sábado, 10 de abril de 2010

Hibernação

Este ano, à semelhança do ano de 2009, a AC vai continuar a hibernar lá no seu cantinho da garagem e por esse motivo, que muito lamento, vou também andar ausente deste blogue e dos meus seguidores, a quem peço que com paciência esperem por novos relatos.
Até breve (espero eu).

quarta-feira, 17 de março de 2010

2008 - Viagem a Espanha e Itália - Parte III

Continuação da viagem...

16º Dia - Saillagouse/Zaragoza - 386.6 Km

Saímos do camping às 09.30 e seguimos por Bourg-Madame até La Seu d'Urgell, já em Espanha, tendo aqui virado para Andorra para ir abastecer de gasóleo, aproveitando depois para ir ao Centro Comercial Punt de Trobada, em San Juliá, onde fizemos algumas compras. Depois de as colocar na AC, fomos almoçar no Self-service do Centro.
Após o almoço seguimos até Lérida e a partir desta cidade entrámos na via rápida A2 até Fraga, indo a partir daqui por auto-estrada até Zaragoza, onde ficámos no Camping Ciudad de Zaragoza, o mesmo onde tínhamos ficado à vinda e onde chegámos às 18 horas.

Nesta altura e apesar de ainda estar a decorrer a Expo, já se notava que havia muito menos lugares ocupados.

17º Dia - Zaragoza - 0 Km

Hoje voltámos à Expo 2008 pois não tínhamos visto alguns pavilhões, como o da Alemanha e o do Japão entre outros, por estes terem grandes filas de espera.
Saímos do camping à 08.15 e fomos apanhar o autocarro que nos deixou mesmo à porta da Expo, tal como da primeira vez.
Depois de comprar os bilhetes, fomos logo direito ao pavilhão da Alemanha, uma vez que já sabíamos onde era, mas quando lá chegámos a fila ainda estava maior do que da outra vez e disseram-nos que tinha 5 horas de espera. Como já passava das 10 horas, só entraríamos lá para as três da tarde e nem sequer podíamos almoçar.
Resolvemos então ir ver outros pavilhões e voltar mais tarde. Assim fizemos, fomos ver outros, almoçámos, um almoço ligeiro para não se perder tempo e quando voltámos ainda estivemos mais de duas horas à espera para entrar.

Mas realmente valeu a pena este tempo de espera, pois o pavilhão era original. A visita era feita numa viagem em cadeiras aquáticas de duas pessoas cada, em que estas iam quase deitadas e com colunas de som na zona onde se encostava a cabeça e o trajecto desenrolava-se ao longo de 120 metros em curvas e durante sete minutos, através de um mundo aquático virtual, imitando um moderno ciclo de água, onde eram descritos sistemas de filtragem e apresentados os processos para purificação da água residual.

Visitámos também os pavilhões de Marrocos, do Japão, da Coreia e muitos outros e ainda alguns de comunidades autónomas de Espanha e de empresas.

Quando estávamos para entrar no da Coreia, deparámo-nos com grande aparato e então vimos que se tratava de uma visita da Raínha Sofia a este pavilhão.

Por este motivo, o pavilhão encontrava-se fechado e após a sua saída, ainda tivemos de estar bastante tempo à espera que eles reorganizassem tudo para que se pudesse entrar. À noite fomos jantar ao Restaurante do México e depois demos mais umas voltas e por fim regressámos ao camping.


18º Dia - Zaragoza/Manzanera - 231.7 Km

Saímos do camping cerca das 11 horas e apanhámos a A23, que é a autovia de Mudéjar, até Teruel, onde saímos e fomos estacionar junto ao centro da cidade.
Teruel
é uma cidade da província de Aragón e situa-se a 915 metros de altitude. Foi palco de violentos combates durante a guerra civil (1936-1939) e é especialmente conhecida pela sua arte mudéjar, reconhecida pela Unesco como Património da Humanidade.
Depois de estacionar, atravessámos o Viaduto Pedonal

e passámos na Plaza San Juan.

Aqui nesta praça começava uma feira, a que chamavam Centro Comercial ao Ar Livre, que se estendia por toda a rua seguinte e terminava na Plaza del Torico.

