sexta-feira, 11 de julho de 2008

1994 - Viagem ao Futuroscope (França) e Salou (Espanha), efectuada de 31.07 a 25.08 com passagem por Andorra, num total de 4434.7 Kms percorridos.

No mapa abaixo está reproduzido o percurso realizado. Mais um ano a ficar por perto.

1º Dia - Algueirão/Torquemada - 782.5 Kms

Saímos do Algueirão e fomos por Lisboa, entrando de seguida na A-1. Parámos na área de serviço de Santarém para tomar o pequeno almoço. Quando arrancámos a M.A. viu que tinha a bolsa aberta, mas não deu por falta de nada. Um pouco mais à frente lembrou-se que não tinha a carteira dos documentos e tivemos de voltar para trás. Após já termos andado 32 Kms, saímos da auto-estrada na saída para Fátima e voltámos a entrar no sentido de Lisboa. Uma vez na área de serviço, tivemos sorte pois alguém já tinha entregue a carteira e então depois de a recuperarmos, retomámos a nossa viagem.
Almoçámos ainda em Portugal e passámos a fronteira para Espanha em Vilar Formoso. Seguimos por Salamanca e fomos ficar em Torquemada, no Camping Puente Romano, já nosso conhecido do ano passado.

2º Dia - Torquemada/Poitiers - 850.6 Kms

Saímos de Torquemada e fomos direito a Burgos, onde entrámos na auto-estrada, indo por ela até à fronteira de Irun. Entrámos em França por estrada nacional, mas já em França o trânsito era tão intenso que resolvemos entrar novamente na auto-estrada passados alguns quilómetros, pois caso contrário não andávamos nada e não chegaríamos a Poitiers como queríamos, tendo de dormir pelo caminho.
Chegados a Poitiers fomos ficar no Camping Du Bois de Chaume, onde montámos o atrelado, indo depois jantar ao McDonalds. Hoje a C. fez 20 anos.

3º Dia - Poitiers (Futuroscope) - 33.1 Kms

Hoje fomos passar o dia ao Futuroscope, que é o Parque Europeu de Imagem. Está situado no departamento de Vienne a 10 Km de Poitiers e abriu ao público no dia 31 de Maio de 1987. Logo à entrada temos o Monde des Enfants, que é composto por um lago onde circulam triciclos aquáticos com umas rodas enormes.
Fomos depois ao Cineautomate, que é uma sala de cinema onde assistimos a um filme em que era o público que ía escolhendo o desenrolar da história, através de votação electrónica, podendo optar entre dois caminhos e ganhando o caminho mais votado.
A seguir fomos às Paysages d'Europe, que é um labirinto aquático, o qual é percorrido de barco ao mesmo tempo em que vamos assistindo a diversas imagens da Europa projectadas em espelhos, o que dá um conjunto verdadeiramente espantoso.
Findo este percurso de barco, fomos depois ao Pavillon de la Vienne, mas não entrámos porque tinha ocorrido uma avaria enquanto esperávamos para entrar, a qual não reparariam em tempo útil.
Fomos então ao Tapis Magique, que é uma sala de cinema com a curiosidade de ter dois ecrãs de 700 m2, sendo um defronte de nós como é habitual e o outro no chão por debaixo das cadeiras onde estávamos sentados, o que nos dá a sensação de estarmos envolvidos na imagem.
A seguir fomos aos Cinemas Dynamique 1 e 2, que são simuladores que nos levam, um num comboio através de uma gruta ou mina em alta velocidade e onde vão acontecendo várias peripécias. O outro, num trenó percorrendo o circuito numa pista de gelo, também em alta velocidade.
Fomos depois ao Gyrotour, que é uma roda gigante na horizontal, a qual vai girando à roda e ao mesmo tempo vai subindo, elevando-se a 45 metros de altura e de onde se tem uma vista inolvidável.
Após descermos, fomos para o Kinemax, que é um edifício com umas formas futuristas e que no interior tem um ecrã da altura de um prédio de sete andares, onde também assistimos a um filme.
A seguir fomos ao Pavillon du Futuroscope, onde somos levados numa viagem desde o infinitamente pequeno até ao infinitamente grande, em companhia de Cristóvão Colombo. De salientar que neste pavilhão havia uma guia portuguesa, que ouvindo-nos falar nos perguntou se éramos portugueses e tendo a partir daí a gentileza de nas explicações que ía dando aos visitantes, falar primeiro em português, portanto só para nós e só depois explicava em francês para os restantes.
Depois deste pavilhão, fomos tomar lugar no Theatre et son Lac, onde iria decorrer um inesquecível espectáculo nocturno de jactos de água, música e raios laser. À hora de começar, como não estando ainda suficientemente escuro, esteve lá um animador para ir distraindo o público. O espectáculo é impossível de descrever, só realmente sendo visto e mesmo assim em vídeo não tem a mesma espectacularidade que ao vivo.
Quando acabou o espectáculo ainda fomos ao 360º, que é uma sala de cinema em 360º, como já tínhamos visto em Sevilha na Expo 92. Como a noite já ía alta e porque o parque ía fechar, voltámos para o camping, tendo ainda deixado alguns pavilhões por visitar.

