras.  Após a manutenção, continuámos a viagem e chegámos a casa ao final da tarde.