Nesta feira ou centro comercial, como queiram, vendia-se principalmente roupas que era um género de saldos de restos de colecção.
Depois de passar nesta última praça, fomos almoçar na esplanada do Restaurante El Pecado de Eva, que ficava logo a seguir.

Após o almoço fomos até à Catedral de Santa Maria de Mediavilla, que se encontrava em obras.

Esta catedral começou a edificar-se em 1171 e concluiu-se, com a construção da torre mudéjar, em 1257.
Passámos pela Torre de San Martin, que é do séc. XIV, também em estilo mudéjar e mede 40 metros de altura

e ao lado pela Biblioteca Pública, que se situava na Plaza Perez Prado.

Atravessámos o Portal de Daroca

e descemos a Cuesta de la Andaquilla.

Passámos também pelo Convento del Sagrado Corazón de Jesús e pela Torre e Igreja de El Salvador.
Fomos depois ao turismo, onde nos deram o mapa e indicações e de seguida visitámos mesmo ao lado o Conjunto Amantes de Teruel, que é gerido pela fundação do mesmo nome e é constituído pelo Mausoleo de los Amantes, a Igreja de San Pedro e a Torre. Começámos pelo Mausoleo, que desde 2005 conserva os restos mortais de Isabel de Segura e Juan Diego Martinez de Marcilla e difunde a trágica história de amor destes dois amantes do séc. XIII.

Conta a lenda que Diego é recusado pela família de Isabel por não possuir fortuna. Este parte de Teruel à procura de riqueza e regressa no dia em que termina o prazo de cinco anos que lhe tinham dado, encontrando Isabel recém-casada. Consegue vê-la e pede-lhe um beijo, que ela, pela sua nova condição, lhe nega. Diego morre de tristeza. No dia seguinte, no funeral, uma mulher vestida de luto aproxima-se do féretro, beija o cadáver e cai, ali mesmo, morta. Era Isabel que dava ao seu amado morto o beijo que em vida lhe recurasa.
Passámos depois à Igreja de San Pedro

e ao seu Claustro

e subimos à sua Torre.

Após esta visita, fomos para o local onde tínhamos estacionado a AC e partimos novamente pela A23, saindo depois para a N234 e pela A1514 até Manzanera, onde ficámos no Camping Villa de Manzanera, tendo chegado às 19 horas.
Este camping, que era de primeira categoria, pelas condições apresentadas não achámos que merecesse tal classificação.

19º Dia - Manzanera/Cuenca - 180.7 Km

Saímos do camping às 09.30 e fomos por estradas secundárias até Cuenca, onde estacionámos junto ao Teatro Auditório, que fica no início da zona histórica.

Cuenca é uma cidade da região autónoma de Castilla-la-Mancha e fica na confluência dos rios Júcar e Huecar. Também é Património da Humanidade desde 1996.
Depois de estacionar, entrámos na zona histórica e subimos até à Puente de San Pablo, que foi construída em 1902 em ferro e madeira, substituindo uma antiga ponte de pedra construída entre 1533 e 1589, que se desmoronou.

Atravessámos esta ponte e fomos até ao antigo Convento de San Pablo, construído a partir de 1523 como convento dominicano e que é hoje um Parador.
Voltámos a atravessar a ponte no sentido inverso e passámos junto às Casas Colgadas (casas penduradas), do séc. XV, que são o simbolo da cidade e dominam o abismo da Foz do Huécar, acentuando o perfil vertical da cidade. Hoje acolhem o Museu de Arte Abstrata.

Continuámos a subir e fomos até à Plaza Mayor, onde se encontra o Ayuntamiento e a Catedral de Nuestra Señora de La Merced, cuja traça é do final do séc. XII.

Visitámos a Catedral, cuja entrada é paga e fomos depois almoçar no Restaurante Los Arcos, que fica na mesma praça.

Depois do almoço subimos até às ruínas do Castillo, do séc. XIII, tendo antes passado pela Universidad Meméndez Pelayo.

É uma pena que reste tão pouco da antiga muralha árabe, assim como do castelo. Saímos depois pelo Arco de Bezudo, do séc. XVI, que também faz parte destas muralhas e era uma das antigas portas de entrada para a cidade amuralhada.

Começámos a descer a Calle San Pedro e passámos na Iglesia de San Pedro, situada na Plaza del Trabuco.

