
Nota 1: Nesta viagem vamos estrear a autocaravana (que passarei a designar por AC) em férias, apesar da estreia própriamente dita, ter sido em Abril numa viagem a Turim (Itália), em visita à nossa filha e genro.Nota 2: Algumas das imagens apresentadas foram retiradas da internet ou são cópias de postais ilustrados.

Nota 4: Com o intuito de não tornar a leitura tão maçadora devido à extensão da narrativa da viagem, vou a partir de agora e sempre que se verifique necessidade, dividir a mesma em duas partes, pensando que desta forma se torne mais fácil segui-la.
P6 para Castelo Branco. Aqui seguimos pelo IP2, passando pela Covilhã e pela Guarda e entrando logo de seguida no IP5 até Celorico da Beira, para voltar a entrar no IP2 e passar por Vila Nova de Foz Côa e Macedo de Cavaleiros. Apanhámos então o IP4 para Bragança, onde virámos para Vinhais, tendo ficado em Gondesende no Camping Cepo Verde, onde chegámos às 19 horas.Com tudo isto, deixámos Bragança por volta das 11.30 e fomos pela EN 103-1 na direcção de Portelo, no Parque Natural de Montezinho. Parámos pelo caminho para almoçar e ver a abertura do Campeonato Mundial de Futebol, que se realizava na Coreia e no Japão. Durante o almoço ainda vimos a primeira parte do jogo França-Senegal.



Voltámos depois a descer a serra e em Portelo passámos a fronteira para Espanha, seguindo pela CL-622 ou Carretera de Portugal, sendo Calabor a primeira localidade espanhola. Todo este percurso é feito em serra e só por isso tem vistas magníficas.
Continuámos na direcção de Sanábria e fomos até ao Lago de Sanábria, onde parámos e ficámos um pouco a descansar. Este lago fica na província de Zamora, comunidade de Castela e Leão e é alimentado pelo rio Tera, sendo o maior lago glaciário da Península Ibérica, com 368.5 hectares. Talvez por ser relativamente perto de Portugal, havia lá inúmeros portugueses a fazer praia e pic-nic numa mata anexa.
Fomos depois pela N-525 até Rionegro del Puente, onde virámos pela ZA-111 até Astorga, indo pela N-120 ficar mais à frente, em Hospital de Orbigo, no Camping Municipal Don Suero, tendo chegado por volta das 19.30 (hora espanhola).3º Dia - Astorga/La Pola de Gordón - 117.3 Km
Saímos às 10.15 e voltámos para trás até Astorga, que é uma das cidades mais antigas da Península Ibérica e fica na província de Léon.




fomos almoçar no Restaurante Las Termas, na Calle Santiago, onde comemos o prato típico da região, que é o famoso "Cocido Maragato". Este prato consta do seguinte: primeiro servem as carnes (pés e orelhas de porco, cordeiro, toucinho, chouriço, morcela, frango e carne de vaca), a seguir servem grão cozido com repolho e verduras e depois vem a sopa, que é feita com o caldo de cozer as
carnes e aletria. Nós à boa maneira portuguesa, quando nos trouxeram a travessa com as carnes, ficámos à espera do acompanhamento, mas o empregado vendo que não comíamos veio ter connosco e explicou-nos que primeiro se comiam as carnes e só depois seria servido o resto. Após esta explicação iniciámos então o almoço e no final, serviram-nos a sobremesa típica "Natilla", que é um doce cremoso feito com ovos, açúcar e leite. Para terminar bebemos café e rematámos com uma "Queimada" que é um bebida alcoólica que eles põem a arder dentro de uma vasilha, durante alguns minutos, para queimar o alcool.



A seguir dirigimo-nos para a Plaza Mayor e desta para a Plaza de Santa Maria del Camiño ou Plaza del Grano, onde se localiza a Igreja de Nossa Senhora del Mercado, românica do séc. XII e reformada no séc. XV.
a Casa de Botines. Este último edifício foi concebido para o negócio dos tecidos no andar inferior e no sótão, sendo os restantes andares para habitação. Hoje é a sede de um banco espanhol. A sua construção foi encomendada a Gaudi, por Carlos Güell, industrial textil catalão, para se tornar a nova sede dos negócios. Construído em 1892 em estilo neo-gótico, foi declarado Monumento Histórico em 1969.



