domingo, 16 de agosto de 2009

2003 - Viagem a Espanha e França (Parte I) com extensão a Turim (Itália), realizada de 31.05 a 30.06, num total de 7180.7 quilómetros percorridos.

Na imagem abaixo está apresentado o percurso efectuado. Nota 1: Com o intuito de não se tornar uma descrição muito extensa, vou repartir esta viagem em três partes.
Nota 2: Algumas imagens apresentadas foram obtidas através da internet ou são cópias de postais.

1º Dia - Algueirão/Tordesillas - 595.4 Km

Saímos do Algueirão às 11 horas e fomos pelo IC19 até Queluz, onde entrámos na CREL até Alverca, seguindo depois pela A1 até à saída para Torres Novas e daqui pelo IP6 para Castelo Branco. Nesta cidade entrámos no IP2, passando pela Covilhã e pela Guarda e virando a seguir pelo IP5 para Vilar Formoso, tendo atravessado a fronteira para Espanha às 17.15 (18.15 pela hora espanhola).
Seguimos pela N620 para Salamanca, entrando depois na autovia de Castilla até Tordesillas, tendo ficado no Camping El Astral, onde chegámos às 20.45.
De salientar que desde a fronteira de Portugal, os espanhóis estão a construir a autovia de Castilla que irá ligar à já existente, mais à frente. Também em Portugal estão a decorrer as obras de modificação do IP5, passando a ficar com duas vias em cada sentido.
Depois de entrar em Espanha começámos a apanhar chuva, sendo nalguns sítios com alguma intensidade.

2º Dia - Tordesillas/Burgos - 172.6 Km

Saímos do camping às 09.30 e fomos dar uma volta pela cidade. Tordesillas está situada sobre uma colina a 707 metros acima do nível do mar, nas margens do rio Duero e não se sabe ao certo a data da sua origem, sendo que nos arredores se encontram ruínas que datam da idade do ferro. Foi nesta cidade que em 7 de Junho de 1494, foi assinado o Tratado entre Portugal e Castela, que fixava os limites das terras descobertas ou a descobrir e que dividia o mundo transoceânico em duas partes iguais. O hemisfério ocidental pertencia a Castela e o oriental a Portugal. Atravessámos a Ponte Medieval sobre o rio Duero e estacionámos a AC junto aos Jardins do Palácio. Também sobre a origem desta ponte não existem referências, nem datas, nem desenhos, nem autores. Sabe-se que no séc. X havia uma ponte, mas a ponte actual tem as suas origens numa profunda remodelação no séc. XV e que a força da corrente obrigou à sua consolidação nos séc. XVI XVII.
Fomos depois a pé até à Plaza Mayor, que é de forma quadrada e constitui o eixo central da cidadede e nela se junta a comunidade local para conversas e encontros.
De seguida fomos até ao Miradouro, de onde se tinha uma vista sobre o rio e parte da cidade.
Passámos pelas Casas do Tratado, que foram declaradas um Bem de Interesse Cultural em 13 de Junho de 1996. São duas casas unidas, sendo a mais antiga de finais do séc. XV onde tiveram lugar as negociações do Tratado. A outra casa é da segunda metade do séc. XVII. Foram restauradas por ocasião do 5º centenário do Tratado.
Fomos depois visitar o Convento de Santa Clara, que é um antigo palácio construído por Alfonso XI em 1340 e para a sua construção vieram artistas de Toledo. Em 1363 foi-se alterando para as necessidades de mosteiro e a igreja foi construída na segunda metade do séc. XIV, em estilo gótico. Este conjunto faz parte do Património Nacional.
Após esta visita, regressámos à AC e seguimos viagem, novamente pela autovia de Castilla, até Burgos, tendo-nos logo dirigido para o Camping Municipal Fuentes Blancas, onde chegámos pelas 15.45. De salientar que em toda a zona onde se encontra instalado o camping, havia daquelas àrvores que largam uma plumagem branca e com o vento que soprava forte, andava todo aquele pêlo no ar.
Burgos é uma das cidades mais visitadas de Castela e Leão e também considerada a mais representativa do estilo gótico. Encontra-se 856 metros acima do nível do mar e foi fundada como fortaleza em 884 e elevada à categoria de sede episcopal em 1029. Durante os séc. XV e XVI constituiu um importante lugar de feiras. Foi sede do governo de Franco durante a Guerra Civil Espanhola (1936-1939).
Depois de nos instalarmos, fomos apanhar à porta do camping um autocarro que nos levou para o centro, tendo-nos deixado na Plaza de España.
Fomos depois a pé até à Catedral que é, pelas suas dimensões, a terceira Catedral de Espanha, depois das de Sevilha e Toledo e é o verdadeiro emblema da cidade. É uma construção de estilo gótico, construída por numerosos artistas e arquitectos europeus, entre os séculos XIII e XVI e está desde 1984 declarada pela Unesco, Património da Humanidade. Parte do seu interior encontra-se em obras de recuperação, sendo as suas principais maravilhas a Escadaria Dourada de 1532, a Capela do Condestável de 1496, as altas agulhas rendilhadas e a magnífica cúpula central de 1539, debaixo da qual se encontra o túmulo do lendário herói da cidade, El Cid.
Subimos depois até ao Castelo, que se encontrava encerrado, após passarmos pela Igreja de San Esteban (Santo Estêvão), construção gótica do séc. XIII que também estava fechada.
Voltámos novamente para a Praça da Catedral, onde estava a decorrer qualquer coisa tipo feira, pois estavam montadas em toda a praça bancas de petiscos e artesanato.
Passámos pelo Arco de Santa Maria, uma das 12 portas de acesso à cidade na Idade Média. Foi construído no séc. XIV e remodelado entre 1536 e 1553. Em 1943 foi declarado Monumento Histórico-Artístico Nacional.
Quando nos encontrávamos na praça começou a chover e fomos então para a paragem do autocarro na Plaza de España, tendo regressado ao camping. A chuva parou quando já nos encontrávamos neste.

