sexta-feira, 25 de abril de 2025

Viagem à Ruta del Cares e Puy du Fou em Espanha - 2ª Parte

 Viagem à Ruta del Cares e Puy du Fou em Espanha, realizada de 22.03.2025 a 11.04.2025 num total de 3283 quilómetros percorridos.

Continuação

Dia 28.03 - Toledo / Yuncler - 27,1 Km

Ontem tentámos comprar as entradas para o Puy du Fou, pela net para o dia de hoje, mas já não havia para o espectáculo nocturno, então comprámos para domingo, dia 30 e tivemos de adaptar a nossa programação. Assim, saímos de Toledo e fomos até Yuncler, pois era onde havia uma ASA mais próximo (coordenadas GPS: 40.04840, -3.90649) e necessitávamos fazer manutenção à AC pois em Toledo não havia ASA. Esta era uma ASA paga e vedada, com electricidade e casas de banho.



Almoçámos na autocaravana e depois do almoço fomos dar uma pequena volta.



Passámos pela Iglesia de Santa Maria Magdalena, uma igreja simples



e entrámos para ver e passar tempo.


Quase ao lado fica o edifício do Ayuntamiento.


Regressámos à AC e já não saímos.

Dia 29.03 - Yuncler / Argés - 59,5 Km

Saímos da ASA e fomos até ao Embalse del Guajaraz (coordenadas GPS: 40.04223, -4.01822), onde almoçámos.


Depois do almoço fomos dar uma volta





e seguimos para Argés, onde estacionámos no parque de estacionamento (coordenadas GPS: 39.807743, -4.056984).

Depois de estacionar fomos dar uma volta e passámos na Iglesia de San Eugenio Mártir.



Como estava aberta, entrámos para visitar. É uma igreja simples mas com três naves.




Passámos ainda pelo edifício do Ayuntamiento


e regressámos ao parque.

Dia 30.03 - Argés / Puy du Fou / Argés - 21,4 Km 

Finalmente chegou o dia de irmos ao Puy du Fou. Saímos de Argés e fomos para o parque de estacionamento do Puy du Fou (coordenadas GPS: 39.84102, -4.08752). Quando chegámos ainda estava fechado e já havia alguma fila.

Esperámos cerca de dez minutos e entrámos.


Depois de estacionar dirigimo-nos para a entrada do recinto.




Depois de consultar o folheto dos horários dos espectáculos, decidimos ir primeiro assistir ao "Cetreria de Reyes" (Falcoaria dos Reis), que era o que estava mais longe da entrada. Este era um espectáculo que contava a história passada no século X, no acampamento do califa Abderramán III, que depois de perder uma batalha contra os castelhanos se retira para Córdoba e onde podemos apreciar o voo das aves de rapina. Em todos eles vou apenas mostrar um pouco pois tirei dezenas de fotos.





Fomos depois assistir ao "El Tambor de la Libertad"


que nos transporta para Toledo no início do século XIX, em plena invasão napoleónica da Guerra da Independência.






Passámos de seguida para o "De Tal Palo"


A família Gutiérrez esteve presente em grandes acontecimentos históricos ao longo de várias gerações e cada um tem uma história para contar.




A seguir fomos para "A Pluma Y Espada"que é passado no Corral de Comédias em Toledo na Idade do Ouro. Neste não se podia fotografar, pelo que apenas tirei fotos antes do espectáculo começar.



Seguiu-se "Allende la Mar Oceanna" (Além do Mar Oceano).


Estamos em 1492 e vamos acompanhar Cristóvão Colombo a bordo do Santa Maria, que culminará com a descoberta da América pelos europeus. Iniciamos o percurso pelo palácio de Granada, onde passaremos pelos aposentos da rainha


e entramos depois no barco.



O percurso vai sendo através do barco sem nunca nos sentarmos e pelos efeitos especiais criados, vamos cambaleando como se no mar alto estivéssemos.



À saída passaremos sobre um lago.



