sexta-feira, 21 de abril de 2023

Viagem ao sul de Espanha - 1ª Parte

Viagem ao sul de Espanha, realizada de 15.03.2023 a 27.03.2023 num total de 3186,6 quilómetros percorridos. Devido à extensão do texto e para não o tornar enfadonho, vou dividir a viagem em duas partes.

Dia 15 - Brejos de Azeitão / La Palma del Condado - 330,1 Km

Saímos de casa depois do almoço e fomos por estrada nacional na direcção de Beja e Serpa, tendo atravessado a fronteira em Vila Verde de Ficalho. Seguimos depois até La Palma del Condado, indo direito à área de serviço (coordenadas GPS: N 37º 23' 03'' W 06º 33' 29'') onde pernoitámos. O casal nosso amigo com quem iríamos viajar durante estes dias, já lá se encontrava.

Dia 16 - La Palma del Condado / Puerto Real - 285,5 Km

Saímos da área de serviço e fomos até El Rocio


onde estacionámos na Plaza Doñana (coordenadas GPS: N 37º 07' 58'' W 06º 29' 03,30'').



El Rocio é uma pequena aldeia na Andaluzia, com pequenas casas brancas e todas as ruas em terra batida, parecendo o que se vê nos filmes do faroeste americano.




Fomos depois a pé dar uma volta



e visitar o Santuário de la Virgen del Rocio ou Ermida de el Rocio.


A Ermida original, do século XIII, foi destruída pelo terramoto de Lisboa em 1755 e a actual data de 1969. O interior é composto por três naves e ao fundo a Capela-mor,


onde se destaca o fabuloso Retábulo


com a imagem da Virgem Todos os anos se realiza a Romaria da Virgem de el Rocio, que tem lugar na 2ª feira a seguir ao Domingo de Pentecostes e que junta centenas de milhares de pessoas. Após a visita da Ermida fomos até ao Charco de la Boca, que fica junto da aldeia e pertence ao Parque Nacional Doñana



onde se podem ver diversas aves, como patos, garças e outras.


De regresso à AC passámos pelo Monumento à Coroação da Virgen de el Rocio, realizado através de subscrição popular e inaugurado em 1920



e também pela Plaza del Acebuchal



onde se encontra o Monumento Natural aos Acebuches, que são no fundo oliveiras selvagens.



Partimos a seguir para o Parque Nacional de Doñana.



Estacionámos no estacionamento do Centro de Visitantes do Palácio del Acebrón (coordenadas GPS: N 37º 08' 31'' W 06º 32' 45'')



e fomos visitar o Palácio del Alcebrón, construído na segunda metade do século XX, como residência particular e básicamente destinado a recreio e caça.


Actualmente serve para a divulgação do património etnográfico do Parque Nacional de Doñana. Logo á entrada existe uma grande sala


onde nas paredes se podem ver quadros com fotografias de caça e também cabeças de animais selvagens.


No tecto encontra-se uma cópia da pintura "A Criação de Adão" de Michelangelo, cujo original está na Capela Sistina em Roma.


O acesso ao 1º andar faz-se por uma escadaria em mármore rosa.


Ali se encontra a exposição Doñana e o Homem, que oferece ao visitante a oportunidade de conhecer vários aspectos da relação dos habitantes locais com a vida no seu ambiente natural.






Subimos também ao terraço



de onde se tem uma vista sobre os campos.



Depois da visita fizemos o Sendero Peatonal, de apenas 2 Km, pelo Charco del Acebrón, situado entre paisagens florestais





que nos levou até ao estacionamento onde estava a AC. Regressámos à estrada e seguimos para Cádiz. Atravessámos a Puente de la Constitución de 1812, com 3092 metros de comprimento sobre o mar, que liga a Península Ibérica à Baía de Cádiz



e dirigimo-nos para um parque público, onde estacionámos. (coordenadas GPS: N 36º 32' 15,50'' W 06º 17' 24''). Fomos depois a pé pela Av. del Puerto, onde se encontra o Monumento à Liberdade de Expressão.


Mais à frente passámos por uma grande árvore de tília, numa zona ajardinada.