3º Dia - Burgos/Estella-Lizarra - 374.7 Km

Saímos do camping às 10.50 e fomos pela N623 até Quintanilla de Sotoscueva, onde virámos pela N232 até Soncillo, entrando aqui na C6318 até Cueva, alcançando de seguida o Complexo Cárstico de Ojo Guareña, que são mais de 100 quilómetros de galerias subterrâneas, o qual é o maior de Espanha e um dos maiores da Europa e está entre os dez maiores do mundo. Este complexo foi declarado Bem de Interesse Cultural em 1970 e Monumento Nacional em 1996.
Fomos ver a Ermita e Cueva de San Bernabé, que são a únicas grutas deste complexo abertas ao público, mas não as pudemos visitar por se encontrarem fechadas.
Continuámos até Espinosa de los Monteros e em Bercedo entrámos na N629, passando por Medina de Pomar até Trespaderne, onde virámos para Frias que fica no cimo de um monte e cuja origem remonta ao séc. IX, tendo logo à entrada, sobre o rio Ebro, uma bela Ponte Romana com 143 metros de comprimento e 3.45 de largura, assente sobre nove arcos com uma torre ao centro encimada por ameias. Foi reconstruída várias vezes na Idade Média e é um dos melhores exemplos de pontes fortificadas de Espanha.
Visitámos também o Castelo, o qual remonta ao séc. X e se encontra no cimo de um monte, dominando o Vale de Tobalina. É um dos castelos mais espectaculares de Castela, tendo um grande valor estratégico. A entrada é precedida por uma ponte levadiça de madeira e dá acesso a um pátio de armas, ligeiramente quadrado, que foi outrora parcialmente coberto e dava passagem às dependências já desaparecidas.
Após a visita a esta localidade e ao seu castelo, continuámos a viagem para Vitória, tendo nesta cidade saído da autovia para irmos para o camping. Conseguimos descobri-lo depois de termos perguntado numas bombas de gasolina, mas ao chegar lá como não gostámos do seu aspecto, resolvemos seguir para outro e então apanhámos a estrada para Estella e fomos ficar no Camping Estella-Lizarra, no qual já tínhamos ficado o ano passado, tendo chegado às 21.10.
Durante este percurso começou a chover e ainda chovia quando chegámos ao camping.

4º Dia - Estella-Lizarra/Ascain - 189.2 Km

Hoje o dia já estava bom, com sol e até fazia calor.
Saímos do camping às 10.45 e fomos pela N111 para Pamplona, tendo à entrada desta cidade, virado para França pela AN32 e mais à frente pela N121A na direcção de Irun, virando em Santesteban pela N121B para Zugarramurdi, onde fomos visitar Las Cuevas de las Brujas, que são um complexo cárstico superficial.

