terça-feira, 3 de outubro de 2017

Escapada pelo Alentejo

Viagem por terras alentejanas realizada de 20 a 24 de Setembro num total de 636,7 Km.

1º Dia - Brejos de Azeitão / Messejana - 183,4 Km


Saímos de Brejos de Azeitão e fomos por estrada nacional até Santiago do Cacém, tendo estacionado junto ao Castelo que fomos visitar de seguida.




Este castelo que está classificado como Monumento Nacional desde 1910, remonta à ocupação muçulmana até D. Afonso Henriques o ter conquistado em 1158, mas só em 1217, quando D. Afonso II o reconquista depois de ter sido perdido para o califa almóada Al-Mansur, ele passa a ser definitavamente pertença de Portugal. No seu interior está instalado o cemitério e apenas demos uma volta em redor sem ter entrado no cemitério.





Também lá se encontra a Igreja Matriz, que se supõe ter sido construída no decurso do século XIII e que também não visitámos por se encontrar fechada, apesar de lá termos estado durante o horário que seria suposto estar aberta.




Saindo do castelo, passámos pela Igreja da Misericórdia, construída no finais do século XV e considerada Monumento de Interesse Público, mas também esta estava fechada.



Fomos de seguida visitar o Moinho de Vento das Cumeadas, que a autarquia mantém a funcionar desde 1982, altura em que o adquiriu e recuperou.



Trata-se de um moínho de alvenaria, de torre tronco-cónica e de capelo giratório accionado por um sistema de sarilho.





Mais à frente encontra-se o Sítio Arqueológico de Miróbriga que também fomos visitar.


Logo à entrada temos um Centro de Acolhimento e Interpretação.



Na época romana contava com um Fórum, onde estava erigido um templo provávelmente dedicado ao culto imperial e outro dedicado a Vénus.


À volta encontravam-se as restantes edificações e a sul situava-se a área comercial que contava com várias lojas e uma hospedaria.





As Termas surgem numa das zonas mais bem conservadas de Miróbriga.




Conta ainda com uma Ponte de arco único de volta inteira e o pavimento, constituído por lajes de calcário, é ainda o original.





À saída passámos ainda pela Capela de São Brás que remonta provávelmente aos séculos XIII e XIV.


Depois da visita às ruínas partimos em direcção a Messejana e parámos junto à Igreja de Nossa Senhora da Assunção, que apenas vimos por fora por se encontrar fechada, e que fica 3 Km antes da vila. Esta igreja data do século XVIII e foi mandada construir pelos emigrantes regressados, como forma de agradecimento pelo sucesso económico.







Ao fundo da escadaria encontra-se um cruzeiro.



Após esta breve paragem continuámos e fomos para a àrea de serviço da Quinta da Cerca (coordenadas GPS: N 37º 49' 54'' W 08º 14' 49'') em Messejana.



É uma área privada situada numa propriedade murada e fechada, onde éramos os únicos ocupantes. É uma área muito calma, com casas de banho, piscina e zona relvada. Só peca por ter poucas sombras.









2º Dia - Messejana / Castro Verde - 38,9 Km


Saímos de Messejana e prosseguimos para Aljustrel. Aí chegados, dirigimo-nos para a Ermida de Nossa Senhora do Castelo e estacionámos lá mesmo em cima. Esta Ermida foi construída sobre as ruínas do antigo castelo de onde se obtém uma magnífica vista sobre a vila e é tão antiga que já em 1510 se afirmava que não havia memória de quem a tivesse edificado.




Partindo cá de baixo, da Rua de Nossa Senhora do Castelo, tem-se pela frente uma enorme escadaria que nos leva até ao adro da Ermida, onde se encontra um arco em forma de campanário com um pequeno sino.





A Ermida é de uma só nave e as paredes interiores são revestidas de belos azulejos do século XVII.