Daqui seguimos para "El Misterio de Sorbaces"


A cena passa-se numa vila do século VI, no tempo dos reis visigodos e a atração principal são acrobacias equestres, juntamente com efeitos especiais espectaculares. Também aqui não se podia fotografar e mais uma vez apenas tirei antes de o espectáculo começar.



Como entretenimento de rua assistimos ao "Desmayarse" (Desmaio), que acontece nas fachadas da cidade de Villanueva del Corral.



Por fim, fomos assistir ao "El Último Cantar"


que decorre num imponente castelo medieval no século XI e conta a história de Don Rodrigo Diáz de Vivar, o Cid Campeador. Este espectáculo tem a particularidade de decorrer numa sala circular, com o palco em redor e é a plateia que vai rodando, conforme as cenas vão decorrendo nos vários lados do palco. Deixo apenas algumas imagens.





A meio de todos estes espectáculos fomos almoçar num dos vários restaurantes existentes no parque.



No final dos espectáculos diurnos saímos e fomos jantar na autocaravana.


Voltámos depois a entrar para assistir ao espectáculo nocturno "El Sueño de Toledo".




Este é um espectáculo com a duração de 75 minutos e conta a história e as lendas de Toledo e da Espanha ao longo de 1500 anos, desde os reis visigóticos à chegada da ferrovia e muito mais. O tamanho e o cenário do palco são espantosos.


Também neste espectáculo não se podia fotografar, por esse motivo só tenho fotos antes de começar .



As do final do espectáculo com fogo de artifício retirei da página do Puy du Fou na net.



No final regressámos à AC e voltámos para Argés para o parque de estacionamento.

Dia 31.03 - Argés / Burgos - 388,5 Km

Saímos de Argés e fomos até ao Desfiladeiro de Yecla (coordenadas GPS: 41.94973, -3.44267).


Estacionámos no parque


e iniciámos o percurso por um caminho de terra plano.


O Desfiladeiro de Yecla é um desfiladeiro profundo e estreito, cavado nas rochas calcárias pelas água do rio Caucece ao longo de milhões de anos.




É um dos desfiladeiros mais estreitos de Espanha, que em alguns pontos não chega aos 2 metros


e paredes verticais com mais de 100 metros de altura.



Para que fosse possível percorrê-lo foram construídas passarelas suspensas.



É um percurso curto, com aproximadamente 600 metros e ao chegar ao fim, tínhamos uma ponte sobre o rio.


É certo que o trilho continua depois até Santo Domingo de Silos, perfazendo o total de cerca de 3,5 quilómetros, mas o mais importante é este início. Na zona da ponte, parámos para admirar o voo das aves de rapina que por aqui abundam, entre as quais se destaca o grifo.


Voltámos à AC e andámos poucos quilómetros para estacionar logo à entrada de Santo Domingo de Silos (coordenadas GPS: 41.96265, -3.42276).


Passámos pelas Muralhas


e fomos até ao Monasterio de Santo Domingo de Silos, que teve a sua origem no século VII.



Continuámos


e passámos na Iglesia Monástica de San Sebastián, que faz parte do Mosteiro


que como estava aberta entrámos para ver.




Mais à frente passámos pelo Lavadouro Público


ultrapassámos uma das portas da muralha


e fomos logo a seguir até ao final, ou início, do trilho do desfiladeiro.


Voltámos para a AC e seguimos para Lerma, tendo estacionado num parque público gratuito (coordenadas GPS: 42.02454, -3.75210). Seguimos por uma rua até à Plaza Mayor, onde se localiza o Palácio Ducal, construído em 1617 e hoje transformado em hotel.



Seguimos por uma rua


até à Plaza de Santa Clara, onde se situa o Monasterio de la Ascensión de Nuestro Señor, também chamado de Convento de Santa Clara, construído em 1604


ao lado fica a igreja que visitámos.



No topo da praça fica o Miradouro dos Arcos



de onde se tem a melhor vista panorâmica do vale do rio Arlanza.


