Ruta de Don Quijote - 3ª Parte

Viagem a Espanha para percorrer a Ruta de Don Quijote, realizada de 04.07 a 14.07.2022 num total de 2131,6 Km percorridos (3ª e última parte).

Dia 10 - Guadalupe / Castelo Branco - 323,7 Km

Saímos do camping e fomos para o centro de Guadalupe. Estacionámos à entrada (coordenadas GPS: N 39º 27' 10'' W 05º 19' 51''), de onde se tinha uma prespectiva sobre o Real Monasterio de Nuestra Señora de Guadalupe.

Deixámos a AC e fomos por uma rua a subir

até à Plaza de Santa Maria de Guadalupe

onde se destaca a fachada principal do Mosteiro, que é Património da Humanidade Unesco desde 1993.

Fomos então visitar o Mosteiro, cuja construção se iniciou no século XIV à volta da imagem da Virgem de Guadalupe.

Começámos a visita pela Basílica,

onde sobressai o Retábulo Maior

que aloja a imagem da Virgem

e cuja cúpula é simplesmente admirável.

Junto ao Transepto, anexado a cada uma das colunas laterais, encontra-se um Púlpito com o gradeamento em ferro.

Aos pés da igreja está o Coro-Alto.

Visitámos de seguida o Claustro

com mais de 30 quadros expostos nas suas paredes

e um Templete (pavilhão) ao centro.

Subimos ao piso superior

onde nas paredes continuava a exposição de quadros.

Após a visita ao Mosteiro, descemos uma rua em direcção ao estacionamento

e como eram horas de almoço acabámos por almoçar ali. Depois do almoço seguimos para Trujillo, indo estacionar na área de serviço, que fica junto à Praça de Touros (coordenadas GPS: N 39º 27' 27'' W 05º 52' 21''). Era nossa intenção pernoitar ali e aproveitar o resto da tarde para revisitar Trujillo, onde já havíamos estado há uns bons anos atrás, mas como não gostámos da área por ser demasiado inclinada, resolvemos não ficar lá e seguimos para Portugal, indo pernoitar no Parque de Campismo Municipal de Castelo Branco (coordenadas GPS: N 39º 51' 28,40'' W 07º 29' 36,80'').

Dia 11 - Castelo Branco / Valhelhas - 146,8 Km

Saímos de Castelo Branco e como já só queríamos sair do calor, tomámos o caminho da Serra da Estrela na esperança de mais fresquidão e fomos para o Parque de Campismo de Valhelhas (coordenadas GPS: N 40º 24' 14'' W 07º 24' 21''). Este parque é bastante arborizado o que nos permitiu colocar as cadeiras fora e finalmente apanharmos um pouco de fresco. Como chegámos ainda cedo fomos até à praia fluvial, que fica nas traseiras do parque o qual tem uma porta de acesso a ela.

Fiquei com pena de não ter calção de banho, pois a água convidava a um mergulho. Não conhecíamos nem o parque nem a praia e gostámos imenso, tanto de um como de outro e pensámos voltar lá um dia com mais tempo e menos calor.

Dia 12 - Valhelhas / Arganil - 119,4 Km

Saímos do parque de campismo e de Valhelhas e fomos na direcção de Manteigas, passando mais à frente, na E. N. 338, pela Fonte Paulo Luis Martins, onde estacionei.

Esta Fonte é a parte final de uma cascata de água corrente, gelada e cristalina que corre para o rio Zêzere. Tem gravada na pedra a data de 1951 e é formada por duas bicas que jorram a água numa pia rectangular em granito.

Logo a seguir, já na E. N. 339, passámos e parámos num miradouro de onde se via o Vale Glaciário de Alforfa.

Continuámos e passámos pela Nave de Santo António

e pelo Covão do Boi que se localiza a mais de 1850 metros de altitude e reúne um conjunto de colunas graníticas, popularmente conhecidas por queijeiras.

Nas paredes destas rochas, encontra-se esculpida uma figura de Nossa Senhora da Boa Estrela, a padroeira dos pastores, com uma altura de cerca de 7 metros.