Nos anos sessenta do século XX, a zona do altar-mor desmoronou-se e foi então construída a parte de baixo em alvenaria, aproveitando-se as madeiras para reconstruir o retábulo.



Ao lado da igreja encontra-se uma sala com exposição de oferendas, tais como fotografias de soldados do tempo da guerra do ultramar, joias, figuras de cera, fitas de cetim e fatos de noiva e de baptismo.





À volta da Ermida podem ver-se as ruínas do castelo, cujos vestígios consistem em pequenos troços das fundações em alvenaria e das muralhas em taipa.





Após esta visita regressámos à AC e descemos indo estacionar junto à Igreja Matriz, que para variar também se encontrava fechada, limitando-nos a vê-la por fora. Esta igreja foi mandada construir pela Ordem de Santiago e remonta ao século XV.




Demos a seguir uma volta pelas ruas adjacentes





e regressámos à AC para continuar a nossa viagem com destino a Castro Verde, onde fomos ficar no Parque de Campismo (coordenadas GPS: N 37º 42' 17,88'' W 08º 05' 17,22'').



Depois de nos instalarmos, fomos a pé até à Igreja de Nossa Senhora dos Remédios ou das Chagas do Salvador, que também se encontrava fechada. A igreja actual foi reconstruída em 1621 por Filipe III, sobre fundações medievais.




Continuámos a descer a rua e fomos visitar a Basílica Real de Nossa Senhora da Conceição, que foi erigida sobre a antiga igreja matriz em princípios do século XVIII.




A sua robusta fachada é dominada por duas torres sineiras e o interior de uma só nave é ladeado por um conjunto notável de painéis Joaninos de exaltação à Batalha de Ourique








e o magnífico altar-mor em talha dourada.




Nas traseiras da Basílica encontra-se um mirador, de onde se tem uma vista sobre os campos.


Seguimos depois por umas ruas até ao Largo da Feira, onde se localiza o Moínho de Vento, recuperado em 2003 pela Câmara Municipal, depois de ter estado inactivo durante mais de 60 anos e não se sabendo ao certo a data da sua edificação. Do edifício original restam apenas a torre e os dormentes que suportam os soalhos dos pisos interiores.





Visitámos o seu interior e subimos até ao 1º andar onde se pode ver toda a engrenagem.






Depois da visita ao moínho regressámos ao parque de campismo. Sobre este parque de campismo tenho a dizer que a parte reservada às ACs, fica logo na entrada e num plano inclinado, sendo necessário o uso de calços para nivelação, pelo que depois de ter parado resolvi não ficar ali e ir para a zona de terra (para tendas).

3º Dia - Castro Verde / Vila Nova de Mil Fontes - 143, 8 Km


Saímos do parque de campismo e de Castro Verde e seguimos para a Barragem de Santa Clara. Esta barragem é alimentada pelo Rio Mira e foi construída nos anos 40 do século XX, sendo considerada uma das maiores da Europa. É rodeada por uma deslumbrante paisagem serrana e é um local sossegado que convida a um período de descanso.






De seguida percorremos os poucos quilómetros que nos separavam da aldeia de Santa Clara-a-Velha e depois de estacionar logo à entrada, percorremos algumas ruas e passámos pela Igreja de Santa Clara de Assis, construída no século XVI.





Partimos depois para um almoço com uns amigos, na Horta da Várzea, onde permanecemos grande parte da tarde.







Por fim seguimos para o Camping Milfontes  em Vila Nova de Milfontes. Depois de nos instalarmos fomos dar um passeio pela marginal que está cheia de bares e regressámos ao camping.

4º Dia - Vila Nova de Mil Fontes / Alcácer do Sal - 103,9 Km


Saímos do parque de campismo e fomos passar em Porto Covo, onde demos uma volta pelas arribas junto à Praia Grande.





Continuámos pela estrada e fomos parar em Castelo Ventoso, no estacionamento do Restaurante Km 10, onde fomos almoçar um belíssimo cozido à portuguesa.