Desta praça, regressámos pela Avenida Suero de Quiñones até às muralhas e fomos para a AC, saindo da cidade e tomando a estrada N-630 para Oviedo, tendo ficado logo à entrada de La Pola de Gordón, no Camping Bosque de Gordón, onde chegámos pelas 20.30.4º Dia - La Pola de Gordón/Avin - 187.8 Km
Chegados a Oviedo, andámos às voltas para estacionar, o que fizemos próximo de uma feira, tipo "Feira da Ladra". Fomos depois até à Plaza Mayor, onde está localizado o Ayuntamiento e a Igreja de San Isidoro, do séc. XVI.



5º Dia - Avin/Ruiloba - 205.3 Km
Saímos do camping às 10.15 e voltámos a Cangas de Onis, onde demos uma volta.
Cangas de Onis é uma cidade localizada no interior das Astúrias e foi a primeira capital das Astúrias, ainda antes da Espanha existir como estado, após a reconquista na Batalha de Covadonga, onde os cristãos da Hispânia venceram os mouros , cerca de 718 e 725.
Passámos junto a uma ponte medieval do séc. XIII.
Fomos depois para Covadonga que fica no Parque Natural dos Picos da Europa, onde visitámos a Gruta da Virgem de Covadonga e depois a Catedral ou Basílica. A Virgem é conhecida popularmente por "La Santiña". Por baixo da gruta pode-se ver uma cascata que se precipita num lago. Do lado direito da cascata, existe uma escada com 101 degraus, que nos leva até ao interior da gruta através de um túnel feito no séc. XX.
No interior encontra-se a imagem da Virgem, de pequenas dimensões, a qual é uma obra do séc. XVIII. À direita da Virgem podemos observar o túmulo do rei Don Pelayo, que venceu a Batalha de Covadonga. Em 1777, um incêndio na gruta fez fundir todo o ouro que lá se encontrava e que veio a cair no lago. Possívelmente foi daí que nasceu a ideia de lançar moedas no mesmo.
A Basílica foi construída entre 1877 e 1901 em estilo neo-românico, em calcário rosa e é constituída por três naves. Junto da Basílica encontra-se um sino com 3 metros de altura e 4000 Kg, construído em 1900 e também uma estátua de bronze de Don Pelayo.
A partir daqui apanhámos uma estrada de montanha muito estreita para os Lagos mas, mal tínhamos começado a subir e já se notava um forte nevoeiro, tendo apenas uns escassos 2 metros de visibilidade à minha frente, o que me fazia circular a pouco mais de 20 Km/h, para conseguir ver a estrada. A M.A. queria voltar para trás, pois já ía com os nervos à flor da pele. A determinada altura da subida, apanhámos uma grande manada de bois que caminhava pachorrentamente pela estrada acima, tendo já atrás de si uma grande fila de carros. À medida que os carros íam conseguindo passar, chegou a vez de ir eu atrás deles e cheguei mesmo a encostar com cuidado a eles para que se afastassem.
Quando chegámos aos Lagos foi uma grande desilusão, pois não se via nada daquilo que deveria ser um panorama bastante agradável. Só sabia que eram os lagos, porque ao atirar pedras ouvia-as a cair em água. Para ajudar à festa também não filmei nada, pois quando em Cangas de Onis me preparava para filmar, verifiquei que não tinha baterias. Almoçámos na zona dos lagos e depois do almoço voltámos para baixo, com a promessa de que teríamos de voltar.
Entrámos novamente na estrada AS-114 para Panes, mas em Mier, a cerca de 10 Km de Panes, a estrada estava cortada por motivo de obras, o que de resto estava até bastante anunciado ao longo de todo o percurso, mas como eu não liguei importância e segui sempre em frente na esperança de poder passar, acabámos por ter de voltar para trás 24 Km, até Robellada, onde virámos para Posada, entrando aí na N-634 até Cabezon de la Sal, onde saímos para Ruiloba e fomos ficar no Camping El Helguero. Chegámos por volta das 20 horas.
6º Dia - Ruiloba/Estella - 300.5 Km
Saímos do camping às 1
1.15 e continuava a cair uma chuva miúda. Regressámos à estrada N634, indo por ela até Vargas, onde virámos para a N623 até Corconte e aqui para a N232, passando por Oña e indo sair a Logroño, entrando depois na N111 para Pamplona que é uma cidade na província de Navarra. Parámos uns 40 Km antes desta cidade, em Estella-Lizarra, tendo ficado no Camping Lizarra, onde chegámos às 18 horas.
Pelo caminho apanhámos nevoeiro, chuva e sol, conforme a zona por onde íamos passando. Atravessámos serras com estradas melhores e outras piores e com subidas acentuadas. Almoçámos em Santa Maria Ribarredonda no Restaurante La Espiga de Oro. Eu comi uma sopa castelhana e cordeiro guisado e a M.A. só comeu o cordeiro.
7º Dia - Estella/Bayonne - 208.5 Km
Este parque abriu em 1991.

