Saímos do camping às 10 horas e continuámos até Brantôme. Brantôme é considerada a Veneza do Périgord, por ficar rodeada pelas águas da ribeira de Dronne e encontra-se a uma altitude média de 103 metros.
Estacionámos a AC num parque junto ao centro e atravessámos um jardim e depois uma ponte do séc. XVI.





No castelo tive acesso a um folheto que indicava uma quinta ali próximo, que acolhia autocaravanas gratuitamente.12º Dia - Hautefort/Vézac - 107 Km
Saímos da quinta às 09.40, após nos termos despedido do senhor e de termos adquirido uma garrafa do tal aperitivo que ele nos tinha dado à chegada.
Voltámos à N89 e continuámos na direcção de Brive, virando em Terrasson para ir visitar os Jardins de l'Imaginaire (Jardins da Imaginação), que dominam o vale do Vézère por mais de 6 hectares em terraços. A ideia de criar estes jardins, começou no início da década de 1990 e abriram as portas ao público em 1997. As visitas são acompanhadas e comentadas por um guia, neste caso por uma guia e passámos por um roseiral com mais de 2000 roseiras de várias qualidades e cores e o mais espectacular é sem dúvida o seu jardim de água.


volta a pé pela velha cidade e subimos até à sua Igreja, que ficava num alto, descendo pelo outro lado até ao rio Vézère,
o qual é atravessado por uma ponte do séc. XII, que tem 104 metros de comprimento e é formada por 6 arcos. Esta ponte está classificada Monumento Histórico desde 1904.
to mais elevado, a 130 metros sobre o rio, desfruta-se o mais belo panorama de Périgord.13º Dia - Vézac/Le Buisson de Cadouin - 64.6 Km
Quando estávamos quase a sair do camping, veio uma senhora ter connosco à porta da AC e esteve a fazer-nos perguntas sobre ela. Soubemos depois que era alemã, pois também não falava outra língua, mas lá nos fomos entendendo. Acabou por nos convidar a ir a casa dela a partir do dia 23 (hoje é dia 12), pois seria nessa data que chegaria a casa e disse-nos que era na montanha e que era bem mais fresco do que ali onde estávamos, pois também estes dias têm estado bastante quentes. Disse-nos também que morava lá uma senhora portuguesa, do Porto, que se chamava Lurdes e que já estava na Alemanha há 17 anos. Esta senhora alemã chamava-se e chama-se Silvia Hammelmann e deu-nos a morada e o telefone, pedindo para telefonarmos quando fôssemos e para mandar chamar a Lurdes para que ela servisse de intérprete. Ao tentar indicar-nos no nosso mapa, que era da Europa, a terra onde morava, verificou que a mesma não vinha lá e então foi buscar um que era só daquela região da Alemanha e assinalou lá a zona, oferecendo-o de seguida.


Sarlat é uma cidade medieval que se
desenvolveu à volta de uma Abadia beneditina e que atingiu o seu apogeu no séc. XIII com 5000 habitantes. A Abadia chegou a ser Catedral em 1317, quando o Papa João XXII, antigo bispo de Cahors, criou o bispado de Sarlat. Este bispado subsistiu até 1790, altura em que foi incorporado no de Périgueux.
Quando chegámos à Igreja de Sainte Marie, verificámos que ela está transformada num mercado coberto, no qual adquirimos alguns produtos.



Após a visita, voltámos a descer a íngreme ladeira e novamente na AC dirigimo-nos para La Roque-Gageac, a poucos quilómetros de distância. Esta vila é ocupada desde os tempos da Pré-história. A Guerra dos 100 anos e depois as Guerras Religiosas, fizeram de La Roque-Gageac uma praça importante muito populosa. Estacionámos junto ao rio e subimos a pé até aos Jardins Exóticos.
Quando tentámos ir visitar os Fortes Trogloditas, que são buracos defensivos cavados na rocha da montanha, desviámo-nos por outro caminho e continuámos a subir por caminhos estreitos e íngremes, toda aquela montanha.

Demos uma volta enorme, com o imenso calor que se fazia sentir e acabámos por descer até à estrada, já à saída da vila e mais de uma hora depois de termos iniciado a subida.
Mais à frente passámos então pelo local da subida para os fortes, mas acabámos por não ir lá pois o acesso era através de umas escadas em madeira e de subidas já nós vínhamos fartos.