Depois do almoço partimos para Alcácer do Sal e fomos direito ao Santuário do Senhor Jesus dos Mártires, que é um dos templos cristãos mais antigo do país e fica no cimo de uma colina. A sua construção remonta ao século XII e foi depois ampliada no século XIV. Como era fim de semana também se encontrava fechado. Pelos vistos o turismo no nosso país só deve funcionar durante a semana e ao fim de semana só podemos ir a cafés, restaurantes e centros comerciais.






Após algumas fotos do exterior, fomos até ao Castelo que se ergue na mais alta colina da cidade e que alberga hoje a Pousada D. Afonso II, a Cripta Arqueológica, a Igreja de Santa Maria do Castelo e a Estação Arqueológica.






Do castelo tem-se uma bela panorâmica sobre a cidade e o rio Sado.



Começámos a visita pela Igreja de Santa Maria do Castelo, que se encontrava fechada. Foi fundada pela Ordem de Santiago, após a reconquista da cidade por D. Afonso II em 1217.




Passámos a seguir pela Zona Arqueológica do castelo que fica defronte da igreja




e dirigimo-nos para a Pousada onde solicitámos autorização para visitar a antiga Igreja do Convento de Aracoelli, dos séculos XVI-XIX, que está despida de quaisquer imagens e o Claustro do mesmo Convento.









Saímos da Pousada e fomos visitar a Cripta Arqueológica, que fica por baixo da Pousada e que foi descoberta nos anos 90 quando da grande intervenção sobre o Convento de Nossa Senhora de Aracoelli e que deu lugar à Pousada D. Afonso II.










Na Cripta estão expostas várias peças encontradas no local.









Depois da visita fomos para o Parque de Campismo e após nos instalarmos saímos a pé e fomos até à Igreja do Convento Franciscano de Santo António, fundado em 1524, na qual se localiza a Capela das Onze Mil Virgens. Tinha a indicação (no site da Câmara) de que estava aberto até às 18 horas, mas ao chegar ao local verifiquei que estava fechada e ao perguntar a uma senhora que passou, esta disse-me que só abria para velórios.



Voltámos para o parque.

5º Dia - Alcácer do Sal / Brejos de Azeitão - 166,7 Km


Saímos do parque de campismo e fomos até Santa Susana, que é uma pequena aldeia a poucos quilómetros de Alcácer, onde todas as suas casas são brancas com barras azuis incluindo a própria Igreja Matriz. A data de construção desta igreja é desconhecida mas pensa-se que tenha sido no século XVI e a torre sineira ter-lhe-á sido acrescentada no final dos anos 20 do século passado.



Partimos depois para a Barragem Pego do Altar, que foi construída em 1949 e originalmente com o nome de Barragem Salazar.




Conforme se pode ver nas fotografias as águas da barragem estão bastante abaixo do nível habitual.



Daqui, seguimos então para a Comporta onde fomos almoçar no Restaurante Museu do Arroz.


Ficámos numa mesa num recanto com vista para os arrozais


e mandámos vir uma cataplana de peixe que estava muito bem confeccionada e via-se que o peixe era fresquíssimo.


Depois do almoço fomos até à Carrasqueira, que é uma pequena aldeia piscatória em plena Reserva Natural do Estuário do Sado. A aldeia conserva ainda algumas construções que eram típicas da beira-Sado, como é o caso dos palheiros, casas construídas em madeira e cobertas de caniço.


Fomos até ao Cais Palafítico, que é uma arquitectura popular única na Europa, erigida nas décadas de 50 e 60 do século passado, para permitir o acesso dos pescadores aos barcos, mesmo durante a maré baixa. Está construído em estacas de madeira irregular, aparentemente frágeis, que servem de ancoradouro aos barcos de pesca que ali acostam.













Finda esta visita voltámos à estrada e regressámos a casa.

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