sábado, 17 de março de 2018

Um salto a Espanha

Aproveitando  a Feira do Queijo em Serpa, estendemos a viagem por outras terras alentejanas e demos um salto a Espanha. Esta viagem decorreu de 23 de Fevereiro a 5 de Março de 2018 e teve um total de 1508,6 quilómetros percorridos.

Dia 23 - Brejos de Azeitão / Serpa - 186,8 Km

Saímos de Brejos de Azeitão a meio da manhã e fomos por estrada nacional até Castelo Ventoso onde almoçámos no nosso já conhecido Restaurante Km 10.



Depois do almoço seguimos viagem até Serpa, onde nos instalámos no Parque de Campismo Municipal e onde permanecemos até ao jantar. Depois de jantar fomos até à Feira do Queijo, onde adquirimos alguns produtos.



Regressámos depois à AC para uma noite descansada.

Dia 24 - Serpa / Badajoz - 180 Km

Saímos de Serpa e fomos direito a Terena, onde visitámos o Santuário de Nossa Senhora da Boa Nova, que no fundo é a Capela da Boa Nova.






Esta capela fortificada é uma obra do séc. XIV, que chegou práticamente intacta aos nossos dias. No primeiro fim de semana posterior à Páscoa, realiza-se uma grande romaria a este templo. O Santuário de Nossa Senhora da Boa Nova foi classificado Monumento Nacional em 1910. No séc. XVIII foi acrescentado na fachada principal um singelo campanário.


O interior surpreende-nos pelo aspecto amplo da sua nave coberta por abóbadas.


Muito interessante é a decoração do presbitério, cuja abóbada está coberta de pinturas representando diversas cenas do Apocalipse de São João.



O retábulo, do séc. XVI, contém cenas representando a Anunciação e Assunção da Virgem, o Presépio, o Pentecostes e a Ressurreição de Cristo. Ao centro, está exposta a imagem de Nossa Senhora da Boa Nova com o Menino Jesus ao colo.


Os altares colaterais de São Brás 


e Santa Catarina, são de talha dourada do séc. XVIII


e o Púlpito, de alvenaria, é do séc. XIX.


Em toda a volta da nave encontram-se várias pinturas de Nossa Senhora.




Após esta visita fomos almoçar no Restaurante Botas.


Depois do almoço subimos a escadaria que nos levou até à Igreja Matriz de São Pedro, que fica num dos pontos mais elevados da vila e de cujo adro se desfruta um amplo panorama. Esta igreja já existia em 1394, sendo portanto bastante antiga. Não a pudemos visitar por se encontrar fechada.




Seguimos depois por umas ruas



e fomos até ao Castelo, que se encontra numa posição dominante no alto de um monte.






Desconhece-se a data precisa da sua construção mas acredita-se que seja do séc. XIII. No séc. XV e início do séc. XVI sofreu importantes obras de reconstrução. O Castelo encontra-se classificado como Monumento Nacional desde 1946.




Também do alto das suas muralhas se obtém uma vasta panorâmica.



Regressámos à AC


e partimos com destino a Alandroal, indo estacionar junto ao Castelo. Este Castelo foi construído no final do séc. XIII, no reinado de D. Dinis e apenas no séc. XX sofreu obras de consolidação e restauro e demolição de numerosas casas que se haviam construído encostadas às muralhas ao longo dos séculos. Foi considerado Monumento Nacional em 1910.




Entrámos pelo portão principal que é ladeado por duas torres quadrangulares, ligeiramente avançadas


e fomos pela Praça de Armas até subir à muralha que percorremos








e de onde se tem uma vista sobre a vila.



Encostada à Torre de Menagem, que se encontra actualmente interdita,


construiu-se ainda no séc. XIII a Igreja de Nossa Senhora da Graça, a qual foi sofrendo transformações ao longo do tempo. Esta igreja aparece também nalguns escritos como sendo de Nossa Senhora da Conceição. Seja um nome ou outro, não a visitámos por se encontrar fechada.




Passámos uma porta e fomos dar a outra parte do castelo.