Para nos refazermos desta estafante caminhada, fomos comer um geladinho e de seguida fomos até à beira do rio Dordogne e comprámos bilhetes para ir dar um passeio a bordo de uma "Gabarra", fazendo um percurso de 6,5 quilómetros com a duração de uma hora.
Depois deste passeio de barco, fomos para a AC e tomámos a estrada novamente para Beynac e daqui, no sentido de Bergerac, tendo ficado em Le Buisson de Adouin no Camping Le Pont de Vicq, onde chegámos às 19.30.
14º Dia - Le Buisson de Cadouin/St.-Cirq-Lapopie - 240.6 Km
Durante esta noite tive de me levantar para fechar a claraboia, em virtude de ter começado a chover e mais tarde levantei-me novamente, quando parou de chover, para a voltar a abrir pois fazia bastante calor.
Saímos do camping às 10.30 e fomos pela D51 e D31e até um pouco antes de Le Bugue, onde visitámos a Gouffre de Proumeyssac que é a maior cavidade do Périgord. Foi descoberta em 1907 e foi aberta ao público em 1908. É gerida por uma empresa privada desde 1951. Muito antes da sua descoberta, já se conhecia a existência da entrada na superfície, a qual aparece registada desde a Idade Média.
Esta Gouffre consiste numa sala de 60 metros por 40 que é conhecida como a "Catedral de Cristal". O acesso a esta imensa abóboda subterrânea, faz-se hoje através de um túnel de 112 metros, escavado na rocha em 1956.
uma chuva torrencial. Verificámos também que esta era a estrada que o ano passado tínhamos levado para as grutas de Pech-Merle e na qual me tinha caído uma pedra em cima da AC.15º Dia - St.-Cirq-Lapopie/Cordes-sur-Ciel - 203.9 Km
Saímos do camping às 09.45 e fomos visitar Saint-Cirq-Lapopie, que é uma das mais belas vilas medievais de França e que conta com 207 habitantes. Ela estende-se desde o rio por uma colina até 100 metros de altura, até terminar nas ruínas do Castelo, dos princípios do séc. XIII, de onde se obtém uma vista magnífica sobre o Vale do Lot. Mais abaixo fica a Igreja de St. Cirq, que é uma igreja gótica edificada a partir do ano 1522.

Regressámos à AC e partimos pela D922 na direcção de Cordes-sur-Ciel, ficando no Camping Camp-Redon, onde chegámos pelas 19 horas.
Hoje também esteve um dia bastante quente.
16º Dia - Cordes-sur-Ciel/Conques - 163.9 Km
Saímos do camping às 10.15 e fomos visitar Cordes-sur-Ciel, que ocupa um lugar admirável dominando o Vale do Cérou.
A cidade foi fundada em 1222 com o nome de Cordes, por Raimon VII, conde de Toulouse, para acolher refugiados das guerras e reconstruir o território. Após cinco gerações, Cordes tornou-se uma cidade com mais de 5000 habitantes e a sua expansão nasceu das industrias textil e de couro e do mundo financeiro. Inúmeras casas e palácios foram construídas pelos prósperos comerciantes e por famílias nobres entre 1280 e 1350, com as suas fachadas góticas e algumas decoradas com esculturas de alto relevo. A cidade tornou-se oficialmente Cordes-sur-Ciel em 1993.
Iniciámos a nossa visita pela Place Jeane Ramel-Cals, onde se encontra um posto de turismo e subimos a Grand Rue de l'Orloge. Atravessámos a Porte de l'Orloge, dos séc. XIV-XVI e subimos pela Grand Rue de la Barbacane até à Porte du Vainqueur, do séc. XIII, que atravessámos e continuámos pela Grand Rue Raimond VII, passando pela Halle (mercado ou praça), indo de seguida à Place Saint Michel visitar a Igreja Saint-Michel, dos séc. III, XIV e XV. Continuámos a descer a mesma rua até chegarmos à Porte des Ormeaux, do séc. XIII, tendo-a também atravessado e avançado um pouco até à Porte de la Jane, também do séc. XIII, por onde saímos para o exterior da cidade velha, dirigindo-nos para o estacionamento onde tínhamos deixado a AC.
Seguimos então em direcção a Albi, que fica nas margens do rio Tarn e que é apelidada de cidade vermelha. A origem do seu nome é ainda hoje só suposições, não havendo uma indicação certa.
Parámos para ir visitar a Catedral de Sainte-Cécile, cuja construção em pedra avermelhada, começou em 1282 e terminou em 1380, tendo sido consagrada em 23 de Abril de 1480. O Grande Coro, que visitámos, é de 1485. Visitámos também o Tesouro.

Saímos do camping a pé às 10.15 e fomos para a velha vila de Conques, que remonta à Idade Média e foi fundada, tal como Rocamadour, por Saint Amadour, tendo a sua origem numa ermida.

