sábado, 23 de abril de 2022

Viagem ao Valle del Jerte

Viagem ao Valle del Jerte em Espanha, para vermos as cerejeiras (os cerezos) em flor, efectuada de 22 a 28.03.2022 num total de 1391,9 Km percorridos.

Dia 22 - Brejos de Azeitão / Plasência - 406,9 Km


Saímos de casa a meio da manhã e fomos almoçar à vila de Coruche na área de serviço (coordenadas GPS: N 38º 57' 40'' W 08º 31' 09'').
Depois do almoço seguimos viagem para Plasência, entrando em Espanha pela fronteira do Caia.
Chegados a Plasência, dirigimo-nos para um parque público junto ao rio Jerte, onde iríamos pernoitar (coordenadas GPS: N 40º 01' 55'' W 06º 04'48''). Do outro lado do rio existe uma grande zona de lazer com mesas.

Dia 23 - Plasència / Cabezuela del Vale - 51,9 Km


Saímos de Plasência e iniciámos a nossa visita pelo Vale do Jerte.




Seguimos pela estrada N110 e fomos até ao Mirador de La Memória, que fica perto da cidade de El Torno. Neste miradouro encontra-se um monumento dedicado à memória das vítimas da Guerra Civil Espanhola, composto por quatro esculturas em tamanho natural, 3 homens e uma mulher todos nus.



Deste miradouro obtêm-se fantásticas vistas sobre o Vale do Jerte.



Continuámos depois até à Garganta de La Puria que é uma das maiores e mais importantes do Vale do Jerte. Conta com uma vegetação bastante densa e várias quedas de água




e uma área de merendas
 com mesas.



Dali parte um percurso pedestre circular com apenas 5 Km mas que não fi
zemos.


Voltámos à AC e seguimos para a Garganta de los Infiernos. Esta estrada, que passa por Rebollar, é toda ladeada por extensas áreas de cerejeiras.



A Garganta de los Infiernos é uma reserva natural. Estacionámos num parque (pago) junto ao 
Centro de Interpretação da Natureza da Reserva Natural e iniciámos a nossa caminhada um pouco mais à frente.


Este precurso, que nos levaria até Los Pilones, tem uma extensão de 3 Km e começa com uma subida através de uma floresta de árvores de folha caduca, como a
zinheiras, sobreiros, castanheiros e claro, cerejeiras.






A certa altura avistava-se ao longe uma queda de água e tinha-se uma vista panorâmica sobre o vale.




Continuando pelo carreiro



fomos dar a Los Pilones, que são umas piscinas naturais formadas pela erosão da água na rocha granítica.




Atravessámos uma ponte em madeira



e fomos até mais acima admirar as várias bacias ou marmitas de gigante.



Voltámos para baixo, desta ve
z pela estrada e fomos para a AC. seguindo para a ASA de Cabezuela del Valle (coordenadas GPS: N 40º 11' 56'' W 05º 48' 06'').

Dia 24 - Cabezuela del Valle / Béjar - 142 Km   


Hoje o dia esteve algo chuvoso. Saímos da área de serviço e fomos até à Cascata El Cao
zo na Garganta Bonal.



Estacionámos práticamente na cascata, sendo apenas necessário percorrer alguns metros. Logo junto à estrada havia uma ligeira queda de água que a atravessava por debaixo de uma ponte.



Subimos uma pequena escada em pedra


atravessámos uma pequena ponte metálica


e seguimos por um carreiro de terra e pedras, um pouco enlameado devido à chuva, que segue junto ao curso da água.




Por fim, mais uns degraus de pedra e estamos na plataforma metálica



quase de frente para a impressionante cascata que cai do alto de 30 metros por uma parede de granito abaixo.




Regressámos à autocaravana e seguimos para Piornal. Como continuava o tempo de chuva, estacionámos e fomos com chapéus de chuva dar uma pequena volta, passando por algumas ruas e praças.




Esta localidade tem a particularidade de algumas das suas casas terem nas fachadas belos murais pintados.




Voltámos para a AC e era para pernoitar novamente em Plasência, mas como ainda era cedo, resolvemos adiantar e seguimos para Baños de Montemayor.



Quando chegámos estacionámos no largo junto ao Ayuntamiento



e fomos percorrer algumas ruas.




Passámos pela Igreja de Santa Maria de La Asunción, que foi construída em pedra de granito, desde os finais do século XV até ao século XVII.


