segunda-feira, 24 de agosto de 2009

2003 - Viagem a Espanha e França (Parte II).

Nota: Algumas imagens apresentadas foram retiradas da internet ou são cópia de postais.
11º Dia - Brantôme/Hautefort - 140.5 Km
Saímos do camping às 10 horas e continuámos até Brantôme. Brantôme é considerada a Veneza do Périgord, por ficar rodeada pelas águas da ribeira de Dronne e encontra-se a uma altitude média de 103 metros.
Estacionámos a AC num parque junto ao centro e atravessámos um jardim e depois uma ponte do séc. XVI.
Fomos visitar a Abadia beneditina, que possui o mais velho campanário de França, do séc. XI.
Depois da visita andámos por vária ruas do centro histórico.
Regressámos à AC e tomámos o caminho para Périgueux, seguindo daqui pela N89 na direcção de Brive e virando um pouco antes desta localidade, pela D704 para Hautefort, onde fomos visitar o seu Castelo que é um dos mais prestigiados castelos do sudoeste de França.









Construído no cimo de um monte no séc. XV, no local onde existia segundo documentos da época, uma velha fortaleza desde 987. Foi depois reconstruído entre 1630 e 1670 e embelezado com jardins à francesa, por ordem do marquês de Hautefort que desejava honrar a sua irmã Marie, por quem o rei Louis XIII estava enamorado.
Este castelo ocupa uma posição dominante sobre a vila de Hautefort e está classificado como Monumento Histórico.
Antes de visitarmos o castelo, fomos dar uma volta pelos seus jardins, que são encantadores. No castelo tive acesso a um folheto que indicava uma quinta ali próximo, que acolhia autocaravanas gratuitamente.
Quando saímos dirigimo-nos para lá e apesar de termos seguido as indicações, demos uma série de voltas até finalmente termos dado com ela. Quando lá chegámos, por volta das 19 horas, já se lá encontravam mais três ACs e veio logo um senhor ao nosso encontro, que nos indicou onde estacionar e convidou a beber um aperitivo feito por ele, que estava fresquinho e era muito bom, embora ficasse sem saber de que era feito. Depois de nos receber desta maneira, foi-nos mostrar onde ficava a casa de banho e o duche, que eram separados e mostrou-nos também onde poderíamos ligar a electricidade, caso pretendêssemos.
Ficámos portanto instalados na Ferme de la Javolie, perto de Hautefort.

12º Dia - Hautefort/Vézac - 107 Km

Saímos da quinta às 09.40, após nos termos despedido do senhor e de termos adquirido uma garrafa do tal aperitivo que ele nos tinha dado à chegada.
Voltámos à N89 e continuámos na direcção de Brive, virando em Terrasson para ir visitar os Jardins de l'Imaginaire (Jardins da Imaginação), que dominam o vale do Vézère por mais de 6 hectares em terraços. A ideia de criar estes jardins, começou no início da década de 1990 e abriram as portas ao público em 1997. As visitas são acompanhadas e comentadas por um guia, neste caso por uma guia e passámos por um roseiral com mais de 2000 roseiras de várias qualidades e cores e o mais espectacular é sem dúvida o seu jardim de água.
Depois desta visita fomos dar uma volta a pé pela velha cidade e subimos até à sua Igreja, que ficava num alto, descendo pelo outro lado até ao rio Vézère, o qual é atravessado por uma ponte do séc. XII, que tem 104 metros de comprimento e é formada por 6 arcos. Esta ponte está classificada Monumento Histórico desde 1904.
Passámos em frente do Hotel de Ville, indo de seguida para a AC.
Voltámos novamente pela N89 um pouco para trás e virámos depois pela D62 para Salignac, onde fomos visitar os Jardins du Manoir d'Eyrignac, cuja visita também é acompanhada e comentada por uma guia.
Estes jardins à francesa, são excepcionais pela sua originalidade e a sua arquitectura vegetal fora do comum. Criados no séc. XVIII e transformados no séc. XIX em parque inglês, foi o pai do actual proprietário que decidiu há 40 anos recriá-los e dar-lhes a sua forma primitiva. Todo este espaço é da mesma família há 500 anos e foi passando de pais para filhos ao longo de 22 gerações, depois da construção do primeiro castelo. Eles são considerados como um dos mais belos jardins de França.