18º Dia - Mende/Le Puy-en-Velay - 217.8 Km
Saímos do camping às 10.30 e voltámos para trás para ir visitar as Grutas de Aven Armand, que foram descobertas em 18 de Setembro de 1897 por Louis Armand e abertas ao público em 11 de Junho de 1927. A gruta é formada por uma imensa sala de 120 metros de largura por 65 metros de fundo, sendo a sua altura média de 45 metros. Cabe lá dentro a imponente Catedral de Notre Dame de Paris. Possui mais de 400 estalagmites, medindo a mais alta mais de 30 metros. A entrada é feita através de um funicular, que nos leva por um túnel de 208 metros de comprimento, até 60 metros abaixo da superfície. A temperatura na gruta é de 12º C e é constante, tanto no inverno como no verão. A duração da visita é de 45 minutos.
19º Dia - Le Puy-en-Velay - 0 Km
Hoje, uma vez que estávamos dentro da cidade, resolvemos deixar a AC no camping e fomos a pé visitá-la. Le Puy é uma cidade industrial muito pitoresca, às margens do rio Borne e acidentada por picos vulcânicos (Rochedo Corneille e Monte Aiguilhe). É um grande centro de produção de rendas desde o séc. XV.
Saímos do camping às 09.30 e fomos direito à Catedral Notre-Dame, que foi reconstruída e aumentada no séc. X, no lugar
de um templo romano do ano 430. A sua fachada de uma grande altura, domina a rua frontal do cimo da sua monumental escadaria com 134 degraus e é decorada pelos seus arcos romanos.Nesta Catedral encontra-se uma imagem da Virgem Negra, que é objecto de uma peregrinação anual por ocasião da Festa da Assunção, no dia 15 de Agosto.

Após a visita da catedral, fomos ver os seus Claustros dos séc. XI e XII.
Seguimos depois para o Rochedo Corneille, a 757 metros de altitude, no cimo do qual se encontra a colossal Estátua de Notre-Dame de France, construída em ferro moldado entre 1856 e 1860, graças a uma subscrição nacional. É composta por 105 bocados aparafusados, mede 16 metros de altura e pesa 110.000 Kg. 

Depois de descermos deste rochedo, dirigimo-nos para o Rochedo d'Aiguilhe, no topo do qual a 82 metros de altura, se encontra a Capela de Saint-Michel d'Aiguilhe, construída em 962 e cujo acesso se faz através de 268 degraus em torno do rochedo. Este rochedo foi formado pela chaminé de um vulcão e o rochedo Corneille, por pedaços de lava deste mesmo vulcão. A seguir descemos e fomos almoçar ao camping, indo depois do almoço até
ao Museu Crozatier, que conta com galerias dedicadas à arqueologia, às belas-artes, à etnologia e às rendas, à paleontologia e às ciências naturais e ainda à mecânica. As suas colecções foram formadas a partir do início do séc. XIX.Atravessámos a seguir o Jardim Henri Vinay e passámos por algumas ruas do centro histórico, indo depois para o camping.



Quando lá chegámos, estavam defronte de nós uns ingleses com uma roulote, com os quais estivemos a conversar durante um bocado. Resta acrescentar que eles falavam português, por terem estado no Brasil e também nas viagens que faziam de barco em serviço, paravam sempre em Lisboa na Doca de Alcântara.20º Dia - Le Puy-en-Velay/Vizille - 347.6 Km
Saímos do camping às 9 horas e apanhámos a estrada para Valence, onde seguimos depois as indicações para o Parque Natural e Regional du Varcors.
Este parque é formado por uma cordilheira calcária com paredes rochosas verticais e está localizado entre os Alpes do norte e a Provença. Foi neste maciço que em 1944 teve lugar uma sangrenta batalha da resistência francesa contra os invasores alemães, durante a 2ª Gerra Mundial.
Chegados a este parque, entrámos na estrada D76 para o Cirque de Comb
e Laval, do qual se tem uma vista soberba sobre o vale que desce abrupto das montanhas calcáreas.Continuámos na D76, agora a descer até St. Jean-en-Royans, para irmos até aos Grands Goulets, mas nesta localidade estava uma informação de que a estrada estava cortada a 11 Km para trabalhos e então voltámos para trás pela mesma estrada, agora a subir novamente até ao Cirque, onde virámos pela D178 para La Chapelle-en-Vercors, pois também por aqui se tinha acesso aos Grands Goulets, embora fosse uma volta muito maior. Quando lá chegámos verificámos que também por este lado a estrada estava cortada e a única solução seria ir a pé. Como não estivemos dispostos a isso, descemos então pela D103 e D531, estradas estas também estreitas e com as rochas a tombar sobre elas e com vários túneis cavados nas mesmas.
Em Sassenage entrámos na D1532 para Grenoble, seguindo depois pela D1075 e em Le Pont-de-Claix pela D1085 até Vizille, onde ficámos no Camping Le Bois de Cornage, tendo chegado às 19 horas.Continua ...

