Saímos do Castelo e fomos ver a Fonte das Bicas, também conhecida por Fonte da Praça. Esta fonte, datada do séc. XVIII, apresenta uma estrutura rectangular toda revestida a mármore da região e possui seis bicas que serviam para abastecimento da população.


Voltámos à AC e partimos para a Juromenha, indo estacionar junto à Fortaleza.


Esta Fortaleza foi reestruturada a partir da Restauração da Independência adaptando as estruturas medievais às exigências da artilharia da época. Sofreu grandes danos com o terramoto de 1755, tendo sido efectuadas obras de reparação e ampliação. Com o passar do tempo foi entrando em decadência até ao abandono total em 1920. A partir de 1950 iniciaram-se obras de consolidação que se estenderam até 1996.





Fomos até às ruínas da Igreja da Misericórdia, que era de nave única e tecto abobadado.



Fomos a seguir às ruínas da Igreja Matriz, de uma só nave e cujo tecto, já recuperado assentava em cima de pilares de pedra.





Saímos da igreja e passámos por mais algumas ruínas





indo depois até à Casa do Governador.





Esta fortaleza encontra-se classificada como Imóvel de Interesse Público, desde 1957. 



Continuando a nossa viagem passámos por Elvas, entrando de seguida em Espanha. Seguimos para Badajoz e fomos estacionar na Área de Serviço (coordenadas GPS: N 38º 53' 05'' W 06º 58' 42'')


após o que fomos dar um passeio pelo parque, voltando depois para jantar.


Depois de jantar atravessámos a Ponte de Palmas e fomos até à outra margem do Guadiana, voltando mais à frente a atravessar o Guadiana pela outra ponte e regressando à AC.




Dia 25 - Badajoz / Jerez de los Caballeros - 101,1 Km

Saímos de Badajoz e seguimos na direcção de Olivença. De salientar que Olivença é território português actualmente administrado por Espanha. Estacionámos junto à estação de autocarros (coordenadas GPS: N 38º 41’ 06’’ W 07º 05’ 51,45’’)


e fomos depois a pé até ao Castelo.


Entrámos no Centro Histórico pela Puerta de Alconchel que é ladeada por duas torres.


No interior, fomos visitar a Igreja de Santa Maria do Castelo, construída no séc. XVI sobre uma primeira do séc. XIII.





O interior é dividido em três naves cobertas com abóbadas apoiadas sobre belas colunas.



Ao fundo da nave central encontra-se o altar-mor com o retábulo em talha dourada.



A Capela do Evangelho possui uma espectacular árvore genealógica da Virgem e o tecto é embelezado com uma bela pintura.



O Púlpito é todo ele feito em mármore.


Fomos a seguir visitar a Torre de Menagem que foi mandada construir pelo nosso rei D. João II em 1488.




Mede 37 metros de altura e está dividida em três andares, sendo cada um constituído por uma sala tendo a última uma magnífica abóbada.








O acesso até ao seu terraço faz-se através de um conjunto de 17 rampas interiores, que permitiam a movimentação de peças de artilharia.




A meio tem uma saída para um terraço com acesso à muralha e de onde já se tem uma vista da cidade.










Cada um dos lados da torre estava defendido por varandas, uma das quais foi reconstruída. Do cimo da torre tem-se uma vista sobre a cidade.








Quando descemos da torre fomos visitar o Museu Etnográfico, mesmo ali ao lado.



Entre a Torre e o Museu estão expostas algumas máquinas agrícolas antigas.





Este Museu alberga no seu interior uma colecção de mais de 7000 peças distribuídas por 26 salas, que ajudam a compreender os usos e costumes da população de Olivença desde meados do séc. XIX. Destacam-se os utensílios de utilização agrícola,




alguns restos arqueológicos,




partituras e instrumentos musicais,





arte sacra





e diversas profissões como barbeiros,


alfaiates,


carpinteiros,


sapateiros,


ferreiros.


Também estão apresentados alguns estabelecimentos ou serviços como lagar de azeite,



adega,


mercearia,



tecelagem,


escola,


hospital,


tipografia


Está também representada uma habitação da população rural




e outra da burguesia.







Após a visita ao museu fomos visitar a Igreja de Santa Maria Madalena, que foi mandada construir por D. Manuel I no séc. XVI e é a única igreja de estilo manuelino em toda a Espanha.