Após a visita a estes jardins, fomos na direcção de Sarlat e daqui para Vézac, onde fomos visitar o Parque do Castelo de Marqueyssac.

Concebido para passear, este parque com mais de 6 Km de passagens sombreadas, é propriedade de uma mesma família desde 1692. Do seu ponto mais elevado, a 130 metros sobre o rio, desfruta-se o mais belo panorama de Périgord.
Depois desta visita fomos para um camping que tínhamos visto lá do alto e que ficava à beira do rio. Ficámos assim instalados no Camping La Plage, onde chegámos às 19.30.

13º Dia - Vézac/Le Buisson de Cadouin - 64.6 Km

Quando estávamos quase a sair do camping, veio uma senhora ter connosco à porta da AC e esteve a fazer-nos perguntas sobre ela. Soubemos depois que era alemã, pois também não falava outra língua, mas lá nos fomos entendendo. Acabou por nos convidar a ir a casa dela a partir do dia 23 (hoje é dia 12), pois seria nessa data que chegaria a casa e disse-nos que era na montanha e que era bem mais fresco do que ali onde estávamos, pois também estes dias têm estado bastante quentes. Disse-nos também que morava lá uma senhora portuguesa, do Porto, que se chamava Lurdes e que já estava na Alemanha há 17 anos. Esta senhora alemã chamava-se e chama-se Silvia Hammelmann e deu-nos a morada e o telefone, pedindo para telefonarmos quando fôssemos e para mandar chamar a Lurdes para que ela servisse de intérprete. Ao tentar indicar-nos no nosso mapa, que era da Europa, a terra onde morava, verificou que a mesma não vinha lá e então foi buscar um que era só daquela região da Alemanha e assinalou lá a zona, oferecendo-o de seguida.
É nestas coisas que também está o encanto das viagens, pois a senhora só falava alemão, língua que nós não falamos e deu para tudo isto.
Após este episódio, acabámos por sair do camping às 09.40 e fomos para Sarlat, onde estacionámos e andámos a pé a visitar a cidade.






















Sarlat é uma cidade medieval que se desenvolveu à volta de uma Abadia beneditina e que atingiu o seu apogeu no séc. XIII com 5000 habitantes. A Abadia chegou a ser Catedral em 1317, quando o Papa João XXII, antigo bispo de Cahors, criou o bispado de Sarlat. Este bispado subsistiu até 1790, altura em que foi incorporado no de Périgueux.
Quando chegámos à Igreja de Sainte Marie, verificámos que ela está transformada num mercado coberto, no qual adquirimos alguns produtos.
Depois da visita à cidade fomos para Beynac onde, depois de estacionar, subimos ao seu Castelo a 150 metros de altura, de onde se tem uma vista sobre o vale de Dordogne. Este castelo foi construído no séc. XII pelos barões de Beynac e foi comprado por um particular em 1961. Foi classificado Monumento Histórico em 1944. Quando lá chegámos e nos dirigimos à bilheteira para comprar os bilhetes de ingresso, verificámos que a empregada era portuguesa, de Braga. Trocámos breves comentários e entrámos.









Após a visita, voltámos a descer a íngreme ladeira e novamente na AC dirigimo-nos para La Roque-Gageac, a poucos quilómetros de distância. Esta vila é ocupada desde os tempos da Pré-história. A Guerra dos 100 anos e depois as Guerras Religiosas, fizeram de La Roque-Gageac uma praça importante muito populosa. Estacionámos junto ao rio e subimos a pé até aos Jardins Exóticos.
Quando tentámos ir visitar os Fortes Trogloditas, que são buracos defensivos cavados na rocha da montanha, desviámo-nos por outro caminho e continuámos a subir por caminhos estreitos e íngremes, toda aquela montanha.