Fomos depois até à Praia Fluvial de Paul, apenas para ver (coordenadas GPS: N 40º 12' 29'' W 07º 38' 12,60'').

A partir daqui tomámos o caminho para a ASA do Barril de Alva, onde fomos almoçar no restaurante local. Depois do almoço fomos até à ponte para vermos a praia fluvial, onde estavam algumas pessoas.

Era para ficarmos dois dias nesta ASA e paguei os dois dias de electricidade, mas mais uma vez devido ao calor e como não queríamos dormir com as janelas abertas, resolvemos abandonar o local e fomos para o Parque de Campismo de Sarzedo em Arganil, onde estaríamos mais à vontade.

Dia 13 - Arganil - 0 Km

Hoje mantivemo-nos no parque de campismo para descansar e aproveitar a sombra que ali existia. Ao final da tarde fomos dar uma volta até à ponte sobre o rio Alva de onde se tinha uma vista sobre o rio e a praia fluvial.

Dia 14 - Arganil / Brejos de Azeitão - 284,1 Km

Saímos do parque de campismo e regressámos a casa, tendo pelo caminho ido almoçar no Restaurante Elsa & Filomena, que fica no IC2 um pouco antes da Batalha e já nosso conhecido no regresso de outras andanças. Assim terminou esta curta viagem com vontade de iniciar já outra.

Ruta de Don Quijote - 2ª Parte

Viagem a Espanha para percorrer a Ruta de Don Quijote, realizada de 04.07 a 14.07.2022 num total de 2131,6 Km percorridos (2ª parte).

Dia 7 - Argamasilla de Alba / Villanueva de los Infantes - 97,7 Km

Saímos da ASA e fomos até ao Castillo de Peñarroya, a cerca de 12 Km, à entrada do Parque Natural das Lagunas de Ruidera, onde estacionámos num grande terreiro junto ao castelo.

Este castelo foi inicialmente uma fortaleza muçulmana e foi conquistado pelas ordens religiosas coligadas de Santiago e San Juan, no século XII, ficando definitivamente na posse da Ordem de San Juan, no século XIII.

Atravessámos uma porta

que dava acesso ao interior.

Subimos a muralha

de onde se tinha uma vista sobre o rio Guadiana e a albufeira de Peñarroya.

Descemos e fomos visitar a pequena capela, do século XVI

onde se destaca o Retábulo

e o camarim da Virgem.

Deixámos o castelo e penetrámos no Parque Natural das Lagunas de Peñarroya, onde se localizam as Lagunas de Ruidera. As Lagunas são um conjunto de pequenos lagos que estão na sua maioria interligados.

Ao longo do caminho existem vários miradouros.

Depois de percorrer toda a estrada das lagunas, a uma velocidade de 30 Km/h, partimos para Villanueva de los Infantes. Ao chegar dirigimo-nos para a ASA, que também era como as anteriores (coordenadas GPS: N 38º 44' 25,20'' W 03º 00' 12,50''). Depois de nos instalarmos fomos a pé até ao Centro Histórico, cerca de 1 Km. Pelo caminho passámos pelo Convento de las Franciscanas

e seguimos em frente

até chegar à Plaza Mayor

onde se localiza o Ayuntamiento.

As casas à volta ostentavam belas balaustradas em madeira.

No topo da praça encontra-se a Iglesia de San Andrés Apóstol, construída no século XVI.

A planta do interior é em cruz latina,

dividida por secções cobertas por abóbodas nervuradas

e capelas laterais, numa das quais se encontra o corpo de Francisco Quevedo, um nobre politico e escritor espanhol.

Na parede lateral, junto à Capela Mor está um Órgão de tubos

e também um bonito vitral.

No Coro Alto encontra-se outro Órgão de tubos.

Na Plaza Mayor também existem as estátuas de Don Quixote e o seu cavalo Rocinante e de Sancho Pança com o seu burro.