Como estava aberta, entrámos para visitar.


O interior é de planta rectangular com duas capelas laterais junto ao cru
zeiro destacando-se o Retábulo de talha dourada do século XVIII.



Por cima da entrada encontra-se o coro-alto


e debaixo dele, junto à entrada, está a pia baptismal.


Saímos da igreja e caminhando por outras ruas fomos dar à Pla
za Pizarro.



Continuámos e passando  pelo Centro de Interpretación General de la Via de la Plata, entrámos para visitar. Este centro aborda o tema da calçada romana desde a sua origem até à actualidade e conta com um conjunto de painéis informativos. Por cima enconta-se um albergue que abriga os caminhantes, a um preço redu
zido, que fazem a Via de la Plata.




Terminada esta visita, voltámos à AC e partimos para Béjar, onde fomos pernoitar na sua área de serviço (coordenadas GPS: N 40º 23' 04'' W 05º 46' 54'').
À noite era esta a vista que tínhamos da área de serviço.


Dia 25 - Béjar / Salamanca - 139,3 Km


De manhã deixámos a autocaravana na área e fomos apé até à cidade. Seguimos pelo trilho pedonal (antiga linha de comboio) que passa junto à área


e que ao lado tem uma área de merendas


e de onde já se avistavam os edifícios.


Mais à frente entrámos num tunel com alguma extensão e com iluminação.





À saída tínhamos uma ponte que ía dar a outro tunel




pouco depois saímos do trilho e fomos por estrada em direcção ao centro.




Logo à entrada temos a Muralha Medieval do século XII-XIII (29,32) de onde se avistava a área de serviço.


Seguimos depois as indicações para o Palácio Ducal


e demos de frente com a Igreja del Salvador, construída nos finais do século XII.



Em 1936 foi quase totalmente destruída por um grande incêndio ficando apenas as paredes exteriores. A entrada encontra-se no cimo de uma escadaria em plena Pla
za Mayor.


O interior está dividido em três naves, através de dois grandes arcos


tenfo ao cimo o Altar-Mor.


Do lado esquerdo encontra-se o Púlpito com gradeamento em ferro.


O Coro-alto situa-se ao fundo.


De salientar os belos vitrais.



Saindo da igreja, vimos em frente o edifício do Ayuntamiento, uma bela construção do século XVI.


Contornámos a igreja e a caminho do Palácio Ducal passámos por edifícios com arcadas sobre colunas de pedra.


Chegámos ao Palácio depois de subir uma grande escadaria.


O Palácio foi uma antiga fortale
za transformada em palácio no século XVI e está classificado como Bem de Interesse Cultural. Desde 1963 o palácio acolhe uma escola secundária. No pátio encontra-se uma dupla arcada e arcos semicirculares sobre colunas de pedra.


Percorremos ainda algumas ruas antes de regressar à autocaravana.




Almoçámos na AC e depois do almoço partimos para Miranda del Castañar.


Estacionámos num parque logo à entrada e fomos a pé na direcção do Castelo.



O centro histórico de Miranda del Castañar foi declarado Bem de Interesse Cultural. Passámos pela Ermita del Humilladero, que é uma das cinco que existiram na cidade.


No final da rua surge-nos então o majestoso Castelo de 
Zúñiga que foi construído no final do século XIV e durante o século XV. Hoje é propriedade privada e não é possível visitá-lo.


Ainda fora das muralhas, mas junto a elas, encontra-se a Casa Consistorial, um edifício do século XVI.


A muralha tem no total cerca de 600 metros e está muito bem conservada.
Entrámos no recinto amuralhado pela Porta de San Ginés


e seguimos pela Pla
za San Ginés


e Calle Derecha até ao fim, que é uma das principais ruas da cidade.


Voltámos depois pela Calle Escuela




até à 
Plaza Llano de la Iglesia onde se localiza a Igreja de Santiago e San Ginés de Arles, onde se destaca o seu pórtico com colunas.



Em frente da igreja está a Torre Sineira que foi construída e custeada pelos próprios habitantes no século XVII.



Continuámos e numa travessa havia um varandim que servia de miradouro



de onde se tinha uma vista sobre as montanhas.



Antes de abandonar Miranda del Castañar ainda fomos a esta loja adquirir uma lembrança para juntar às muitas que temos em casa.