4º Dia - Poitiers/S. Nicolas de la Grave - 411.8 Kms

Saímos de Poitiers e fomos para Angouléme pela N10. Daí seguimos para Périgueux pela D939 e depois para Bergerac e Agen pela N21. Em Agen entrámos na N113 para Toulouse e ficámos logo um pouco mais à frente no Camping Du Plan d'Eau, próximo de S. Nicolas de la Grave. Pelo caminho parámos numa área de descanso, onde tomámos um café oferecido pela Prevenção Rodoviária Francesa, que também nos ofereceu duas caixinhas de cereais e donde ainda trouxe dois pacotes de comida para cão, pois o "Nico" apesar de ter ficado em casa também tinha direito a uma lembrança.
No camping ficámos aborrecidos, porque a senhora da recepção saiu sem nos ter ligado a electricidade e então tivemos de jantar com a gambiarra ligada ao isqueiro do carro. Mas como se isto não bastasse, também acabou o gás quando estávamos a começar a fazer o jantar e como não tínhamos outra garrafa, tivemos de alterar a ementa. No fim disto tudo e antes de ir para a cama, fui ver a portinhola da electricidade e verifiquei que a mesma estava aberta. Liguei o cabo e fiquei logo com luz e a geleira a funcionar. A senhora ficou logo ali perdoada, a culpa tinha sido nossa. E assim tive de beber água ao jantar, podendo ter bebido uma cervejinha fresquinha.

5º Dia - S. Nicolas de la Grave/Andorra - 304.5 Kms

Saímos do camping e fomos pela N20 até Foix e daí até Andorra, tendo em Andorra la Vella ido logo direito ao Camping La Valira, que era o mesmo do ano passado, mas que já se encontrava cheio. Fomos então mais para a frente e ficámos no Camping Riberaygua.

6º Dia - Andorra la Vella - 27.7 Kms

Hoje fomos até ao centro da cidade e andámos por lá a girar. Almoçámos lá e passámos o resto da tarde às voltas e a fazer algumas compras. Regressámos ao camping ao fim da tarde.

7º Dia - Andorra/Salou - 280.2 Kms

Saímos do camping e até à fronteira, que são apenas 7 Kms, demorámos uma hora pois apanhámos muito trânsito. Na fronteira, pela primeira vez desde que visitamos Andorra, fizeram-nos abrir o atrelado para revista após o que seguimos viagem, tendo voltado a apanhar imenso trânsito alguns quilómetros antes de chegar a Tarragona. De Tarragona continuámos até Salou e quando chegámos ao Camping Sanguli ( o mesmo do ano passado ), eram umas 15.30, este já se encontrava cheio. Um dos guardas, perguntando-me por quantos dias era e dizendo eu que era até ao fim do mês, mandou-me ir à recepção e então deixaram-nos entrar para o parque de estacionamento a fim de aí pernoitarmos e entrar na manhã seguinte. Ao ir para lá verificámos que já se encontravam outros nas mesmas condições.