Demos uma volta enorme, com o imenso calor que se fazia sentir e acabámos por descer até à estrada, já à saída da vila e mais de uma hora depois de termos iniciado a subida.
Mais à frente passámos então pelo local da subida para os fortes, mas acabámos por não ir lá pois o acesso era através de umas escadas em madeira e de subidas já nós vínhamos fartos.
Para nos refazermos desta estafante caminhada, fomos comer um geladinho e de seguida fomos até à beira do rio Dordogne e comprámos bilhetes para ir dar um passeio a bordo de uma "Gabarra", fazendo um percurso de 6,5 quilómetros com a duração de uma hora.
Depois deste passeio de barco, fomos para a AC e tomámos a estrada novamente para Beynac e daqui, no sentido de Bergerac, tendo ficado em Le Buisson de Adouin no Camping Le Pont de Vicq, onde chegámos às 19.30.

14º Dia - Le Buisson de Cadouin/St.-Cirq-Lapopie - 240.6 Km

Durante esta noite tive de me levantar para fechar a claraboia, em virtude de ter começado a chover e mais tarde levantei-me novamente, quando parou de chover, para a voltar a abrir pois fazia bastante calor.
Saímos do camping às 10.30 e fomos pela D51 e D31e até um pouco antes de Le Bugue, onde visitámos a Gouffre de Proumeyssac que é a maior cavidade do Périgord. Foi descoberta em 1907 e foi aberta ao público em 1908. É gerida por uma empresa privada desde 1951. Muito antes da sua descoberta, já se conhecia a existência da entrada na superfície, a qual aparece registada desde a Idade Média.

Esta Gouffre consiste numa sala de 60 metros por 40 que é conhecida como a "Catedral de Cristal". O acesso a esta imensa abóboda subterrânea, faz-se hoje através de um túnel de 112 metros, escavado na rocha em 1956.

Anteriormente utilizava-se a entrada natural, que era um buraco no cimo da abóboda, entrando-se para dentro de um cesto com capacidade para quatro pessoas, por onde se baixavam os visitantes a uma profundidade de 50 metros. A descida e a subida eram accionadas por um cavalo que girava à volta de um torno rústico (tipo nora). Este ano foi inaugurado um sistema de som e de luz que lhe dá um aspecto mais agradável. A visita demorou 45 minutos.
Depois da visita seguimos para Le Bugue e depois pela D703 e D706, fomos a cerca de 9 Km a norte de Les Eyzies-de-Tayac, visitar La Roque St.-Christophe, que é um forte e cidade troglodita e o lugar rupestre mais velho do ocidente. Estas cavidades naturais na rocha, com um quilómetro de comprimento e oitenta metros de altura, foram ocupadas pelo homem na Pré-história e depois transformadas num forte e cidade na Idade Média, sendo habitadas até 1588. Hoje são classificadas Património da Humanidade, pela Unesco.

Após esta visita metêmo-nos na estrada para Cahors e quando chegámos a esta cidade, por volta das 16 horas, estavam 43º C. Fui meter gasóleo e quando saí das bombas queria seguir para o Vale do Lot mas entrei numa estrada muito estreita e passado um bocado verifiquei que não podia ser por ali e encostei num espaço para deixar passar os carros que vinham atrás de mim e fazer a inversão de marcha. Assim que parei, parou também ao meu lado um carro francês que vinha atrás e que era conduzido por um português, o qual me perguntou se eu era português e para onde queria ir. Depois de me indicar o caminho, seguiu à sua vida.
Voltei para trás e segui as indicações para o Vallée du Lot, mas percorridos alguns quilómetros, em Luzech, resolvi voltar para trás pois não me estava a parecer que houvesse algo de agradável para aqueles lados.
Voltei então para Cahors, tendo nesta cidade seguido pela D653 até Vers e depois pela D662 para Saint-Cirq-Lapopie, verificando que para este lado também era o Vale do Lot. Quando seguíamos por esta estrada começou a chover, sendo em algumas zonas uma chuva torrencial. Verificámos também que esta era a estrada que o ano passado tínhamos levado para as grutas de Pech-Merle e na qual me tinha caído uma pedra em cima da AC.
Chegámos a Saint-Cirq-Lapopie e ficámos no Camping La Plage, eram 20.15 e ainda chovia, tendo parado pouco depois.