Virámos depois pela Plaza San Juan de Dios, onde se localiza o edifício do Diario de Cádiz


em frente do qual se pode ver uma zona de água com vários repuxos.


A meio desta praça encontra-se um monumento a Segismundo Moret, antigo presidente de Espanha nascido em Cadiz.



Ao fundo da praça encontra-se o bonito edifício do Ayuntamiento, construído em 1799.


Seguimos pela Calle Pelota


até à Plaza de la Catedral, onde se localiza a mesma.




Esta Catedral, também conhecida por Santa Cruz sobre el mar, começou a ser construída, sobre uma anterior igreja, em 1722 tendo terminado 116 anos depois, em 1838 e declarada Bem de Interesse Cultural em 1931. O interior está dividido em três naves com fortes colunas


onde sobressai o Altar-mor elevado


encimado por uma Cúpula.


Junto do altar-mor, numa das colunas, encontra-se um bonito Púlpito


e à volta do altar situa-se o Deambulatório


com várias capelas



estando numa delas o brilhante Ostensório em prata, com 5 metros e meio de altura.


Guardado por um gradeamento de ferro fundido e ferro forjado, encontra-se o belo Coro


com esplêndido cadeiral de madeira de cedro, mogno, carvalho e ébano



por cima do qual existe um Órgão de cada lado.


Além destes existe ainda um outro Órgão na Catedral.


Por baixo do altar-mor foi construída em pedra de ostra, uma grande Cripta circular com abóbada quase plana.



Numa das capelas em redor, encontra-se a estátua da Virgen del Rosario em mármore branco


nas restantes encontram-se outras figura.




De seguida subimos à Torre do Relógio, cujo acesso se faz através de uma rampa, o que torna mais fácil a subida.


A certa altura está o mecanismo do relógio, que foi introduzido na torre no século XIX e funcionou até meados do século XX.


Só na parte final se encontra uma pequena escada


que dá acesso aos sinos



e a um magnífico miradouro de 360º sobre toda a cidade.





Deixando a catedral para trás, atravessámos a Plaza de las Flores


onde ao fundo se encontra o edifício dos correios


com uns originais depósitos para as cartas.



Passámos pelo Parque Genovês



tendo depois ido à beira mar pelo Paseo Santa Bárbara




e pelos Jardins del Paseo de Carlos III.




Passámos ainda pelos Jardins de la Alameda Hermanas Carvia


e de seguida pelo Baluarte Y Murallas de San Carlos




até chegarmos ao parque de estacionamento.


Para pernoitar dirigimo-nos para a ASA de Puerto Real (coordenadas GPS: N 36º 32' 02,20'' W 06º 11' 01,20''). 

Dia 17 - Puerto Real / Playa de Cala Sardina - 204,3 Km

Saímos da ASA e fomos para Baelo Claudia, tendo no caminho passado por grandes parques eólicos.



Estacionámos no seu parque de estacionamento (coordenadas GPS: N 36º 05' 24,60'' W 05º 46' 14,40''). Baelo Claudia era uma cidade romana do final do século II a.C. e situada próximo do Estreito de Gibraltar.



Iniciámos a visita percorrendo um pequeno museu em recinto coberto.




Passámos depois ao exterior e vimos um pequeno troço do aqueduto que trazia a água à cidade


a seguir vimos as ruínas de uma fábrica de salga de peixe



e também as termas



o teatro romano



a basílica




e uma vista geral até ao mar.



Após a visita seguimos para Tarifa


tendo estacionado junto à Praça de Touros (coordenadas GPS: N 36º 00' 54'' W 05º 36' 29'').


Fomos depois a pé até á Plaza Miramar, onde fica a entrada para o Porto


e virámos para o Castelo de Guzmán el Bueno.


Logo ao início encontra-se uma estátua de homenagem a Sancho IV, no 7º centenário da tomada de Tarifa.


A seguir encontra-se a entrada do castelo, que atravessámos.


Este castelo deve o seu nome ao então guardião da fortaleza que em 1294 preferiu sacrificar o seu filho a render a cidade aos muçulmanos que o tinham preso e pretendiam a troca.