8º ao 26º Dia - Salou e arredores - 287.9 Kms

Na manhã do 8º dia levantámo-nos cedo, pois tínhamos de estar às 8 horas na recepção para entrar. À hora marcada lá fomos e já havia uma bicha de carros para entrar, mas estavam a dar senhas numeradas à medida que íam chegando, tendo entretanto reservado as primeiras para os que tinham pernoitado no parque de estacionamento, como nós. A mim coube o nº 3 mas já havia para cima de 30, de maneira que depois de regularizar a situação na recepção, fui logo dos primeiros a entrar. Entretanto eu já tinha ido dar uma volta pelo camping para ver os lugares e tinha verificado que havia lugares na zona onde tínhamos ficado o ano passado, que era para onde queríamos também ir este ano.
Quando nos foram levar ao local onde ficar, ía um rapaz de bicicleta a ver os lugares vagos e ía distribuindo as pessoas. Eu era o primeiro de um grupo de seis ou sete carros que seguia atrás do rapaz e a dada altura disse-lhe que havia lugares naquela zona e que preferia lá ficar, ao que ele me respondeu que sim. Ficámos então na mesma rua do ano passado, mas num lugar em frente.
Montámos o atrelado e pela primeira vez montámos também o avançado, pois iríamos ficar vários dias. Eu transpirava por tudo o que era sítio, pois estava bastante calor e havia uma parte do avançado que não queria encaixar, de maneira que demorámos imenso tempo até darmos por concluído o nosso trabalho. Logo que acabámos fui tomar um banho e depois fomos descansar, mas o ar estava abafado, fazia um calor danado e não corria vento e isto logo pela manhã. De tarde a C. e o N. foram para a piscina e arranjaram logo uns amigos italianos e à noite foram sair até uma discoteca. O calor continuou por toda a tarde e a noite.
Durante os dias seguintes, ora íamos até à praia, ora íamos até à piscina. De vez em quando também passeávamos pela marginal e íamos à noite até uma feira que havia no centro de Salou, onde jogávamos num jogo que havia com camelos e onde podiam sair brindes. Por vezes e quando o calor apertava mais, ficávamos a descansar à sombra.
No 15º dia durante a noite começou uma forte trovoada e a chover. Quando nos levantámos já não chovia, mas estava o tempo encoberto e sem sol. Resolvemos então que estava bom para passear e fomos de carro dar a volta dos mosteiros. Fomos primeiro direito ao Mosteiro de Santes Creus, que não visitámos porque eram 13.20 e ele fechava às 13.30, de maneira que já não deixavam entrar. Como só voltava a abrir às 15 horas, fomo-nos embora e fomos para Poblet, tendo almoçado pelo caminho.
Em Poblet fomos visitar o Mosteiro de Santa Maria de Poblet. Este mosteiro cistercense, foi fundado em 1151 por monges cistercenses franceses. Foi depois abandonado em 1835 e começou a ser restaurado em 1838. Esta restauração durou até 1940. Este mosteiro foi o primeiro de três mosteiros, conhecidos como o triângulo sistercense, que ajudaram a consolidar a Catalunha no século XII. Os outros dois são: Vallbona de les Monges e Santes Creus. Foi considerado Património Mundial da Unesco em 1991. Foi também Panteão dos reis de Aragão e da Catalunha, desde James I de Aragão.
No regresso viemos por Prades e fizemos 23 Kms por uma estrada muito estreita e toda ela em curvas. Seguimos depois por Réus e durante alguns quilómetros, a estrada embora um pouco melhor, ainda tinha muitas curvas.
Durante o dia ainda choveu de vez em quando.
No 16º dia fomos até à praia e à noite e porque era o 22º aniversário do nosso casamento, fomos jantar ao Restaurante La Gaviota, onde comemos a tradicional Paella. Depois de jantar e porque estávamos no dia 15 de Agosto, que em Espanha também é feriado, assistimos ao fogo de artifício que estava a ser lançado junto ao mar. Quando terminou ainda fomos até à feira, onde jogámos em vários jogos e onde nos saíram algumas coisas. A C. e o N. ainda foram andar nos carrinhos de choque e depois regressámos ao camping, onde entrámos mesmo em cima da meia-noite, já estando a começar a fechar os portões.
Durante esta estada em Salou, íamos para a praia, para a piscina, para a feira e íamos quase todas as noites para o anfiteatro, onde assistimos a vários espectáculos tais como: Flamenco pelo grupo "Suspiros de Triana", Cabaret, Dance Party com o grupo "Recital", Jogos Sanguli ( tipo jogos sem fronteiras ), etc..