Entrámos na igreja por uma porta lateral e admirámos o seu interior que é dividido em três naves com oito colunas retorcidas.




Grande destaque também para os trabalhos em talha dourada do séc. XVIII,





retábulos em mármore colorido e azulejaria,




e também um bonito orgão de tubos.


Passámos a seguir pela Plaza de la Constitución onde se localiza o Ayuntamiento, que tem uma portada magnífica.



Dirigimo-nos a seguir para a AC


e partimos para Jerez de los Caballeros, indo directamente para a Área de Serviço (coordenadas GPS: N 38º 19' 35'' W 06º 45' 45''), junto à Praça de Touros. Esta área de serviço é gratuita, vedada e está dividida em alvéolos bem generosos com electricidade e o piso é todo ele acimentado.




Depois de nos instalarmos fomos a pé até ao centro e passámos pela Puerta de Burgos, do séc. XIII.




Seguimos por uma rua até chegarmos à Igreja de San Miguel. Esta igreja foi construída no final do séc. XIV ou início do XV e a sua magistral torre foi edificada entre 1749 e 1756.




A igreja é formada por três fachadas exteriores, cada qual num estilo próprio.







Na foto abaixo podemos ver a imagem de San Miguel Arcanjo.


O interior é composto por três naves, sendo a central de maiores dimensões e separada das laterais por quatro grandes pilares.


A foto abaixo mostra-nos o Coro



e no Retábulo Maior podemos ver ao centro a imagem de San Miguel.


Várias capelas adornam o interior da igreja  com belas esculturas.




O Púlpito em ferro trabalhado está agarrado a um dos pilares.


Temos ainda a Pia Baptismal.


De seguida fomos até à Igreja de Santa Catalina, que não visitámos por se encontrar fechada.




Fomos depois até à Fortaleza de los Templarios, após termos percorrido algumas ruas.





A origem desta Fortaleza remonta ao séc. XIII e é uma edificação de carácter defensivo e em algumas das suas esquinas dispõe de torres defensivas,






das quais se destaca a Torre de Menagem, conhecida por Torre Sanguienta, por aqui terem sido decapitados os templários rebeldes, no séc. XIV.



A maior parte do interior da Fortaleza é ocupada por um belo jardim de onde se tem uma vista sobre a cidade.





Seguimos daqui para a Igreja de San Bartolomé que também se encontrava fechada e por esse motivo foi-nos impossível visitá-la. Esta igreja encontra-se na parte alta da cidade e foi construída no final do séc. XV e começo do XVI mas sofreu reformas no séc. XVIII.




De destacar a beleza da elegante Torre que foi construída no séc. XVIII depois de a anterior ter sido derrubada em 1759, provávelmente devido aos efeitos causados pelo terramoto de Lisboa quatro anos antes. Tem 70 metros de altura, possui planta quadrada e os seus níveis vão diminuindo de tamanho à medida que a torre ganha altura.




Regressámos à área de serviço e permanecemos na AC.


Esta cidade torna-se difícil de visitar a pé porque as suas ruas são todas a subir, se bem que no regresso seja tudo a descer.

Dia 26 - Jerez de los Caballeros / Fregenal de la Sierra - 80,3 Km

Saímos de Jerez de los Caballeros e fomos para Burguillos del Cerro. Estacionámos na Plaza España (coordenadas GPS: N 38º 22' 56,40'' W 06º 35' 25,60'') e fomos a pé até à Igreja de Santa Maria de la Encina, que não visitámos por se encontrar fechada.







A seguir seria para irmos visitar o Castelo que se situa no topo de uma colina, mas ao vê-lo cá de baixo, confesso que não tivemos coragem para subir até lá, visto que o percurso tinha de ser feito a pé porque as ruas eram muito estreitas e de difícil acesso.



Este castelo é uma fortaleza quadrangular com quatro torres.



Voltámos então para a AC



e seguimos para Zafra, indo estacionar na Área de Serviço (coordenadas GPS: N 38º 25' 33'' W 06º 24' 42'').