A cavidade principal destas cuevas, foi produzida por uma corrente de água caudalosa que a atravessou, causando-lhe um amplo túnel, com uma altura média de 10 a 12 metros. Verificámos não serem nada de especial, mas que são muito bem exploradas pelos espanhóis. Diz-se que a inquisição mandou queimar neste lugar, em 1612, 12 mulheres acusadas de cometer actos de bruxaria.
Após esta visita, continuámos a viagem pela N121B para Urdax e Dantxarinea, por onde entrámos em França, tendo virado à esquerda logo a seguir à fronteira pela D4 na direcção de St-Jean-de-Luz, passando por Cherchebruit.









Seguimos as indicações do Train de La Rhune, mas quando chegámos à gare verificámos que já não havia mais nenhum para subir. Demos uma volta pelas lojas de comércio ali à volta e fizemos as habituais compras de recordações.
Retomámos a viagem e fomos para Ascain, onde ficámos no Camping d'Ascain, tendo chegado às 17.30. Depois da inscrição voltámos a sair e fomos abastecer a "despensa" ao Carrefour em St.-Jean-de-Luz, tendo voltado de seguida para o camping.
Ainda antes de jantar, começou a chover mas parou logo de seguida.

5º Dia - Ascain/Peyrouse - 187 Km

Saímos do camping às 09.30 e fomos a cerca de 5 Km apanhar o Petit Train de La Rhune, que é um pequeno comboio de cremalheira, construído totalmente em madeira em 1924 para fins turísticos, o qual permite viajar pelas íngremes subidas da montanha em 35 minutos e a uma velocidade de 8 Km/hora, até alcançar o cimo de La Rhune que se encontra a 905 metros de altitude.
Parte da gare que se localiza no Col de Saint Ignace a 169 metros de altitude.


















Durante o trajecto podemos admirar a deslumbrante paisagem e observar cavalos selvagens e ovelhas.









Chegados lá acima, temos ainda de subir um pouco a pé até atingir o cume, onde temos para nos encantar uma magnífica vista sobre os arredores e o Golfo da Biscaia.

Após uma curta permanência para dar um pequeno passeio lá em cima, voltámos a descer e fomos para a AC, tendo voltado pela D504 e a D918 para St.-Jean-de-Luz e daqui pela N10 até Bayonne, que é uma cidade de tradição portuária e fica na confluência dos rios Nive e Adour, sendo que o rio Nive divide a cidade em duas zonas, a Grand Bayonne e a Petit Bayonne e tem muitos restaurantes nas suas margens. O rio Adour é bastante mais largo.
Bayonne é uma cidade que tem muito para ser visto e assim fomos dar uma volta, passando pelo Castelo Velho, que é uma fortaleza que remonta ao séc. XII e demos a volta à Catedral de Sainte Marie, construída entre os séc. XIII e XVI, em estilo gótico, no lugar que foi primitivamente ocupado por uma catedral romana que foi destruída por dois incêndios, em 1258 e 1310. A torre norte desta catedral só foi construída no séc. XIX. Não a visitámos por se encontrar fechada.
Demos mais uma volta pelas ruas circundantes e novamente na AC, entrámos na N117 para Pau.
Pau é um município situado a 100 Km do mar (Oceano Atlântico) e 50 da montanha (Pirenéus). Foi fundada muito tarde, em comparação com outras cidades, para controlar a passagem pelas montanhas. A cidade é atravessada pelo Gave de Paul, uma torrente de água proveniente das montanhas. O seu clima fez de Pau um refúgio de inverno para a burguesia no séc. XIX e princípio do XX.
Visitámos o Castelo, construído entre os séculos XI e XII pelos viscondes de Bearn. Foi neste castelo que nasceu Henrique IV, que viria a ser rei de França de 1589 a 1610.
De seguida visitámos a Catedral e demos uma volta a pé tendo também passado pelo Hôtel de Ville.
Regressámos à AC e dirigimo-nos na direcção de Lourdes, por umas estradas muito secundárias, tendo ficado em Peyrouse no Camping Le Prat dou Rey, que fica a 368 metros de altitude e onde chegámos às 19.30. Como já vem sendo hábito, após entrarmos no camping começou a chover.