27º Dia - Salou/El Escorial - 628.3 Kms

Saímos de Salou e fomos direito a Zaragoza e desta cidade para Madrid., onde virámos pela A6 para o Escorial, tendo ficado no Camping El Escorial onde também já havíamos ficado no ano passado.
O nome de Escorial deve-se a uns antigos depósitos de escória procedentes de uma ferraria da zona, dos quais tomou o nome a aldeia situada nas proximidades do lugar onde se veio a construir o complexo de El Escorial e que na actualidade é o município de El Escorial, distinto do de San Lourenzo d'El Escorial, surgido posteriormente junto ao monumento.
O dia esteve sempre com muito calor.

28º Dia - Escorial e arredores - 40.9 Kms

Nesta zona está mais fresco do que aquilo a que vinhamos habituados dos dias anteriores.
Saímos do camping e fomos visitar o Mosteiro de San Lorenzo d'El Escorial, situado junto ao monte Abantos, na serra de Guadarrama. Este monumental complexo foi mandado construir pelo rei Filipe II, para comemorar a vitória na Batalha de San Quintin em 10 de Agosto de 1557, sobre as tropas de Henrique II, rei de França e para servir de lugar de sepultura dos restos mortais de seus pais, o Imperador Carlos I e Isabel de Portugal, assim como dos seus próprios e dos seus sucessores. A obra iniciou-se em 1563 e terminou em 1584. Em 1984 a Unesco declarou este complexo como Património da Humanidade.
Depois da visita regressámos ao camping para almoçar findo o qual ficámos a descansar um pouco, tendo voltado a sair, desta vez para ir visitar o Valle de los Caídos. O Valle de los Caídos é um monumento funerário, construído entre 1940 e 1956 em memória das vítimas da parte dos vencedores da guerra civil espanhola. Foi concebido pelo ditador Francisco Franco e construído por prisioneiros dos vencidos, em trabalho forçado. Este monumento é formado por uma imensa cruz de pedra e uma basílica escavada no interior da rocha e também ele se situa na serra de Guadarrama, no Valle de Cuelgamuros a poucos quilómetros do Escorial. O lugar dá uma sensação de imensidão, tudo é enorme. Uma vez aí, visitámos a Abadia Beneditina de Santa Cruz, onde repousam os restos mortais do ditador.
No final voltámos para o camping e já não saímos.

29º Dia - El Escorial/Algueirão - 787.2 Kms

Durante a noite fez uma forte ventania que quase não nos deixou dormir.
Saímos do Escorial e viemos por Ávila, Salamanca e entrámos em Portugal por Vilar Formoso. Viemos depois pelo IP5 até apanhar a A1 para Lisboa, tendo em Santarém saído dela e indo direito a Almeirim, onde jantámos no Restaurante David Park, tendo saboreado a tradicional Sopa da Pedra.
Viemos a seguir por Vila Franca de Xira, onde entrámos novamente na A1 até Lisboa. Seguimos depois viagem rumo ao Algueirão, onde chegámos já era meia-noite e tendo assim terminado mais esta viagem.

3 comentários:

José Fernandes dos Santos disse...

Vou estrear a caixa de comentários para desejar longa vida ao blogue e para dizer que o vou linkar no ex-OGMA. Também fiz duas viagens de carro a Italia: a 1ª numa Renault 4L - LISBOA-BARCELONA-NICE-MILAO-VENEZA-LYON-BIARRITZ-LISBOA em 1987 e outra em 1994 LIS-MAD-AND-NIC-PIZA-ROMA-BOL-FIR-PAD-VEN-LYO-LIS com um Renault-19. Em ambas viagens levámos tendas e acampámos em quase todas as cidades.
Abraço,
José Santos

Anónimo disse...

Boas,
também me chamo José Santos e tenho uma 4L.
Este ano estou a pensar em ir de Lisboa, a Italia na minha maquina... aconselha ficar em parques de campismo... pousadas? Qual o conselho, apos a experiencia?

Obrigado

josesantoss@gmail.com

João Morgado disse...

Caro Santos
Parques de campismo ou pousadas é tudo uma questão de gostos. Para mim não há comparação. Campismo é natureza e há muito mais possibilidades de convívio.
Bom passeio. A Itália é linda.