Estivemos na AC até ao almoço e depois fomos tomar um café e seguimos por uma rua até ao Palácio de los Duques de Feria, que apenas vimos por fora pois está actualmente transformado em hotel. Este palácio foi construído entre 1437 e 1443 e foi reformado no séc. XVII.







Passámos a seguir pela Plaza Grande, a qual está rodeada de edifícios com arcadas.





Práticamente ao lado encontra-se a Plaza Chica, que atravessámos




para ir até à Igreja de Nossa Senhora de la Candelaria, erigida em 1546, a qual também se encontrava fechada, razão pela qual não a visitámos.




Passámos também pela Puerta de Jerez ou Arco de Jerez, que fazia parte do recinto amuralhado de Zafra e foi construído entre 1426 e 1442.



Continuando, passámos a seguir pelo Arco del Cubo que também fazia parte do recinto amuralhado e também construído na mesma data.



Voltámos por outra rua e passámos pelo Monasterio de Santa Maria del Valle, popularmente conhecido como Monasterio de Santa Clara, que também se encontrava fechado.






Regressámos à AC atravessando a Plaza España, onde nos sentámos a descansar durante alguns minutos.



Ao chegar à área de serviço, verificando que ainda era cedo, resolvemos não pernoitar lá e seguimos viagem até Fregenal de la Sierra, indo estacionar na Área de Serviço, junto à estação de autocarros (coordenadas GPS: N 38º 10' 12'' W 06º 38' 58'') e onde pernoitámos.


Pouco depois de termos chegado começou a cair uma chuva miúda.

Dia 27 - Fregenal de la Sierra / Valverde del Camiño - 153,1 Km

Durante a noite esteve quase sempre a chover mas de manhã já tinha parado. Saímos da área e percorrendo algumas ruas fomos até ao Castelo Templário que data do séc. XIII.









No seu interior está instalada a Praça de Touros desde o séc. XVIII e o Mercado de Abastos, desde o séc. XX.





Encostada ao Castelo encontra-se a Igreja de Santa Maria, dos séc. XVI a XVIII, que também se encontrava fechada.




Fomos depois por umas ruas até à Igreja de Santa Ana, cuja construção primitiva data do séc. XVI e foi sofrendo remodelações nos séculos posteriores. Também esta se encontrava fechada.







Regressámos à AC e partimos para o Santuário de Nossa Senhora de los Remedios, que é o resultado de sucessivas remodelações e ampliações desde o séc. XVI a XVIII e que dista 7 Km de Fregenal de la Sierra.



Estacionámos e fomos visitar a igreja que é muito bonita. A sua construção começou em 1497 e terminou dois anos depois, mas sofreu várias remodelações nos séc. XVI e XVIII que lhe deram o aspecto actual.



Entrando na igreja deparamo-nos com uma única nave ao fundo da qual se encontra o Retábulo Maior onde se encontra a imagem da Virgem.




Temos também um bonito Púlpito todo ele em ferro trabalhado.


Por cima da entrada temos o Coro-alto, simples.


Ao lado da nave temos uma escadaria em mármore, a meio da qual se encontra uma sala com as mais diversas formas de agradecimento à Virgem por algo que ela concedeu.




Ao cimo da escadaria existe um bonito vitral com a figura da Virgem.


Chegados ao cimo entramos no Camarim que é uma sala onde se encontra ao centro a imagem da Virgem.



Em toda a volta estão imagens representando a vida da Virgem.




Em cada uma das esquinas encontra-se um anjo e na parte traseira está um vitral com a Anunciação.



A dianteira é aberta dando a oportunidade de ver a Virgem desde o retábulo. O tecto desta sala é todo trabalhado e muito bonito.




Após esta visita percorremos o exterior da igreja






e partimos de seguida para Cortegana, indo estacionar junto ao Castelo. Depois de estacionar subimos umas escadas e fomos até à Ermida de Nossa Senhora da Piedade, que  se encontra já dentro do recinto fortificado, data do séc. XIII e é de uma só nave.







O Castelo foi construído nos finais do séc. XIII e está classificado Bem de Interesse Cultural. O aspecto que apresenta actualmente é o resultado de várias reformas, restaurações e modificações que ocorreram em vários momentos. O castelo é rodeado por uma parede exterior com as suas torres. 