Ao fundo da muralha fica a Torre de Gusmán



de onde se obtém uma vista sobre o porto



a cidade




e o próprio castelo.



Também dali se via o Castelo de Santa Catalina, do outro lado do porto.


Ainda dentro castelo podemos ver uma pequena exposição.




Antes de abandonar o castelo, fomos ainda ver a Igreja de Santa Maria, construída no século XIV.


Depois do castelo subimos a Calle Guzmán el Bueno


e virámos para a Calle Sancho IV el Bravo


que foi dar à Igreja de San Mateo.



Seguimos e passámos pelo Monumento ao General Francisco de Copons.


Regressámos à AC e partimos para ir pernoitar na ASA de Castellar de la Frontera. Ao passarmos na região de Algeciras a imagem que se nos deparou foi esta



e também esta.



Ao chegar a Castellar, verificámos que a ASA se encontrava encerrada e seguimos viagem para Casares, mas ao passar pela Playa de Cala Sardina, vimos que havia lá muitas ACs e resolvemos que iríamos também ali pernoitar (coordenadas GPS: N 36º 18' 36'' W 05º 15' 32'').



Dia 18 - Playa de Cala Sardina / Almayate - 167,1 Km

Depois de uma noite tranquila saímos do estacionamento da praia e seguimos para Marbella



onde, depois de alguma dificuldade em estacionar, conseguimos fazê-lo numa avenida próximo da praia. Descemos até à Playa del Faro onde se encontra a estátua La Venus



seguimos pela marginal


até virarmos para a Av. del Mar, onde logo no início temos uma estátua à Liberdade de Expressão.



Nesta avenida encontram-se diversas esculturas de Dali.






Ao cimo da avenida está o Parque de la Alameda



onde se encontra a Fuente Virgen del Rocio.


A partir daí, entrámos no Centro Histórico



indo até à Plaza de los Naranjos, que é o local mais animado da cidade e está repleto de esplanadas e restaurantes.



É também nesta praça que se encontra o posto de turismo, num edifício no cimo do qual está um relógio de sol



e o Ayuntamiento.


Juntinho a esta praça existe a Plaza Fernando Alcalá, bem mais pequena, ornada com uma fonte.


Fomos a seguir até à Plaza de la Iglesia, onde se situa a Iglesia de Santa Maria de la Encarnación, construída no século XV sobre os restos de uma antiga mesquita.



Quando chegámos iria decorrer uma cerimónia de casamento e ainda apanhámos a chegada da noiva.








No exterior destaca-se a Torre Sineira de 50 metros de altura.



O interior é de três naves, sendo a central mais larga do que as laterais.


Nas laterais existem vários painéis religiosos ou capelas




e por cima da entrada um bonito Órgão.


Passámos a seguir pela Capilla San Juan de Dios, uma capela pequena e simples.




No regresso à AC passámos ainda pela Fuente del Caballo


e pela Av. Ramón Y Cajal, que é em simultâneo a N340.



Almoçámos na autocaravana  e depois do almoço seguimos para Fuengirola


e estacionámos junto do Castelo de Sohail, que é uma fortaleza do século XII  (coordenadas GPS: N 36º 31' 21,20'' W 04º 37' 45,60''). Como o castelo estava fechado, apenas vimos o exterior.




Como se localiza no cimo de uma colina, faz com que se torne um miradouro excepcional de onde podemos admirar tudo em redor.




Seguimos depois para Mijas


e estacionámos num largo junto ao estacionamento  dos taxis burro (coordenadas GPS: N 36º 35' 43,30'' W 04º 38' 12'').




Visitámos a Ermita de la Virgen de la Pena, que foi escavada na rocha na segunda metade do século XVII. Nela está a imagem da Virgen de la Peña, padroeira de Mijas.




Junto a ela está o Miradouro dos Compas, de onde se avista tudo à volta até ao mar.




Dali seguimos para Benalmádena


e visitámos o Castelo de Colomares (coordenadas GPS: N 36º 35' 26,70'' W 04º 34' 24'').



O Castelo de Colomares foi construído nos finais do século XX, em tijolo, cimento e pedra e é dedicado à vida e aventuras de Cristóvão Colombo. Vou deixar apenas algumas imagens, para se ter uma ideia, mas muito mais haveria para dizer.