Voltámos à AC e seguimos para Salamanca, tendo como destino a ASA de Carbajosa de La Sagrada (coordenadas GPS: N 40º 56' 22'' W 05º 39' 18''), onde pernoitámos. Esta é uma área já nossa conhecida e que gostamos. 

Dia 26 - Salamanca / Cabrerizos - 10,2 Km


Saímos a pé da área de serviço e fomos apanhar o autocarro, que passa a poucos metros, para o centro de Salamanca
Apeámo-nos junto à zona histórica e fomos primeiro visitar o Convento de San Esteban, cuja construção ocorreu entre os séculos XVI e XVII.



Na fachada principal, com abundante decoração, podemos ver ao centro o martírio de San Esteban.



Entrámos por uma porta lateral que nos levou directamente ao Claustro dos Reis, que é o único dos 3 que permite a visita.



Ligando a parte baixa do claustro com a superior, foi construída em 1540 a Escada de Soto, apoiada apenas nas paredes sem qualquer suporte adicional.



Daqui tem-se uma prespectiva sobre o claustro.


Passámos de seguida à sacristia



e depois à igreja, que foi consagrada em 1610 e tem apenas uma nave com capelas laterais


sendo o Retábulo simplesmente fabuloso.


Ao fundo da nave, por debaixo do Coro-alto, podemos admirar o belo pormenor do tecto.




No Coro-alto, que está ladeado por fortes cadeirões de madeira



destaca-se a pintura, de 1705, por cima dos cadeirões.



A cúpula da igreja também deve ser apreciada.


Um lindo Púlpito encontra-se no lado esquerdo, junto ao cru
zeiro.


Na parede contrária e junto ao coro-alto está um orgão de tubos.


Terminada a visita ao convento, dirigimo-nos para o centro e passámos junto à Faculdade de Filologia, que está instalada no Palácio de Anaya, na praça do mesmo nome e de frente para a Catedral.


Fomos depois visitar a Catedral, mas vou apenas colocar algumas fotos do exterior, em virtude de já ter feito a descrição do interior numa viagem em 2019, aqui publicada, e não vou estar a repetir tudo o que já escrevi.



Fomos de  seguida almoçar no Restaurante Don Quijote


cuja decoração interior é à base de motas.


Quando saímos estava a passar um cortejo de finalistas da universidade.


Seguimos até à Casa das Conchas, que é um edifício dos finais do século XV, onde sobresaem as mais de tre
zentas conchas da sua fachada.



Actualmente funciona lá a Biblioteca Pública. Entrámos para um pátio interior formado por arcos.


O acesso ao piso superior é feito por uma escada de mármore branco



decorada com alguns animais.


De cima podemos observar o pátio, que está todo decorado com o escudo dos proprietários



e por todo ele abundam figuras grotescas sob o aspecto de gárgulas.



Caminhámos até à Pla
za Mayor, do século XVIII, que é a maior da cidade, com um vasto espaço de arcadas cheia de restaurantes e esplanadas.



A meio do topo norte encontra-se o edifício do Ayuntamiento que foi outrora o Palácio Real.


Saímos por momentos do centro histórico


e fomos até à Ponte Romana construída no século I, sobre o rio Tormes e assente em 26 arcos e robustos pilares.


Esta ponte tem 176 metros de comprimento e 3,70 metros de largura.e fa
z parte da Via da Prata, uma estrada romana que ligava Mérida a Astorga.


Junto à entrada da ponte encontra-se uma estátua pré-histórica de um touro que a protege.


Mais ao lado está também um monumento dedicado a La
zarillo de Tormes, que é um romance do século XVI .

Antes de regressar ao centro histórico fomos ver o edifício da Casa Lis, onde funciona o Museu de Arte Nova, cuja fachada toda envidraçada está virada para o rio Tormes.



Voltámos ao centro histórico e fomos visitar o Huerto de Calixto Y Melibea.



É um jardim de 2500 metros quadrados, inaugurado em 12 de Junho de 1981, e situa-se na encosta da antiga muralha de Salamanca. É um jardim bem cuidado que possui diversas variedades de árvores, arbustos e flores




e de onde se tem uma vista sobre a cidade



e sobre a catedral.


Demos assim por terminada a visita a Salamanca e fomos apanhar o autocarro para a área de serviço. Aí chegados, partimos para o Camping Don Quijote em 
Cabrerizos, nos arredores de Salamanca (coordenadas GPS: N 40º 58´30,60'' W 05º 36' 12'').