Entra-se na Praça de Armas onde se encontra um depósito de água subterrâneo que servia para abastecimento dos moradores do castelo: o alcaide e seus servidores.







A um lado encontra-se o palácio que consta de várias salas em andares sobrepostos. No andar inferior encontra-se a recepção e outras habitações como o cárcere.




No andar superior, além de outras habitações destaca-se a sala do alcaide.






O castelo é dominado por quatro torres ligadas entre si por um adarve ou passeio de ronda ao que se acede por uma escada desde o pátio de armas e de onde se tem um panorama da vila.













Saímos do castelo pela traseira e descemos até à Igreja do Divino Salvador, uma construção do séc. XIV, que se encontrava fechada.






Passámos na Plaza del Divino Salvador e voltámos a subir toda aquela íngreme rua até ao castelo.




Voltámos à AC e tomámos o caminho para o Camping Ribera del Chanza, mas quando lá chegámos deparámo-nos com ele fechado. Seguimos então para a próxima paragem que era o Parque Mineiro de Riotinto, mas como não havia lá mais nenhuma AC a minha co-piloto não quiz lá ficar e seguimos para a Área de Serviço de Valverde del Camiño (coordenadas GPS: N 37º 34' 52'' W 06º 45' 06''). Pelo caminho  apanhámos alguma chuva mas que depois parou.

Dia 28 - Valverde del Camiño / Isla Cristina - 176,3 Km

Esta noite foi uma noite de chuva e vento forte. Saímos de manhã da área e fomos até ao Parque Mineiro de Riotinto.
Durante a viagem esteve sempre a chover. Estacionámos no parque e fomos adquirir os bilhetes para a visita completa.





Às 10:30 começámos pela visita ao Museu que funciona no edifício que albergou o hospital da companhia inglesa que explorou as minas entre 1873 e 1954.



Este Museu alberga 5000 anos de história mineira e está dividido em 16 salas: Geologia e Mineria,


Época Romana,


Reprodução de uma Mina Romana,


Idade Média,


Departamento Médico e Hospitalar, Arqueologia, Ferrocarril de interior,





Locomotora 106,


Locomotora 150,


Vagão construído para uma viagem da rainha Victória à India e depois comprado pela companhia inglesa para transportar o pessoal directivo






e ainda a sala dedicada à imprensa.





Às 12 horas partimos atrás de um carro da organização até à Mina Peña del Hierro a cerca de 10 Km, que fomos visitar.






À entrada tivemos de colocar uns capacetes e a visita decorreu ao longo de uma galeria de cerca de 200 metros que foi terminar na mina a céu aberto com 300 metros de diâmetro e 85 de profundidade e hoje transformada num imenso lago.






Finda a visita à mina regressámos novamente atrás do carro até ao Ferrocarril Turístico.




Este comboio é constituído por locomotora e vagões da época restaurados e segue o leito do rio Tinto ao longo de uns 12 Km.










Foi pena estar sempre a chover, pois das muitas fotografias que tirei, a grande maioria só apanhou as bátegas da chuva na janela do comboio.





Regressámos ao ponto de partida e fomos depois almoçar no Restaurante Atalaya próximo do museu.
Depois do almoço fomos visitar a Casa 21 que fica no Bairro de Bellavista ou Bairro Inglês. Este bairro foi criado em 1873 para albergar o staff inglês quando estes compraram a mina.



A Casa 21 actualmente é um museu que mostra como eram estas vivendas em finais do séc. XIX e começo do séc. XX,





com os seus quadros,




as suas mobílias e jogos das crianças,






a sua cozinha e despensa.



No final iniciámos a viagem e seguimos até Isla Cristina, tendo ficado no Camping Giralda. Resta dizer que hoje o dia foi sempre de chuva e por vezes mais intensa. Quando chegámos a Isla Cristina estava sol mas já no camping esteve a trovejar durante alguns minutos.

Dia 01 - Isla Cristina / Manta Rota - 152,8 Km

Saímos do camping e seguimos para Huelva, onde depois de estacionar fomos a pé até à Catedral. Esta Catedral ou Igreja de la Merced foi fundada no séc. XVII e o seu aspecto actual é fruto de alterações ao largo de três séculos.