15º Dia - St.-Cirq-Lapopie/Cordes-sur-Ciel - 203.9 Km

Saímos do camping às 09.45 e fomos visitar Saint-Cirq-Lapopie, que é uma das mais belas vilas medievais de França e que conta com 207 habitantes. Ela estende-se desde o rio por uma colina até 100 metros de altura, até terminar nas ruínas do Castelo, dos princípios do séc. XIII, de onde se obtém uma vista magnífica sobre o Vale do Lot. Mais abaixo fica a Igreja de St. Cirq, que é uma igreja gótica edificada a partir do ano 1522.

Depois de visitarmos esta vila, seguimos pela D662 que mais à frente se juntou com a D19 e passando por Cajarc, continuaram juntas até Figeac. Figeac situa-se na margem direita do rio Célé e nasceu como tantas outras, com a fundação de uma Abadia nos princípios do Cristianismo e a sua grande indústria é especializada na construção aeronáutica. A parte velha da cidade soube conservar o seu plano da Idade Média, com as suas ruas estreitas e tortuosas. Ela mantém numerosos edifícios que testemunham a arquitectura dos séc. XIII, XIV e XV. Parámos a AC num parque por detrás da Catedral, que fomos visitar e seguimos depois por algumas das suas estreitas e sinuosas ruas, até à Praça das Escrituras.











Regressámos à AC e partimos pela D922 na direcção de Cordes-sur-Ciel, ficando no Camping Camp-Redon, onde chegámos pelas 19 horas.
Hoje também esteve um dia bastante quente.

16º Dia - Cordes-sur-Ciel/Conques - 163.9 Km

Saímos do camping às 10.15 e fomos visitar Cordes-sur-Ciel, que ocupa um lugar admirável dominando o Vale do Cérou.

A cidade foi fundada em 1222 com o nome de Cordes, por Raimon VII, conde de Toulouse, para acolher refugiados das guerras e reconstruir o território. Após cinco gerações, Cordes tornou-se uma cidade com mais de 5000 habitantes e a sua expansão nasceu das industrias textil e de couro e do mundo financeiro. Inúmeras casas e palácios foram construídas pelos prósperos comerciantes e por famílias nobres entre 1280 e 1350, com as suas fachadas góticas e algumas decoradas com esculturas de alto relevo. A cidade tornou-se oficialmente Cordes-sur-Ciel em 1993.

Iniciámos a nossa visita pela Place Jeane Ramel-Cals, onde se encontra um posto de turismo e subimos a Grand Rue de l'Orloge. Atravessámos a Porte de l'Orloge, dos séc. XIV-XVI e subimos pela Grand Rue de la Barbacane até à Porte du Vainqueur, do séc. XIII, que atravessámos e continuámos pela Grand Rue Raimond VII, passando pela Halle (mercado ou praça), indo de seguida à Place Saint Michel visitar a Igreja Saint-Michel, dos séc. III, XIV e XV. Continuámos a descer a mesma rua até chegarmos à Porte des Ormeaux, do séc. XIII, tendo-a também atravessado e avançado um pouco até à Porte de la Jane, também do séc. XIII, por onde saímos para o exterior da cidade velha, dirigindo-nos para o estacionamento onde tínhamos deixado a AC.

Seguimos então em direcção a Albi, que fica nas margens do rio Tarn e que é apelidada de cidade vermelha. A origem do seu nome é ainda hoje só suposições, não havendo uma indicação certa.
Parámos para ir visitar a Catedral de Sainte-Cécile, cuja construção em pedra avermelhada, começou em 1282 e terminou em 1380, tendo sido consagrada em 23 de Abril de 1480. O Grande Coro, que visitámos, é de 1485. Visitámos também o Tesouro.