Esta igreja tem uma planta octogonal e a sua origem é românica, mas sofreu tantos danos ao longo dos séculos, que na realidade podemos considerá-la uma obra do séc. XVIII.
Continuámos a descer e passámos na Plaza e Iglesia de San Nicolas

e fomos sair novamente à Plaza Mayor. Passámos a seguir pelas arcadas do Ayuntamiento, que é um edifício do séc. XVIII (1733-1762) e que serve de porta à Plaza Mayor.

Depois das arcadas, entrámos na Calle Alfonso VIII

e continuámos a descida até à Iglesia de San Felipe Neri e a partir daqui descemos até à Puerta de Valencia, seguindo depois para o parque onde tínhamos estacionado.
Já na AC, continuámos a viagem até ao Camping Caravaning Cuenca, que fica a 8 Km e onde chegámos às 16 horas.

Este camping, que também é de primeira categoria, não tem comparação possível com o anterior, pois é muito bom e com belíssimas e modernas instalações sanitárias, que até tinham música ambiente e o preço foi sensívelmente o mesmo do anterior.


20º Dia - Cuenca/Segóvia - 389.1 Km

Saímos do camping às 11 horas e fomos visitar o Parque Geológico Cidade Encantada que fica a cerca de 30 Km.

Este local é uma área constituída por formações geológicas invulgares de rochas calcárias.

Existe um percurso pedestre muito interessante e de fácil acesso, que dá a volta a todo o parque geológico e que passa pelas formações mais interessantes e invulgares.

A entrada é paga, mas vale a pena a visita que demora cerca de 45 minutos.

Depois da visita, almoçámos no parque onde tínhamos deixado a AC e após o almoço voltámos a Cuenca, seguindo depois pela estrada N320 até Torrelaguna, tendo passado ao lado de Guadalajara.
Entrámos de seguida na A1 e depois pela N110 fomos até Segóvia, onde ficámos no Camping El Acueducto tendo chegado pelas 18 horas.

Este camping está muito bem localizado e tem muito perto transporte para o centro da cidade.

21º Dia - Segóvia/Miranda do Douro - 292.3 Km

Saímos do camping a pé e fomos apanhar um autocarro do outro lado da rua, para o centro da cidade.
Segóvia encontra-se na comunidade autónoma de Castela e Leão e foi declarada Património da Humanidade pela Unesco em 1985.
Apeámo-nos junto à Catedral de Nuestra Señora de la Asuncion Y de San Frutos, na Plaza Mayor. Fomos visitar a catedral, cuja construção começou em 1525 e foi consagrada em 1768.

Esta catedral substituiu a antiga Catedral de Santa Maria, que foi destruída em 1520, durante a guerra das Comunidades, por se encontrar muito perto do Alcázar. Para não encarecer muito o custo da construção, alguns elementos da antiga catedral foram aproveitados para o novo templo, como o coro, o claustro, a pia baptismal, etc.
A seguir à catedral fomos também visitar o Alcázar, que é um palácio fortificado em pedra, erguido em posição dominante sobre um penhasco rochoso.

O testemunho mais antigo do Alcázar é um documento do principio do séc. XII, pouco depois da reconquista da cidade por Afonso VI. Foi edificado sobre os restos de uma fortaleza romana e foi sucessivamente transformado desde Afonso VI até Felipe II. Foi residência dos reis de Castela durante a Idade Média. Entre as salas mais notáveis encontram-se a Galeria dos Ajimeces, a qual contém muitas obras de arte, a Sala do Trono

e a Galeria dos Reis, com um friso representando todos os reis e rainhas espanhóis desde Plágio das Astúrias até Joana a Louca.

A sala do Palácio Velho é decorada com armaduras de tipo alemão do séc. XV

e conserva as janelas geminadas que davam luz ao palácio.

Depois da visita passámos pela Casa de los Picos, que é uma construção do séc. XV e que passou por diversos proprietários , tanto públicos como privados, tendo nos anos 70 do século passado, passado para o Ministério da Educação e Ciência e hoje é uma escola de arte.

Fomos depois admirar o Acueducto Romano, que é de finais do séc. I e tem a sua origem na Sierra de Guadarrama. Tem 14965 metros de comprimento, 28,10 metros de altura máxima e 166 é o total de arcos, sustentados em 120 pilares.