A parte central da fachada foi enriquecida em 1978 com as esculturas, em barro cozido, da Virgem de la Merced, San Leandro, San Walabonso, Santa Maria e o Beato Vicente de San José.



A parte superior é formada por duas partes com aberturas onde estão instalados os sinos.


O interior é formado por três naves separadas por arcos e cruzeiro central.


O cruzeiro é coberto por uma ampla cúpula hemisférica sobre pechinas que estão decoradas com tondos pintados.



Nas naves laterais existem três altares em forma de retábulos. À direita, junto do altar-maior está um primeiro retábulo de madeira dourada e policromada do séc. XVIII e ao fundo outro retábulo também de madeira dourada e policromada e decoração do séc. XIX.



À esquerda uma capela.



Nas laterais do cruzeiro estão dois retábulos: o da direita dedicado à Virgem de los Dolores


e o da esquerda com o Sagrario.


A nave central termina no Presbitério onde se salienta a imagem da Virgem com o Menino.



No presbitério foi colocado o coro, que se estende desde o altar-maior até ao cruzeiro.


Na entrada destaca-se um arco que suporta o coro-alto com prolongamento das tribunas laterais e onde se encontra o orgão.




Encostado a um pilar, na nave central, está o púlpito.


Após a visita da Catedral fomos a pé pelo Paseo Independencia e passámos na Praça de Touros,



continuámos pela Av. Cristóbal Colon, que é uma avenida muito comprida e ao fundo da qual se encontra uma pequena capela dedicada a Nossa Senhora de la Cinta.




Aí virámos e subimos até ao Santuário de Nossa Senhora de la Cinta, onde chegámos quase à hora de fechar.



Servindo de entrada ao recinto encontra-se o "Patio Claustral Obispo González Moralejo", construído em 1901. Este pátio, todo pintado de branco, está formado por arcos.




Este Santuário é uma construção do séc. XV, embora tenha sofrido várias transformações. O interior é de planta rectangular com uma nave central e duas laterais separadas por três arcos.



Na nave central encontra-se um pequeno coro, do séc. XVIII.



No presbitério há um retábulo cuja figura principal é Nossa Senhora de la Cinta.


O tecto do presbitério é encantador com uma bonita pintura.



Ladeando o presbitério há dois bonitos candeeiros.


Nas laterais do presbitério há duas pequenas capelas.





Encostado a um dos pilares encontra-se o Púlpito todo em ferro trabalhado.


O tecto deste santuário é todo em madeira.


Nas paredes destacam-se alguns painéis de azulejos, de 1920, que relatam diversas histórias marianas



e também vários vitrais alusivos a motivos religiosos.




À saída passámos por um pequeno jardim.




Regressámos à AC e partimos para Palos de la Frontera, onde estacionámos e almoçámos. Depois do almoço e após descansarmos um pouco, fomos visitar a Muelle de las Carabelas. Muelle de las Carabelas é um museu a céu aberto onde se encontram as reproduções das caravelas La Niña, La Pinta e La Santa Maria, construídas em 1992 para celebrar o 5º Centenário do Descobrimento da América.



Logo à entrada encontra-se uma pequena exposição







Devido à forte ventania que se fazia sentir, e por motivo de segurança, não foi possível visitar as caravelas por dentro, podendo apenas ser vistas por fora.










Além das caravelas o museu conta com um centro de interpretação,










uma recriação do bairro medieval











e a Isla del Encuentro, em que se tentou recriar a cultura indígena da ilha de Guanahani, primeira ilha em que desembarcou Cristóvão Colombo em 12 de Outubro de 1492 e que nomeou de San Salvador.












Após esta visita fomos mais ao lado visitar o Mosteiro de Santa Maria da Rábida que é um mosteiro franciscano construído nos finais do séc. XIV ou princípio do séc. XV e foi declarado Monumento Nacional em 1586. Estacionámos junto ao Monumento aos Descobridores da América


e atravessámos um jardim, ao fundo do qual se encontra a estátua de Cristóvão Colombo.