6º Dia - Peyrouse/Laruns - 193.8 Km

Saímos do camping às 09.50 e voltámos para trás até Betharram, onde virámos pela D35 para Arudy e depois pela D918 para St. Christau e Arette. Em Arette virámos pela D132 para Pierre de St. Martin, que faz fronteira com Espanha, mas um pouco mais à frente como não tinha a certeza de que ía bem e tínhamos passado num posto de turismo em Arette, voltámos para esta localidade e fui ao turismo perguntar o caminho para as Gorges de Kakouetta, que era o nosso destino.
Seguimos então as indicações da funcionária e continuámos pela D918 até Lane, Montory e Tardets, onde virámos à esquerda pela D113 para Sainte Engrace onde já havia indicações e foi só segui-las até chegar às Gorges de Kakouetta, indo então visitá-las após estacionar num parque próprio. Este local encontra-se aberto de meio de Março a meio de Novembro e os bilhetes são vendidos à entrada ou no bar.
Logo à entrada, ao fundo de uma descida, existe um pequeno lago e logo a seguir são disponibilizados capacetes que devem ser colocados a partir dali, para evitar desagradáveis surpresas.











Entrámos então neste desfiladeiro de uma frondosa natureza virgem onde, por caminhos estreitos e íngremes, seguimos sempre ao lado de um riacho até um túnel cavado na rocha, que se encontrava a 1 Km da entrada. Continuando, depois de o termos atravessado, fomos dar ao cabo de mais 800 metros, a uma encantadora Cascata que caía de uma altura de uns 20 metros e cuja origem continua a ser desconhecida. Prosseguindo por mais 200 metros, chegámos finalmente à Gruta que é onde termina este percurso, no qual demorámos 70 minutos.

Encetámos então o regresso pelo mesmo caminho, tendo gasto sòmente 55 minutos.
Voltámos para a AC e almoçámos mesmo ali, já passava das 15 horas.
Após o almoço metêmo-nos novamente pela D113 até Tardets e depois pela D918 até Oloron, seguindo a partir daqui pela N134 até Laruns, onde ficámos no Camping des Graves ao qual chegámos às 18.40.

7º Dia - Laruns/Luz Saint Sauveur - 135.2 Km

Saímos do camping às 9 horas e dirigimo-nos para Fabrèges a fim de ir dar um passeio no Petit Train d'Artouste, que é o mais alto da Europa.
Depois de estacionar a AC num parque à beira do Lac de Fabrèges, no Valle d'Osseau, fomos comprar os bilhetes e apanhámos um teleférico que nos transportou em 10 minutos, de 1200 para 2000 metros de altitude, para a Gare de la Sagette onde apanhámos o Petit Train, que de pequeno só tinha o nome. Este Petit Train, dada a altitude, circula apenas entre Junho e Setembro, sendo que em Junho e Setembro o seu horário é das 10 horas até às 15 com partidas de hora a hora e em Julho e Agosto funciona das 9 às 17 horas, todas as meias horas. Foi construído em 1924 para transportar os homens, o material, o combustível e os reabastecimentos necessários à construção da barragem no Lago d'Artouste. Esta barragem de 150 metros de comprimento, elevou o nivel do lago em 25 metros. Dois mil homens trabalharam durante oito anos na sua construção. Actualmente o lago constitui uma reserva de 24 milhões de metros cúbicos de água, para as centrais hidroeléctricas do Vale d'Osseau produzirem electricidade.
Hoje em dia este comboio serve apenas o turismo e ao sair da Gare de la Sagette, entra num túnel de 314 metros e percorre a montanha a 2000 metros de altitude, por uma via estreita ao longo de 10 Km à beira de abismos com vistas maravilhosas do vale e das montanhas, para ao fim de 50 minutos chegar à Gare do Lago.
Chegados a esta gare, tivemos de andar 15 minutos a pé, sempre a subir por caminhos sinalizados, até ao Lago d'Artouste, onde permanecemos durante alguns minutos para desfrutar a paisagem.
Voltámos a descer até à gare e encetámos a viagem de regresso no comboio e depois no teleférico.
Quando chegámos cá abaixo, fomos comprar duas sandes enormes para o nosso almoço, após o que nos metemos novamente na estrada na direcção de Lourdes, tendo seguido por Argelès para Luz Saint Sauveur, onde ficámos no Camping Toy, no qual já tínhamos ficado o ano passado e onde chegámos às 17 horas.