Foi construído com mais de 20000 peças de granito sem nenhuma substância de ligação, para abastecer de água a cidade de Segóvia. Foi declarado Monumento Nacional em 1884 e Património da Humanidade pela Unesco em 1985.
Junto do aqueduto fomos almoçar no Restaurante Amado e após o almoço fomos apanhar o autocarro de regresso ao camping e saímos deste com a AC, às 15 horas.
Seguimos por uma estrada nacional até apanhar a A6, indo nela até sair para a A11 que nos levou para Zamora. A partir desta cidade, apanhámos uma estrada secundária para Portugal, seguindo depois para Miranda do Douro, onde ficámos no Camping Municipal Santa Luzia, tendo chegado às 17.30 já pela hora portuguesa.

22º Dia - Miranda do Douro/Amarante - 227.8 Km

Saímos do camping às 10.15 e fomos pela estrada nacional 221 até Mogadouro, virando depois pela N216 até Macedo de Cavaleiros,

onde almoçámos no Restaurante Típico O Montanhês.
Depois do almoço continuámos a viagem e entrámos no IP4, indo nele até Amarante, onde saímos e fomos ficar no Parque de Campismo do Penedo da Rainha, que pertence ao Clube de Campismo do Porto, onde chegámos às 16 horas.


23º Dia - Amarante/São Jacinto - 134.4 Km

Saímos do parque de campismo por volta das 10 horas e fomos pela N15 até Gandra, onde fomos à fábrica da Orla para resolver um problema na bomba de água da AC.
Depois do problema resolvido fomos almoçar lá perto, na Adega Regional Casa Pichel, que é um restaurante rústico com uma decoração original, em que o tecto imita uma gruta e onde se come muito bem e o pessoal é simpático.

Juro que eles não me ofereceram o almoço para eu estar a dizer isto.
Terminado o almoço, continuámos pela N15 na direcção do Porto, entrando depois na via rápida até apanhar a A25 e circulando nesta durante alguns quilómetros até encontrar as indicações de S. Jacinto, para onde nos dirigimos e fomos ficar no Parque Municipal de Campismo de São Jacinto, tendo chegado às 17 horas.
Depois de nos instalarmos, fomos a pé até ao fim da estrada, cerca de 3 Km, onde apanhámos o ferry-boat para a Barra.

Neste trajecto fomos sempre ao lado da ria de Aveiro, onde havia muitos barcos

e passámos junto da entrada do Parque Natural das Dunas de São Jacinto, que é uma reserva natural criada em 1979. No final da estrada, mesmo junto ao cais de embarque, encontra-se a Base Aérea de São Jacinto.
Uma vez do lado de lá, encontramo-nos na Barra de Aveiro e fomos dar uma volta. Passámos junto do Forte da Barra, com o seu Farol,

tendo continuado até uma zona toda ajardinada à beira da ria, que se notava ser nova e que estava muio bem cuidada.

Voltámos para trás e novamente no ferry e depois a pé, regressámos ao parque de campismo.

24º Dia - São Jacinto/Pinhal do General - 360.6 Km

Saímos do parque de campismo às 10 horas e fomos por Estarreja e Gafanha até Ílhavo, onde demos uma volta na AC, para admirar as suas casas típicas pintadas com riscas verticais em cores vivas e alegres alternadas com a cor branca.

Seguimos depois por Mira direito à Figueira da Foz e daqui por Leiria até Vila Franca de Xira, onde virámos pela Ponte Marechal Carmona

até ao Porto Alto e seguindo a partir daqui pela N118 e IC32 até ao Pinhal do General, onde chegámos pelas 18 horas, tendo assim terminado esta viagem.

E S T A T Í S T I C A


__ Total de quilómetros percorridos: 5727,8
__ Total de gasóleo consumido: 653,99 Litros
__ Consumo médio aos 100 Kms: 11,418 Litros
__ Despesa com gasóleo: 787,63 Euros
__ Despesa com portagens: 149,35 Euros
__ Total de noites em campings: 15
__ Despesa total com campings: 281,83 Euros
__ Despesa média com campings:
____________ Portugal: 9,26 Euros
____________ Espanha: 21,05 Euros
____________ França: 18,35 Euros
____________ Itália: 23,33 Euros

Obs.: 2 Adultos e Autocaravana