Mais à frente entrámos no Mosteiro pela porta por onde, segundo a tradição, passou Cristóvão Colombo.



Passámos pelo Vestíbulo


e entrámos no Claustro das Flores em que a actual arquitectura vem da reconstrução de finais do séc. XVIII.



De seguida entrámos na Igreja que é de uma única nave com o Presbitério ao fundo e o altar-mor com Cristo cruxificado, do séc. XV.




O tecto está coberto por um artesoado em madeira policromada de influência mudéjar, do séc. XIX. 


Na capela da esquerda pode-se admirar a belíssima talha, do séc. XVII, dedicada à padroeira, a Virgem dos Milagres.




Na outra capela encontra-se uma talha, também do séc. XVII, de S. Francisco de Assis.


Da igreja passámos ao Claustro Mudéjar, do séc. XV. No séc. XVII foi ampliado com outro andar. 





Nas laterais deste claustro encontram-se a Sala das Conferências e o Refeitório. O Refeitório é uma sala rectangular com um púlpito caiado para a leitura. Ao fundo tem uma cruz com Cristo cruxificado, datada do séc. XIV.



Subimos a seguir ao 1º andar e vimos a recriação de uma cela franciscana.


A seguir passámos pela Sala Capitular, que é uma sala rectangular e ampla, reconstruída no séc. XVII.




Logo depois admirámos a Galeria das Caravelas, onde estão expostas as maquetas das três caravelas.




Ao lado, a Sala dos Documentos, com vestígios arqueológicos encontrados nos arredores.





E por último a Sala das Bandeiras, de todos os países americanos e das Filipinas.





No final desta visita seguimos para Portugal e fomos ficar na Manta Rota. Fomos à àrea de serviço, mas como esta estava cheia ficámos num parque de estacionamento quase ao lado e onde já se encontravam várias ACs estrangeiras (coordenadas GPS: N 37º 09' 57'' W 07º 31' 05.50'').



Dia 02 - Manta Rota / Armação de Pera - 89,7 Km

Saímos de Manta Rota e tomámos o caminho para Armação de Pêra, indo para o Parque de Campismo de Armação de Pêra. Almoçámos já no parque e depois do almoço fomos dar uma volta.
Descemos a rua até ao mar, onde no terreno fronteiriço, propriedade do Clube de Futebol "Os Armacenenses", se encontravam imensas autocaravanas.




Fomos a seguir à Praia dos Pescadores, onde os barcos repousavam na areia e o mar estava agitado, mas que apesar disso a Nina não passou sem ir a banhos.







Continuámos até à Fortaleza que é o Forte de Santo António da Pedra da Galé, construído em 1571 e reconstruído após o terramoto de 1755. Actualmente encontra-se classificado como Imóvel de Interesse Público desde 1978.





Junto à Fortaleza as gaivotas passavam em bandos no seu voo razante.



No interior da Fortaleza foi erguida, por volta de 1720, a Capela de Santo António, em homenagem ao padroeiro do forte.



Continuámos e passámos na Igreja de Nossa Senhora dos Navegantes, que é a Matriz de Armação de Pêra e que visitámos. Esta igreja foi inaugurada em 1960 graças ao esforço e contribuições da população local. É uma igreja simples de uma só nave e no transepto tem a imagem, em pintura, de Nossa Senhora dos Navegantes e mais ao lado a imagem em escultura..





Nas laterais tem duas capelas com as imagens de Nossa Senhora e Jesus Cristo.



Por cima da entrada encontra-se o Coro-alto.


Demos mais uma volta e regressámos ao parque de campismo.




Dia 03 - Armação de Pera / Figueira - 118,4 Km

Saímos de Armação de Pêra e fomos na direcção de Silves. Estacionámos junto ao Castelo e fomos visitar a Sé Catedral cuja construção começou no séc. XIII e se prolongou até ao séc. XV. O portal da entrada principal é precedido por uma escadaria e segundo alguns historiadores, terá sido inspirado no Mosteiro da Batalha.




O interior deste templo é de três naves e transepto saliente com grandes janelões.




A cobertura é de madeira e as naves estão separadas por arcos assentes em fortes pilares de pedra octogonais.



