quinta-feira, 9 de novembro de 2017

Góis e Aldeias de Xisto

Viagem a Góis e Aldeias de Xisto, realizada de 27 a 31 de Outubro, num total de 754,8 Km.

1º Dia - Brejos de Azeitão / Góis - 266.5 Km

Saímos de Brejos de Azeitão e fomos por estrada nacional até Miranda do Corvo, tendo-nos dirigido para a Área de Serviço de ACs (coordenadas GPS: N 40º 05' 17'' W 08º 19' 56'') onde fomos almoçar. Após o almoço seguimos viagem para a vila de Góis, onde tínhamos um encontro marcado com um grupo de amigos autocaravanistas. De salientar que neste trajecto passámos por muita zona ardida na Serra da Lousã.



A vila de Góis fica situada no vale do rio Ceira e conta com nove séculos de existência. Chegados lá, dirigimo-nos de imediato para o Góis Camping, tendo sido os primeiros a chegar. Dei uma volta pelo parque, fazendo um reconhecimento do mesmo e da zona envolvente. Da parte de fora do parque, num nível elevado, encontra-se a Capela do Castelo ou de S. Sebastião, construída no séc. XVI. Diz-se que a capela foi construída com materiais de uma fortaleza que ali existiu.



Mais ao lado encontra-se um miradouro, de onde se tem uma vista deslumbrante sobre a vila, destacando-se a Igreja Matriz ou Igreja de Santa Maria Maior, que fica ao lado do cemitério. Foi construída entre os séc. XV e XIX, sendo classificada Monumento Nacional desde 1910.




Regressei ao parque e apesar de ser cedo, permanecemos lá pois queríamos lá estar para receber os nossos amigos e como o dia estava muito bom convidava a um repouso enquanto esperávamos.

2º Dia - Góis - 0 Km

De manhã fomos todos dar uma volta. Descemos por umas escadas e fomos dar à Ponte Manuelina, também conhecida por Ponte Real por ter sido mandada edificar por D. João III no séc. XVI.



Seguimos depois pela margem direita do rio Ceira, até ao Moinho de água com a sua Roda gigante, localizado na Praia Fluvial do Pego Escuro.










Aí subimos para a estrada e regressámos ao parque de campismo para preparar o almoço que constou dos tradicionais grelhados, como é costume quando este grupo se junta. Colocámos as mesas no meio das autocaravanas e o almoço decorreu em alegre cavaqueira.
Depois do almoço fomos até à vila, atravessámos a ponte e passámos junto ao Monumento da Solidariedade, que é uma escultura em pedra calcária constituída por figuras humanas desnudas e sobrepostas, formando uma torre em atitude de inter ajuda e que foi inaugurada em 2004.


Fomos depois até à saída da vila onde se encontra uma rotunda com uma fonte ao centro.



Regressámos ao parque e continuámos o convívio até ao jantar que decorreu de maneira idêntica.



3º Dia - Góis / Penacova - 36.1 Km

Hoje e para a despedida decidimos ir almoçar ao Restaurante Beira Rio, quase à saída da vila.



Depois do almoço atravessámos uma ponte e viemos pelo Parque Hugo Miguel Piteira Barata.


Passámos no Coreto


e continuámos por um caminho pedonal


passando junto de um Açude


até à Capela de Santo António, que é uma capela manuelina datada do séc. XVI mas cujo corpo principal foi totalmente alterado nos séc. XIX e XX.


A partir desta capela existem uma série de moradias de luxo. Continuámos o nosso passeio até à Ponte


e seguimos depois pela margem esquerda do rio por um passadiço em madeira que nos levou até à Praia Fluvial do Pego Escuro.



Regressámos ao parque de campismo e preparámos as coisas para partir. Feitas as despedidas, cada um seguiu para as suas casas e nós fomos até ao Santuário de Nossa Senhora da Candosa perto de Vila Nova do Ceira.






Este Santuário, construído no alto de um afloramento rochoso, foi inaugurado no dia 15 de Agosto de 1898 e domina uma profunda garganta por onde passam as águas agitadas do rio Ceira e é um miradouro que oferece belas paisagens sobre a zona envolvente.







Pena que estas paisagens estejam transformadas num cenário preto, devido aos incêndios. Perto do Santuário existe um coreto, onde em dias de festa, actuam bandas filarmónicas.


Depois desta visita seguimos para Serpins e para o seu Parque de Campismo, mas como a primeira impressão não foi boa, pedi para ver o interior e não tendo gostado do que vimos (não tinha ninguém, estava cheio de folhas mostrando que não devia ser limpo há meses e as casas de banho com lavatórios miniatura) resolvemos não ficar ali e seguimos para o Parque de Campismo de Penacova, que já conhecíamos.

4º Dia - Penacova / Salir do Porto - 253.9 Km

Saímos do parque de campismo e tomámos a direcção da Lousã. Chegados lá, dirigimo-nos para o Santuário Nossa Senhora da Piedade que fica fronteiriço ao Castelo.



O Santuário é constituído por três capelas de épocas diferentes, que são: a Capela de S. João, a Capela do Senhor da Agonia e a Capela de Nossa Senhora da Piedade. Existe ainda uma quarta capela junto ao castelo: a Capela do Senhor dos Aflitos. Uma vez no Santuário iniciámos a visita passando por um arco e percorrendo o início do percurso pedestre circular de 6 Km que parte e acaba no castelo.