Da Plaza Mayor seguimos pela Calle Cervantes

até à Plaza de San Juan

onde se situa o Convento de Santo Domingo, construído no século XVI

o qual fomos visitar. Entrámos directamente para o Claustro

e subimos ao piso superior

por uma escada cujo tecto é surpreendente

e passámos pela cela onde o poeta Francisco de Quevedo passou os últimos meses da sua vida.

Vimos também o salão nobre.

Após esta visita regressámos à ASA e também aqui éramos os únicos ocupantes.

Dia 8 - Villanueva de los Infantes / Almagro - 155,9 Km

Saímos de Villanueva de los Infantes e fomos até Manzanares, tendo estacionado próximo do Castelo, numa rua em que batia a sombra projectada pelos prédios (coordenadas GPS N 38º 59' 40,70'' W 03º 22' 07''). Passámos depois a pé pelo Castillo de Pilas Bonas, uma fortaleza do século XIII que é hoje um hotel.

Seguimos pela Calle Virgen del Carmen

até à Plaza de la Constitución onde fica o Ayuntamiento

Também nesta praça fica a Iglesia de Nuestra Señora de la Asunción, cuja construção inicial data do século XV, tendo sofrido um incêndio no século XVI, do qual só ficou a estrutura do templo, sendo depois restaurada

Possui um belo portal

O interior é simples, de uma só nave

com cinco capelas laterais.

O Retábulo actual foi construído em 2003 no Equador e consta de 110 peças em madeira de cedro

e tem um Púlpito de ambos os lados, feito da mesma madeira.

O Coro-Alto encontra-se aos pés e abriga um orgão que data de 1951.

Seguindo pela rua, um pouco mais à frente, encontra-se a Ermita de la Vera Cruz

Esta Ermita é uma pequena igreja construída no século XVI, limitada na altura ao espaço onde é hoje o transepto, tendo no século XIX sido objecto de várias restaurações. Foi destruída durante a Guerra Civil e reconstruída em 1940. O interior é simples e de uma só nave.

Em 1962 foi mandado construir o Retábulo do Altar-Mor, em madeira policromada, ogival, que cobre toda a parede da cabeceira

Ao centro encontra-se a imagem principal da igreja: o Nosso Pai Jesus do Perdão, que é o padroeiro de Manzanares

Por detrás do Retábulo existe uma escada

que dá acesso à capela onde está o Nosso Pai Jesus

e onde se pode ver uma das gravuras na madeira do Retábulo

No transepto encontra-se o Púlpito, também em madeira

Na lateral existe a Capilla del Santisimo

e também bonitos vitrais

Aos pés encontra-se o Coro-Alto

Fomos depois passar pela Ermita de San Antón, uma construção do século XV, que se localiza no meio da praça com o mesmo nome.

A partir daqui fomos fazer a Ruta Manzanares Histórico, que percorre a parte antiga da cidade ao longo dos seus oito séculos de história.

Regressámos à AC e partimos para o Parque Nacional de las Tablas de Daimiel. Estacionámos à entrada (coordenadas GPS: N 39º 08'16'' W 03º 41' 47''). As Tablas de Daimiel são uma zona húmida práticamente única na Europa e devido às suas condições são o habitat excepcional para toda a fauna ligada ao meio aquático.

Existem três percursos que se podem fazer livremente: o Percurso da Ilha do Pão, o Percurso da Lagoa Permanente e o Percurso da Torre do Prado Ancho. Nós optámos por fazer o primeiro, que era circular e tinha uma distância de 2 Km.

Começa no local do estacionamento por um caminho em terra batida

e passa depois por uma série de passadiços de madeira que servem para passar de ilha em ilha

Já no final deste percurso pudemos ver Los Majanos, que são construções em pedra retiradas dos campos e amontoadas sem qualquer argamassa para as unir e que servem para abrigo de animais.

Como estava muito calor, ficámos apenas por este percurso e voltámos à autocaravana partindo então para Almagro. Ficámos no Camping Los Arenales à entrada da cidade (coordenadas GPS: N 38º 52' 51,20'' W 03º 41' 47'') e já não saímos. Como o calor era tanto, fomos até ao bar tomar umas bebidas fresquinhas.