Terminada esta visita fomos almoçar, após o que seguimos pela N88 para Rodez e depois pela D901 para Conques, onde nos instalámos no Camping Beaux Rivage, tendo chegado às 18 horas.
17º Dia - Conques/Mende - 204.9 Km

Saímos do camping a pé às 10.15 e fomos para a velha vila de Conques, que remonta à Idade Média e foi fundada, tal como Rocamadour, por Saint Amadour, tendo a sua origem numa ermida.
Subimos pelas suas estreitas ruas, que conservam o empedrado da época e vimos à nossa esquerda a Chapelle Saint-Roch, cuja construção actual data do séc. XV. Continuámos a subida e atravessámos a Porte du Barry, que é constituída por um andar de habitação. Um pouco mais acima desembocámos na Place de l'Église, onde se localiza a Église Sainte-Foy de arquitectura romana, que surpreende pela sua elevada altura interior. Construída em 15 anos, a partir de 1045, é uma das mais velhas igrejas romanas de peregrinação do Caminho de Santiago. Entrámos para uma breve visita e após esta, subimos mais um pouco para admirar a paisagem sobre a vila, lá mais do alto e descemos a seguir por outra rua.

Fomos ao camping buscar a AC e tendo então saído definitivamente deste, às 12.15. Fomos novamente pela D901 para Rodez, tendo aqui seguido para Millau e virado um pouco antes desta localidade, pela D995 no sentido das Gorges du Tarn. As Gorges du Tarn são das maiores da Europa e são um dos locais mais famosos da região. São formadas por grandes espaços calcários, cuja altura média é de cerca de 900 metros, cavados por impressionantes e profundos desfiladeiros (as gorges ou gargantas). Quando chegámos, subimos pela D907, que é uma estrada bastante estreita e toda em curvas e com uma forte inclinação, até Le Point Sublime a 870 metros de altitude, de onde se tem uma admirável vista sobre o vale do Tarn.

Estivemos lá parados durante alguns minutos a apreciar e tirar fotos e filmar. Começámos a descer, continuando na D907 que mantinha as mesmas condições, até Roc des Hourtous, de onde também se têm vistas espectaculares sobre o Planalto de Méjean, os desfiladeiros e o Cirque des Banmes. Ter atenção que estas estradas não são aconselháveis a ACs muito grandes.
Depois de também aqui admirarmos a paisagem, continuámos a descer pela D907 até Sainte Enimie e daqui continuámos ainda na mesma estrada, passando depois para a N106 e N88 até Mende, onde ficámos logo à entrada no Camping Le Rocher de Moise, tendo chegado às 19 horas.

18º Dia - Mende/Le Puy-en-Velay - 217.8 Km

Saímos do camping às 10.30 e voltámos para trás para ir visitar as Grutas de Aven Armand, que foram descobertas em 18 de Setembro de 1897 por Louis Armand e abertas ao público em 11 de Junho de 1927. A gruta é formada por uma imensa sala de 120 metros de largura por 65 metros de fundo, sendo a sua altura média de 45 metros. Cabe lá dentro a imponente Catedral de Notre Dame de Paris. Possui mais de 400 estalagmites, medindo a mais alta mais de 30 metros. A entrada é feita através de um funicular, que nos leva por um túnel de 208 metros de comprimento, até 60 metros abaixo da superfície. A temperatura na gruta é de 12º C e é constante, tanto no inverno como no verão. A duração da visita é de 45 minutos.
Após a visita à gruta, almoçámos no parque de estacionamento e seguimos depois viagem pela N88, por Florac e Mende até Le Puy-en-Velay. Quando passámos em Mende, estava a chover.
Chegámos a Le Puy e seguimos as indicações que havia para um camping, tendo ficado instalados no Camping Bouthezard, onde chegámos às 18 horas. Este camping era dentro da cidade e muito perto do centro.