No centro desta praça encontra-se o túmulo do famoso guerrilheiro da Guerra Peninsular, Jerónimo Merino Cob, mais conhecido como o Cura Merino.


No regresso à autocaravana passámos pela Iglesia Colegiata de San Pedro


e pela Casa Consistorial ou Ayuntamiento.


Já na AC seguimos para Burgos, tendo estacionado e pernoitado na ASA (coordenadas GPS: 42.35535, -3.67399).

Dia 01.04 - Burgos / Arenas de Cabrales - 302,0 Km

Saímos de Burgos sem a visitar e seguimos para Oña. Estacionámos na ASA (coordenadas GPS: 42.72574, -3.41407)


e fomos visitar o Centro Histórico. Atravessámos um pequeno jardim pegado à área


e uma ponte sobre o rio Oca



e fomos dar ao Monasterio de San Salvador, fundado em 1011.


Ao cimo de uma escadaria visitámos a igreja, que agora funciona como igreja paroquial.


Passando o átrio, temos na nave central atrás de grades do século XV, quatro retábulos dos séculos XVII ao XVIII.


Logo a seguir, de um lado o Cristo de Santa Tigridia, de finais do século XII


e do outro, um afresco de Santa Maria Egipcíaca da primeira metade  século XIV, que conta a sua vida.


No Cruzeiro podemos ver um curioso Orgão do século XVIII, com mais de 1100 tubos.


A Capela-Mor


com o seu cadeiral do coro do século XV, em madeira de nogueira


onde se encontra o Altar principal


presidido por um grande Retábulo, do século XVI, em forma de arco do triunfo


coberto por uma extraordinária abóboda.


Passámos de seguida pela Sacristia, construída no século XVI, onde estão guardados diverso objectos litúrgicos



continuámos pela Sala Capitular, onde se encontram os restos do antigo claustro.




Entrámos depois no Claustro que foi remodelado no século XV e é coberto por abóbodas nervuradas






Saindo do Mosteiro, atravessámos a Plaza del Ayuntamiento, onde se localiza a Casa Consistorial ou Ayuntamiento


e fomos visitar a Torre de San Juan, que está encostada à Iglesia de San Juan Bautista, mas com entrada independente.


Foi construída entre os séculos XII e XVI como campanário da igreja, função que desempenhou durante séculos.


A Torre é constituída por quatro pisos onde funciona o Museu da Resina. No primeiro piso mostra-nos as ferramentas e os métodos usados para a extração da resina.



No segundo, os meios de transporte do monte até às resineiras com as devidas explicações.



No terceiro, os usos que eram dados à resina e o último funciona como miradouro de onde se tem uma vista panorâmica da cidade.



Demos depois uma volta



passámos por um Lavadouro Público



e regressámos à ASA, onde almoçámos na AC. Depois do almoço seguimos para Tobera, estacionando num parque à beira da estrada BU-504.


Fomos depois fazer o percurso do Paseo del Molinar, que é circular com 1,5 quilómetros. Atravessámos a estrada e iniciámos o percurso em zona plana.



Logo ao início temos a primeira queda de água.


Passámos pelo Santuário do Santo Cristo de los Remedios, do século XVII



em frente de uma Ponte Romana que atravessa o rio Molinar.


Ao lado havia uma rampa em degraus que levava à Ermita de Santa Maria de la Hoz do século XIII.



Logo de seguida começa a descida com a indicação das cascatas


sempre acompanhando o rio Molinar.



Seguimos pelo caminho, agora mais direito



até ao Miradouro


de onde se tem uma vista sobre a cidade e a cascata ali ao lado



continuámos e chegámos ao fundo


onde fomos ver a última cascata.


Regressámos depois à AC por outro caminho


e seguimos para Frias a poucos quilómetros.


Estacionámos num parque junto ao Castelo (coordenadas GPS: 42.76219, -3.29635)


e fomos a pé por algumas ruas




ver as Casas Colgadas. Como Frias fica no alto de uma colina, eles tiveram de aproveitar da melhor maneira o espaço e construíram casas à beira do precipício, mas que em nada se comparam com as casas suspensas de Cuenca.