8º Dia - Luz Saint Sauveur/Mairie de Sarbazan - 225.3 Km

Saímos do camping às 09.30 e dirigimo-nos para Gavarnie.
Quando chegámos e depois de estacionar a AC num parque procurando sempre as sombras, fomos a pé fazer o percurso de 5 Km até ao Cirque de Gavarnie, que não tínhamos chegado a fazer o ano passado e no qual gastámos uma hora e dez minutos. O Cirque de Gavarnie fica no Parque Nacional dos Pirenéus e foi classificado Património Mundial da Humanidade pela Unesco em 1997. Uma vez lá em cima, desfrutámos a paisagem que é encantadora, com diversas quedas de água, sendo a mais notável a Grande Cascata, que cai de uma altura de 422 metros e é uma das mais altas da Europa. Permanecemos lá durante alguns minutos, tendo aproveitado para descansar da subida e ao voltar para baixo gastámos apenas 50 minutos.

Novamente na AC, voltámos para Luz Saint Sauveur e desta localidade fomos pela D918 passando pelo Col du Tourmalet e La Mongie, tendo mais à frente virado pela D935 até às Grutas de Mèdous, que ficam um pouco antes de Bagnères de Bigorre.
Estas grutas foram descobertas em 1948 e abertas ao público em 1951. Têm 1 Km de comprimento e a visita termina com um percurso de 200 metros em barco no rio Adour, subterrâneo. Podem ser visitadas de 1 de Abril até 15 de Outubro. Devo dizer que não achámos estas grutas terem nada de espectacular, talvez induzidos por serem anunciadas como sendo as terceiras do mundo.

Depois da visita entrámos na estrada para Bordéus, tendo ficado em Mairie de Sarbazan no Camping Municipal de Sarbazan, onde chegámos às 20.15. Como era um camping municipal, a esta hora já não havia ninguém na recepção (deviam ter o horário da função pública) mas havia um letreiro que dizia para as pessoas se instalarem, que mais tarde passaria um empregado para fazer o registo e receber. O mesmo já nos tinha acontecido em outras ocasiões e portanto não estranhámos. Normalmente são campings pequenos, com poucos ocupantes e não justifica terem um empregado permanente. Fizemos o que dizia o letreiro, mas não apareceu ninguém até nos deitarmos.
De salientar que hoje esteve um dia cheio de sol e fazia algum calor, mas à noite começou a chover e a fazer uma ligeira trovoada.

9º Dia - Mairie de Sarbazan/Saint-Émilion - 372.8 Km

Hoje acordámos com alguma chuva e também trovoada. Saímos do camping às 8 horas sem que o empregado tivesse aparecido, pelo que não pagámos nada.
Continuámos na estrada D932 até Roquefort, onde virámos para a D626 tendo mais à frente voltado a entrar na D932, indo por ela até Captieux e virando aqui pela D114 para Villandraut, onde entrámos na D220 e passámos por Saint Symphorien, Sore, Issos, Parentis e Biscarrosse.
Neste lugar seguimos até junto da praia e dirigimo-nos para Pyla pelas D146, D83 e D218 até junto das Dunas de Pyla, onde estacionámos no seu parque de estacionamento, tendo aí almoçado.
Depois do almoço fomos visitar as Dunas, também chamadas de Pilat e que são uma enorme formação de areia acumulada no litoral do Golfo Da Biscaia, na entrada da Baía de Arcachon, que contém um volume total aproximado de mais de 60 milhões de metros cúbicos de areia fina, que se estende por 87 hectares de superfície com 2700 metros de comprimento e 500 metros de largura na sua base. Em meados do séc. XIX, ela tinha 35 metros de altura e hoje mede cerca de 117 metros, sendo a mais alta da Europa. Segundo medições da década de 1960, ela vai-se deslocando para o interior à razão de 3 a 4 metros por ano.
Subimos até ao seu topo através de uma escada construída na areia e lá de cima admirámos as magníficas vistas sobre a Baía de Arcachon de um lado e de uma bela floresta de pinheiros do outro. Enquanto lá estivemos, havia muitos praticantes de parapente que se deliciavam nos seus voos.
Passados alguns minutos voltámos a descer, mas desta vez não utilizámos as escadas tendo optado por descer pela areia abaixo.

Após esta visita seguimos na AC pela D218 até Arcachon, onde passeámos junto à praia e passámos pela Igreja de Notre-Dame, que se encontrava fechada, tendo na porta uma informação que dizia que a mesma só se encontrava aberta durante as horas de culto, por motivos de vandalismo.
Continuámos então na direcção de Bordéus, mas não encontrando nenhum camping nas proximidades desta cidade, seguimos para Villenave d'Ornon, um pouco adiante, por termos indicação de aí existir um. Como também aqui não o encontrássemos, seguimos mais para a frente, para Saint-Émilion, onde também tínhamos indicação de outro, ficando assim no Camping Domaine de La Barbanne, que ficava no meio de uma vinha e onde chegámos às 19 horas.
Depois de nos instalarmos, fomos jantar ao restaurante do camping e eu comi uma sopa de peixe que estava muito boa, perna de pato assada que parecia ser fumada e para terminar, uma dose de três queijos. A M.A. comeu tudo igual, apenas tendo trocado a sopa por uma salada.