No altar-mor está a imagem de Nossa Senhora da Conceição.


As abóbadas do tecto do transepto e das capelas laterais são de pedra em ogiva cruzada.


Existem também alguns túmulos dos séc. XV e XVI,



algumas capelas


e ainda a sala de baptismos.



É ainda digna de nota uma imagem de Nossa Senhora.


Saímos da Catedral e fomos visitar o Castelo. A primeira referência ao Castelo de Silves surge no séc. X, mas é na década de 40 do séc. XX que sofre obras de restauro que lhe deram a traça actual. É rodeado por uma forte muralha onde estão integradas dez torres.



Antes de entrar podemos ver a estátua em bronze do rei D. Sancho I.


Entrámos no recinto por uma porta com átrio, ladeada por duas torres.


Uma vez no interior subimos às muralhas e percorremos os 388 metros do caminho de ronda, tendo subido a algumas das torres.




A meio do caminho descemos e fomos ver a Cisterna de planta rectangular com 20 metros de comprimento por 16 de largura e 7 metros de altura. No interior decorre uma exposição.








Passámos a seguir pelas Habitações Palatinas que são umas ruínas.



Voltámos a subir às muralhas e mais à frente passámos pelo jardim.








Após a visita ao castelo, que foi classificado como Monumento Nacional em 1910, seguimos na direcção de Lagos.
Parámos no sítio da Torre, na E. N. 125 e fomos almoçar no Restaurante Casa Chico Zé, um restaurante típico numa casa toda em pedra, onde a especialidade são os grelhados principalmente de peixe.








Depois do almoço continuámos a viagem e fomos até à área de serviço de Lagos, mas como estava tudo cheio de lama devido à chuva que tem caído, optámos por não ficar lá e continuámos até Sagres, onde fomos visitar a Fortaleza sempre debaixo de chuva.


Após a entrada principal, encimada por um escudo de armas, ficamos na Praça de Armas onde podemos ver uma réplica do Padrão dos Descobrimentos quinhentista.








Mais ao lado encontra-se a Igreja de Nossa Senhora da Graça, edificada possívelmente em 1570 e onde que após o terramoto de 1755 foi acrescentada a sacristia e o campanário.


O interior é de nave única com pequenas janelas na parede.


Caminhámos ao longo da arriba de onde se tem uma vista sobre as escarpas.






Passámos pelo Farol





e continuámos até à extremidade onde se encontram os baluartes, um sob a invocação de Santa Bárbara e outro de Santo António, acolhendo alguns canhões.






Depois de mais esta visita, ainda estivemos parados no estacionamento onde se encontravam muitas ACs, mas como fazia muito vento acabámos por não ficar lá e seguimos até Figueira, alguns quilómetros à frente, onde nos instalámos na Área de Serviço "Figueira Autocaravana Park", que é propriedade de um casal francês (coordenadas GPS: N 37º 04' 22'' W 08º 50' 44'').






Dia 04 - Figueira / Porto Covo - 125,7 Km

Saímos da área de serviço e partimos na direcção de Porto Covo. Pelo caminho desviámos e fomos até ao Cabo Sardão, onde parámos. O Cabo Sardão situa-se na costa alentejana, sobre o Oceano Atlântico.
Passámos junto ao Farol, que é uma torre quadrangular em alvenaria, encimada por uma lanterna cilíndrica vermelha, com 17 metros de altura. O farol entrou em funcionamento em 1915.




Fomos por um caminho demarcado até às arribas para admirar o rebentamento das ondas.










Continuámos depois até Porto Covo, onde fomos estacionar para pernoitar na Área de Serviço. Esta área de serviço está instalada no antigo campo de futebol e apesar de ser bastante grande deixa muito a desejar e está práticamente às moscas pois o horário não é nada compatível com o autocaravanismo. A área tem WC, que são os antigos balneários dos jogadores, mas sem grandes condições e sem duches. Também não tem electricidade.


Almoçámos já na área e depois do almoço fomos dar uma volta pela vila.










Dia 05 - Porto Covo / Brejos de Azeitão - 144,4 Km

Saímos de Porto Covo com destino a casa onde viemos já almoçar.