Já no regresso passámos pela Ponte Medieval


e seguimos viagem para Arenas de Cabrales, onde estacionámos e pernoitámos num grande parque de estacionamento (coordenadas GPS: 43.30140, -4.81758).



Depois de estacionar ainda fomos dar uma volta ao redor do parque.




Dia 02.04 - Arenas de Cabrales / Poncebos / Arenas de Cabrales - 6,3 Km

Saímos do parque bem cedo e fomos até Poncebos, onde estacionámos junto ao funicular de Bulnes.  


Fomos a seguir iniciar a Ruta del Cares.


A Ruta del Cares é uma rota linear com 12 quilómetros que liga as vilas de Poncebos e Caín de Valdeón nos Picos da Europa. Começámos pela beira da estrada


sempre ao lado do rio Cares.


Passámos um pequeno túnel


onde a estrada deixou de ser alcatroada e passou a ser de macadam.


Mais à frente apareceu a indicação do desvio para o início do trilho


que começou com uma subida estreita e íngreme, com piso irregular e isto durante cerca de 2 quilómetros




onde até algumas cabras se cruzaram.


A subida continuava e o piso não melhorava



valia as vistas deslumbrantes das montanhas que íamos tendo.


Chegámos a umas casas de pedra em ruínas


e finalmente chegámos ao cimo da subida e o caminho começou a ser mais plano


e até com algumas descidas



e lá continuava em redor da montanha


mas as vistas faziam-nos esquecer o cansaço



e íamos tendo as visitas de cabras montesas.



A certa altura o caminho começou a ser escavado na rocha e sem qualquer cerca que protegesse.




De vez em quando passávamos por um canal de água, que foi construído para alimentar a Central Hidroeléctrica de Poncebos.




Nesta zona foi criada uma ponte de madeira para ultrapassar um riacho, que logo à frente se precipitava para o abismo.



Parámos ao lado para reabastecer o estômago.


E ainda só tínhamos andado 4,1 Km.


Chegámos depois a uma série de túneis cavados na rocha




e a paisagem continuava a ser de cortar a respiração.



Chegámos à Pasarela de los Martinez, que é uma ponte em madeira sobre uma armação metálica, construída em 2013, devido à queda de uma grande pedra que impossibilitou a passagem naquela zona



no meio tinha uma grade de ferro para que se pudesse ver para baixo.


Mais à frente voltava a haver túneis, estes mais compridos.




Estávamos a nos aproximar de Caín


e via-se uma queda de água.


Na parte final existem algumas pontes metálicas que atravessam o desfiladeiro




e entrávamos numa série de túneis, alguns deles com água caindo do tecto.





Os túneis vistos de outra prespectiva e o rio.



A seguir, entrámos num túnel totalmente escuro, em que não se via nada e bastante comprido.


Por fim chegámos à represa de Caín



onde havia uma queda de água


e uma ponte sobre o rio que tivemos de atravessar para a outra margem.



Finalmente terminámos esta ruta em que demorámos quatro horas e meia e restava agora o caminho até à vila de Caín



onde para recuperar energias iríamos almoçar no restaurante La Casona de Palmira




em que o almoço foi muito bem servido e o dono era uma pessoa bastante simpática. Depois do almoço esperáva-nos o táxi, que entretanto tínhamos chamado e lá embarcámos de regresso a Poncebos. Mas por infelicidade, mais do motorista (Juan) do que nossa, poucos metros andados verificou que tinha um furo e lá tivemos de sair para ele mudar a roda



após o que seguimos viagem. Chegados a Poncebos, mais de duas horas depois e já na autocaravana, lá regressámos a Las Arenas para uma noite descansada.

Continua...

2 comentários:

Anónimo disse...

Como sempre, uma ótima crónica de viagem. Parabéns 🎊

António Resede disse...

Mais uma bonita crónica de viagem. Parabéns