Fomos depois pernoitar numa ASA em Almayate, próximo de Benajarafe (coordenadas GPS: N 36º 43' 25,50'' W 04º 08' 23,80'').

Dia 19 - Almayate / Cenes de la Vega - 139,6 Km

Saímos da ASA e fomos  para Nerja, onde estacionámos num grande terreiro (coordenadas GPS: N 36º 44' 50'' W 03º 52' 27''). Fomos depois a pé por umas ruas



até à Plaza Balcón de Europe



de onde se tinha uma vista sobre a praia e o mar Mediterrâneo.




Nesta praça havia uns canhões apontados para o mar


e a estátua do rei Alfonso XII, encostado ao varandim.


Ao fundo da praça está o famoso Balcón de Europa ou Varanda da Europa em português.


Descemos a seguir umas ruas, passámos junto ao Ayuntamiento


e fomos pela Plaza de los Cangrejos



até à Fuente de Europa.



A Fonte da Europa é um monumento, junto ao mar, construído em 2002 como testemunho da união dos povos europeus e é constituído por pedras enviadas por cada um dos países que compunham a União Europeia nesse ano e na base, por pedras provenientes da cada uma das províncias da Andaluzia.  Circulámos um pouco ali à volta



e regressámos ao estacionamento por umas ruas repletas de lojas com artigos em pele.



Passámos ainda pela Igreja de El  Salvador, edificada no século XVII e ampliada no século XVIII.


O interior é constituído por três naves separadas por pilares.



Nas naves laterais podemos ver alguns nichos.



No regresso passámos por uma rua com vários bares.


Já na AC tomámos a direcção da Cueva de Nerja, indo estacionar no seu parque de estacionamento (coordenadas GPS: N 36º 45' 41,40'' W 03º 50' 48,60'').


Esta Cueva ou gruta foi descoberta em 1959 e aberta ao público em 1960. Foi declarada Bem de Interesse Cultural em 2006. Fomos então visitar a gruta que tem mais de 140 mil m2 de área e cerca de 4 Km de comprimento, mas nem toda pode ser visitada.


Dada a espectacularidade da gruta, fiz dezenas de fotografias das quais vou apenas publicar uma pequena parte.







Após a visita à gruta seguimos viagem e fomos para Cenes de la Vega, onde pernoitámos na ASA (coordenadas GPS: N 37º 09' 24'' W 03º 32' 42'').


Dia 20 - Cenes de la Vega / Guadix - 158,1 Km


Hoje saímos da ASA


e fomos para Monachil fazer o Trilho dos Cahorros.


Este é um percurso circular com pouco mais de 8 Km de extensão e que está inserido já no Parque Nacional da Sierra Nevada. Estacionámos num parque a pouca distância do início (coordenadas GPS: N 37º 07' 52'' W 03º 32' 15,50'').



Após o estacionamento fomos iniciar o percurso


primeiro por caminho alcatroado


mas logo depois por caminhos de terra



sempre ao lado do rio Monachil





umas vezes melhor

outras nem tanto



até que chegámos a uma primeira ponte suspensa.


Após tê-la atravessado, eis que nos surge uma escada de pedra



uma segunda ponte suspensa


e novamente outra escada



e ainda uma terceira ponte suspensa, esta mais curta



Faltava ainda a quarta ponte, esta a mais extensa.


No final da ponte admirámos uma pequena cascata.


Seguimos depois pelo estreito canhão do rio Monachil, ladeado por gigantescas paredes de rocha



até chegarmos a uma zona do canhão mais estreita, chamada Túnel das Pombas



em que para passar nos tivemos de baixar e passar de joelhos, o que fizemos por mais de uma vez



ou agarrar a grampos de metal cravados na rocha.


A partir daqui, subimos por um caminho até Cahorros de Cima e regressámos a Monachil



indo almoçar no Restaurante Huerta del Laurel.


Depois do almoço seguimos para a Serra Nevada




indo depois para Guadix, onde pernoitámos na área de serviço (coordenadas GPS: N 37º 18' 13'' W 03º 08' 01'')


Continua...

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