Dia 9 - Almagro / Guadalupe - 211,5 Km

Saímos do camping e fomos estacionar perto do centro (coordemadas GPS: N 38º 53' 22'' W 03º 42' 21''). De seguida fomos visitar o Convento de la Asunción de Calatrava, que é do século XVI.

Entrámos directamente para o Claustro que apresenta uma galeria dupla com um total de 60 colunas

e ao redor dele podemos observar várias portas ricamente decoradas

Do claustro entrámos no Refeitório

e de seguida na Sala Capitular.

No claustro destaca-se a escada em pedra com três lanços, de acesso ao piso superior

De salientar a decoração existente nos pilares. em que podemos ver cabeças humanas e de animais em alto relevo

No piso superior temos outra vista do Claustro

e uma Sala Mudéjar, que na sua origem era destinada a dormitório das religiosas do convento

em que o tecto é de madeira.

Na igreja não era permitida a entrada e apenas pudemos entrar no Coro-Alto

de onde se tinha a vista sobre a igreja que é constituída por uma só nave com capelas laterais.

Terminada a visita atravessámos a praça frontal, onde existia uma bonita fonte com jactos de água

e seguimos pela Calle Madre de Dios e Calle Feria

ao fundo da qual se encontra a Iglesia de San Agustin, do século XVIII.

O Transepto é coberto por uma linda cúpula

A nave central e o coro-alto são cobertos por abóbadas com pinturas

Actualmente é utilizada como uma das principais salas de exposição da cidade.

Ao sair ficámos na Plaza Mayor, que estava rodeada por esplanadas

e onde se situa o Ayuntamiento

A meio da praça, de um dos lados, encontra-se o Corral de las Comedias

que é o único exemplar totalmente preservado de um teatro do século XVII, pois ainda mantém a estrutura original

Subi depois á primeira galeria que era destinada a famílias de alto poder

e também à segunda

Saímos e ao fundo da praça passámos pela escultura equestre de Diego de Almagro, um conquistador espanhol do século XV.

No regresso à AC passámos pela Iglesia de San Bartolomé, do século XVIII

e virámos depois pela estrada principal, passando logo a seguir pela Iglesia de San Blas, do século XVI

Já na AC viajámos até Ciudad Real, indo estacionar junto ao Gasset Park num grande estacionamento (coordenadas GPS: N 38º 58' 56,50'' W 03º 56' 03.40'')

Depois de estacionar à sombra de uma árvore, fomos por várias ruas até à Plaza Mayor

onde estivemos sentados numa esplanada a refrescar a garganta, pois o calor era insuportável. No topo desta praça fica também o Ayuntamiento, num bonito edifício, construído em 1976

Transpusemos depois o Ayuntamiento

e fomos por uma rua

até à Plaza del Pilar, onde às 17:27 marcava num painel 45º.

Continuámos, passámos pela Iglesia de San Pedro, do século XIV

e fomos até à Catedral de Santa Maria del Prado, do século XV

defronte da qual existe um jardim com um coreto ao centro

Ao chegar verificámos que se iria realizar um casamento, pois já estavam a chegar os convidados

O interior é de nave única de grandes proporções, 34 metros de altura por 53 de comprimento e 18 de largura

O Retábulo foi construído em madeira durante quatro anos, terminou em 1616

e é presidido por uma imagem da Virgem del Prado

Tem algumas capelas laterais

e a cobertura é com abóbadas nervuradas

Após esta visita regressámos à AC e passámos, ainda a pé, pela Puerta de Santa Maria que era uma das entradas do Alcázar e recinto amuralhado de Ciudad Real na Idade Média.

Já na AC, seguimos para Guadalupe, tendo ficado no Camping Las Villuercas Guadalupe, à entrada da cidade (coordenadas GPS: N 39º 26' 28'' W 05º 18' 58,50'').