19º Dia - Le Puy-en-Velay - 0 Km

Hoje, uma vez que estávamos dentro da cidade, resolvemos deixar a AC no camping e fomos a pé visitá-la. Le Puy é uma cidade industrial muito pitoresca, às margens do rio Borne e acidentada por picos vulcânicos (Rochedo Corneille e Monte Aiguilhe). É um grande centro de produção de rendas desde o séc. XV.
Saímos do camping às 09.30 e fomos direito à Catedral Notre-Dame, que foi reconstruída e aumentada no séc. X, no lugar de um templo romano do ano 430. A sua fachada de uma grande altura, domina a rua frontal do cimo da sua monumental escadaria com 134 degraus e é decorada pelos seus arcos romanos.
Nesta Catedral encontra-se uma imagem da Virgem Negra, que é objecto de uma peregrinação anual por ocasião da Festa da Assunção, no dia 15 de Agosto.
Após a visita da catedral, fomos ver os seus Claustros dos séc. XI e XII.
Seguimos depois para o Rochedo Corneille, a 757 metros de altitude, no cimo do qual se encontra a colossal Estátua de Notre-Dame de France, construída em ferro moldado entre 1856 e 1860, graças a uma subscrição nacional. É composta por 105 bocados aparafusados, mede 16 metros de altura e pesa 110.000 Kg.
O seu pedestal mede 6,70 metros e tem 680.000 Kg de pedra e 45.000 Kg de ferro. O peso da cabeça da criança é de 1.100 Kg e o do seu braço 680. No interior da estátua existe uma escada em caracol, por onde subimos até quase à sua cabeça, havendo ao longo da subida algumas pequenas janelas com vista para o exterior. Do terraço junto à estátua, obtém-se uma vista maravilhosa sobre a cidade.Depois de descermos deste rochedo, dirigimo-nos para o Rochedo d'Aiguilhe, no topo do qual a 82 metros de altura, se encontra a Capela de Saint-Michel d'Aiguilhe, construída em 962 e cujo acesso se faz através de 268 degraus em torno do rochedo. Este rochedo foi formado pela chaminé de um vulcão e o rochedo Corneille, por pedaços de lava deste mesmo vulcão. A seguir descemos e fomos almoçar ao camping, indo depois do almoço até ao Museu Crozatier, que conta com galerias dedicadas à arqueologia, às belas-artes, à etnologia e às rendas, à paleontologia e às ciências naturais e ainda à mecânica. As suas colecções foram formadas a partir do início do séc. XIX.
Atravessámos a seguir o Jardim Henri Vinay e passámos por algumas ruas do centro histórico, indo depois para o camping.









Quando lá chegámos, estavam defronte de nós uns ingleses com uma roulote, com os quais estivemos a conversar durante um bocado. Resta acrescentar que eles falavam português, por terem estado no Brasil e também nas viagens que faziam de barco em serviço, paravam sempre em Lisboa na Doca de Alcântara.

20º Dia - Le Puy-en-Velay/Vizille - 347.6 Km

Saímos do camping às 9 horas e apanhámos a estrada para Valence, onde seguimos depois as indicações para o Parque Natural e Regional du Varcors.
Este parque é formado por uma cordilheira calcária com paredes rochosas verticais e está localizado entre os Alpes do norte e a Provença. Foi neste maciço que em 1944 teve lugar uma sangrenta batalha da resistência francesa contra os invasores alemães, durante a 2ª Gerra Mundial.
Chegados a este parque, entrámos na estrada D76 para o Cirque de CombCor do textoe Laval, do qual se tem uma vista soberba sobre o vale que desce abrupto das montanhas calcáreas.

Continuámos na D76, agora a descer até St. Jean-en-Royans, para irmos até aos Grands Goulets, mas nesta localidade estava uma informação de que a estrada estava cortada a 11 Km para trabalhos e então voltámos para trás pela mesma estrada, agora a subir novamente até ao Cirque, onde virámos pela D178 para La Chapelle-en-Vercors, pois também por aqui se tinha acesso aos Grands Goulets, embora fosse uma volta muito maior. Quando lá chegámos verificámos que também por este lado a estrada estava cortada e a única solução seria ir a pé. Como não estivemos dispostos a isso, descemos então pela D103 e D531, estradas estas também estreitas e com as rochas a tombar sobre elas e com vários túneis cavados nas mesmas.
Em Sassenage entrámos na D1532 para Grenoble, seguindo depois pela D1075 e em Le Pont-de-Claix pela D1085 até Vizille, onde ficámos no Camping Le Bois de Cornage, tendo chegado às 19 horas.

Continua ...