10º Dia - Saint-Émilion/Valeuil - 132.6 Km

Saímos do camping às 10.30 e fomos dar uma volta a Saint-Émilion, que é uma povoação medieval situada num cerro, dominando os prestigiosos vinhedos de fama internacional. Saint-Émilion soube conservar os vestígios de um passado carregado de história, desde a sua origem no séc. VIII.
Visitámos a Igreja e fomos ao Claustro, que fica no interior do posto de turismo.



Demos uma volta por várias ruas e subimos ao Torreão, chamado Chateau du Roi, sobre o qual a história diverge quanto à data da sua construção, entre os séc. XII e XIII.
Construído em 1224 por ordem de Louis VIII ou em 1237 por ordem de Henri III de Inglaterra. O Torreão é uma torre quadrada de 9 metros de largo, com uma altura de 32 metros e a espessura das suas paredes é de 2.25 metros.
Demos depois uma volta com a AC pelo meio dos vinhedos e tomámos de seguida a estrada para Périgueux, ficando com a ideia de ser feriado em França ou pelo menos naquela região, pois encontrava-se tudo fechado como sendo domingo.
Périgueux é uma cidade de origem romana, fundada há 2000 anos e dominada pelas cúpulas da Catedral de Saint Front. Estacionámos junto à Catedral e fomos visitá-la. Esta catedral foi construída no séc. XII, em cruz grega com cinco abóbodas, no lugar de uma pequena igreja rectangular destruída por um incêndio em 1120.
Após a visita descemos até junto do rio, o qual atravessámos pela Pont des Barris, passámos junto de uma igreja, demos uma volta e regressámos à Catedral através de outra ponte.
Como estava tudo fechado, nem sequer um postal consegui comprar para a minha colecção.
Fomos para a AC e ainda antes de deixar a cidade, passámos pela Igreja de Sainte-Étienne-de-la-Cité, do séc. XI e pela Torre de Vésonne, que foi uma torre de um templo romano do séc. II.
Deixámos por fim Périgueux e saímos na direcção de Brantôme, tendo ficado um pouco antes, em Valeuil no Camping-Caravaning du Bas-Meygnaud, onde chegámos pelas 18 horas.
Hoje o dia esteve bastante quente.


Continua . . .

4 comentários:

VagaMundos disse...

Espectacular! Mais uma das vossas grandes viagens que nos poêm a sonhar com o dia em que teremos a nossa autocaravana. É raro o dia em que não pensamos nisso :)
A escolha das fotografias e a organização do texto está muito bem conseguida.
Venha daí a cronica do resto da viagem
Abraço

Dubis disse...

Desde já obrigado pelo comentário e seja bem vindo ao nosso blog!
Já estivemos a dar um vista de olhos ao seu e pareceu-nos bastante interessante essas vossas viagens enormes e iremos ler com toda a atenção os posts das mesmas!
Nós também pretendemos ir de carro de Lisboa até á Riviera Francesa mas até agora tem sido adiada, mas de certo que iremos faze-la.

Obrigado

La Nostra Italia disse...

Viagens assim que dao gosto! Sem estresses com horarios, atrasos e cancelamentos. E ainda podem visitar o que quiser sem pressa e sem preocupaçoes de chegar à destinaçao (no interior os meios publicos tem horarios restritos).
Seu blog é tao "maneiro" que até merece um selinho! Quando puder (e se quiser), passe no meu blog para ver o premio.
Gostaria de saber uma coisa: uma viagem de carro do norte da Italia a Portugal é muito cara? Ou é mais vantajoso ir de navio com o carro?
Um abraço!

Margarida disse...

Olá João!

Vim retribuir a sua visita e agradecer as suas passagens pelo meu Blog e os seus simpáticos comentários!As suas viagens também são fantásticas...eu gostaria de ter mais disponibilidade para fazer assim viagens grandes!Há dois anos fizemos um percurso também pela Bretanha,Normandia e Castelos do Loire durante 3 semanas,mas partindo e chegando a Paris...ainda não me aventurei a ir de carro por essa Europa fora!

Um abraço