Este pequeno trajecto que fizemos passa por duas fontes: a Fonte da Vida


e a Fonte da Esperança,


uma zona de merendas com um pequeno bar



e algumas grutas.





A subida às capelas faz-se através de uma escadaria de xisto.



Começámos pela de S. João que é a maior e mais antiga, edificada entre os séc. XIII e XIV.




Subimos até à do Senhor da Agonia e Cruzeiro, edificada no séc. XVIII



e por último a de Nossa Senhora da Piedade no alto do morro, de paredes caiadas de branco formando um contraste com o verde da paisagem. É nesta capela que se encontra a imagem de Nossa Senhora que desce à vila todos os anos por altura da Páscoa e permanece durante cerca de um mês na Igreja Matriz, regressando em procissão ao Santuário.




Do espaço à volta da capela tem-se uma vista sobre o percurso pedestre e o castelo.




Descemos depois até à Praia Fluvial que se encontra na Ribeira de S. João, a qual de praia só tinha o nome dado a sua falta de água. Acredito que em condições normais a praia será agradável, dado que dispõe de recantos que convidam ao descanso e dispõe de bar com esplanada e casas de banho e até uma prancha de saltos.


Do lado oposto à praia, tem uma cadeira pendurada por cordas numa àrvore, pendente sobre as águas da ribeira.





Feita esta visita rumámos até à aldeia de xisto do Talasnal, subindo uma estrada estreita e sinuosa da serra da Lousã. Também por aqui tinha andado o incêndio.




Esta aldeia, é das aldeias de xisto da serra da Lousã, a que tem dado mais visibilidade a este conjunto de aldeias pela recuperação das suas casas.



A rua principal acompanha o declive da encosta e dela partem becos para dar acesso a outras casas.







Nota-se que algumas casas dispõem de cortinas e vêem-se vasos com flores. À porta de algumas casas há também latadas.






Percorremos algumas ruas da aldeia e à saída comprámos uma recordação numa loja virada ao turismo.
Seguimos depois para Candal, outra aldeia de xisto.




Esta aldeia encontra-se à beira da estrada nacional e alonga-se pela encosta acima.



Tem logo à entrada um tanque comunitário e as suas estreitas ruas são em muitos casos formadas por degraus.








Também nesta aldeia se vêem muitas casas recuperadas.






De volta à estrada voltámos para a Lousã e continuámos depois para Gondramaz, que fica na vertente ocidental da serra da Lousã.


Logo à entrada tem um parque de estacionamento, onde estacionámos.


Fomos percorrer as ruas desta aldeia, que também fica numa encosta. As ruas são estreitas e sinuosas.










Também aqui se nota a recuperação de casas.




Íamos com intenção de almoçar, dado que sabíamos que existia um restaurante, mas ao chegar lá verificámos que se encontrava fechado.


Nas ruas, os únicos seres vivos que encontrámos foi um cão e um gato.


Passámos também por uma igreja que destoava das restantes habitações por se encontrar rebocada e pintada de branco.


Regressámos à autocaravana e almoçámos mesmo ali antes de partir.



Após o almoço partimos para as Fragas de S. Simão que pertencem já a Figueiró dos Vinhos. Alguns metros antes, parámos no miradouro de onde pudemos admirar toda a beleza envolvente, apesar de também se verem alguns pontos negros, consequência dos incêndios.





Andámos depois mais para baixo e estacionámos no parque de estacionamento que dá acesso à Praia Fluvial. Descemos uma ladeira que nos levou até à praia, que dispunha de instalações sanitárias, churrasqueira e um bar (aberto apenas nos meses de verão) e à volta um parque de merendas com umas mesas com banquinhos em madeira.




Atravessámos uma ponte e fomos apenas um pouco adiante para tirar fotografias.



Este é um local de rara beleza, com águas límpidas rodeadas de imensas fragas.




Partimos depois em direcção a Salir do Porto onde fomos ficar na Área de Serviço da Casa da Duna (coordenadas GPS: N 39º 30' 01'' W 09º 09' 04''). Esta área é privada e fica à beira da baía de S. Martinho do Porto.




5º Dia - Salir do Porto / Brejos de Azeitão - 198,3 Km

Saímos a pé da área de serviço e fomos dar uma volta pela areia da praia. Da área via-se uma ponte em madeira sobre o rio Salir e que iríamos ter de atravessar.




Também na margem esquerda do rio existe o que é considerado o ex-libris de Salir: uma Duna com cerca de 50 metros acima do nível do mar e que foi em tempos a maior da Europa.


Depois de a atravessar a ponte seguimos pelo passadiço em madeira até à Praia da Concha.





Voltámos para trás e fomos para a área de serviço, tendo saído com a autocaravana pouco depois.



Dirigimo-nos para Atouguia da Baleia e parámos junto ao Restaurante Bateira onde fomos comer uma deliciosa caldeirada. Após o almoço fomos até ao Cabo Carvoeiro que se situa no extremo da Península de Peniche, sobre o Oceano Atlântico. É o cabo mais ocidental da costa continental portuguesa a norte do Cabo da Roca. Neste local ergue-se o Farol do Cabo Carvoeiro, de 25 metros de altura.



Fomos até ao miradouro, de onde se avista o arquipélago das Berlengas.


No oceano podemos ver um penedo conhecido como a Nau dos Corvos, por nele poisarem inúmeras aves.



Também dali se aprecia uma paisagem dominada por uma sucessão de calcários e rochas afins.






Voltámos à AC e iniciámos o caminho de regresso a casa, onde chegámos ao final da tarde.

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