Dia 27 - Cabrerizos / Sabugal - 211,1 Km


Saímos do camping e fomos até à Sierra de Francia para visitar o Santuário Nuestra Señora de la Peña de Francia. Este Santuário está locali
zado no topo da Peña de Francia, a 1727 m de altitude e é constituído por uma igreja e um convento de frades, além das capelas de La Blanca, San Andrés e Santo Cristo. A partir da estrada principal, no Miradouro dos Lobos, começa uma subida de 3,5 Km por estrada de montanha até chegar lá acima. Estacionámos num parque de terra batida (coordenadas GPS: N 40º 30' 49'' W 06º 10' 11,50'')


de onde se tinha uma vista sobre a 
zona.



Fomos depois a pé e começámos a visita pela Capilla de la Blanca, construída no local onde em 19 de Maio de 1434 foi encontrada uma imagem da Virgem e onde se encontra uma reprodução em pedra da Virgem.


No interior uma pequena e estreita escada leva-nos até à gruta debaixo da capela



onde se encontra a imagem da Virgem em madeira tal e qual como foi encontrada, resguardada por uma grade de ferro

e um pequeno altar.


Saímos da capela e dirigimo-nos para a igreja.



Esta igreja foi concluída em 1450, embora a sacristia seja do século XVI, a escadaria do século XVII e a torre do século XVIII.



Junto ao altar tem uma passagem em escada que passa por detrás da imagem da Virgem.


Saindo da igreja temos uma ampla praça com um cru
zeiro ao centro.


Ao fundo da praça tem um alpendre, no meio do qual se encontra o Balcón de Santiago, que é um espectacular miradouro.



Ao lado do alpendre situa-se o convento do século XV.



Ao entrar encontramo-nos num corredor cujo chão e paredes são em pedra



e atravessamos uma sala decorada com quadros e uma pintura na parede do fundo.



Num dos corredores passámos pelo Poço Verde, que tem este nome devido à tonalidade que as suas águas adquirem quando entram em contacto com a lu
z.



Passámos depois ao Mirador de Santo Domingo, que é uma grande rotunda com um relógio de sol incluído, construído em 1975.


Descendo alguns degraus de pedra entramos numa galeria de pequenos túneis



que nos permitem observar os montes em redor.




Voltámos a descer a serra e partimos para Portugal tendo como destino a cidade do Sabugal. Fomos estacionar na área de serviço, junto ao edifício dos serviços municipais (coordenadas GPS: N 40º 20' 53'' W 07º 05' 13''), onde também iríamos pernoitar. Depois de estacionar fomos dar uma volta a pé. Passámos pelo jardim, que se notava tinha sido recentemente remodelado



onde havia um chafari
z.


Continuámos e fomos dar à Praça da República, onde de um lado se encontra a Casa dos Britos, do século XVII

e do outro, o edifício da Câmara Municipal.


Mais acima está a Torre Sineira, de planta quadrada, provávelmente construída no século XIII junto à Porta da Vila.

Entrámos na 
zona amuralhada


e fomos até ao Castelo, que se encontrava fechado.


Percorremos mais algumas ruas




e regressámos à AC.

Dia 28 - Sabugal / Brejos de Azeitão - 430,5 Km


Saímos do Sabugal e fomos até à Serra da Estrela.


Passámos pelo Covão do Boi, onde se encontra uma imagem de Nossa Senhora da Boa Estrela, padroeira dos pastores, esculpida na rocha.



Subimos até à Torre, onde se via ainda alguma neve.


Após uma pequena paragem apenas para colher algumas fotos, iniciámos a descida e passámos um pouco à frente pela Barragem de Covão do Ferro.


Continuámos a nossa viagem até Unhais da Serra, onde fomos estacionar para almoçar na área de serviço (coordenadas GPS: N 40º 15'21'' W 07º 37' 24'')
Depois do almoço fomos despejar os depósitos, da água suja e da limpa e também a cassete em virtude de a partir dali seguirmos para casa..
Saímos a meio da tarde e depois de passar Tortosendo, entrámos na A23 até Torres Novas e depois na A1 até Lisboa, tendo atravessado o Tejo pela Ponte Vasco da Gama. Chegámos a casa ao final da tarde.
 



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