8º Dia - Bayonne/Luz Saint Sauveur - 235.8 Km

9º Dia - Luz Saint Sauveur/Ainsa - 145.5 Km

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17.15. Na recepção deste camping, após a inscrição, ofereceram-me uma garrafa de vinho tinto da região, como recordação e promoção do mesmo. Este camping está situado à entrada do Parque Nacional de Ordesa e Monte Perdido.10º Dia - Ainsa/Puyarruego - 111.8 Km




11º Dia - Puyarruego/Argelès - 209.4 Km
cabo de uma hora apenas tínhamos percorrido 18 Km. Acabámos por não parar e seguimos por Fanlo até Sarvisé, onde entrámos na N260 até Broto e daqui, passando por Torla, dirigimo-nos para o Valle de Ordesa onde estacionámos em Pradera, a 1310 metros de altitude.
Pradera é o local de onde partem vários percursos pedestres e tem um grande parque de estacionamento. Seguimos um dos percursos e fomos a pé durante uma hora, até à Cascata del Estrecho que fica a 1480 metros de altitude, tendo para lá chegar de percorrer uma árdua subida por íngremes encostas.


12º Dia - Argelès/Roques Sur Garonne - 251.2 Km
Saímos do camping às 10 horas e dirigimo-nos para Pont d'Espagne, que fica no Parqu
e Nacional dos Pirenéus, o qual é um espaço protegido de 45707 hectares e foi criado em 1967. Entre as espécies animais protegidas, encontra-se a marmota, que é um animal roedor da família dos esquilos, com o qual é parecida mas maior. Aqui, para estacionar tivemos que pagar 4 euros. Este parque de estacionamento, que fica logo à entrada encontra-se a 1465 metros de altitude e logo a seguir apanha-se um teleférico que nos leva um pouco mais acima, onde, andando depois um bocado a pé, apanhamos umas cadeiras que nos levam até Belvedère de Gaube. A M.A. assim que viu as cadeiras disse logo que não ía e que se soubesse que era assim, não tinha ido. Mas lá se conseguiu encher de coragem e acabámos por ir. Quando chegámos lá acima, disse logo que para baixo vinha a pé, apesar de eu ter comprado os bilhetes de ida e volta.
Fomos depois a pé durante 15 minutos, até ao Lac de Gaube, que fica a 1725 metros de altitude e tem origem glaciar. Após umas fotografias à paisagem, viemos para baixo, acabando eu por vir também a pé, para ela não vir sòzinha.
O caminho era péssimo e demorámos 1 hora e 15 minutos até Pont d'Espagne, que fica a 1500 metros de altitude e que é uma ponte, onde vêm cair três cascatas enormes que a partir dali seguem como sendo uma só. É uma obra da natureza muito espectacular.
Fomos depois para a AC e tentei logo ali no parque apanhar a TF1, canal da televisão francesa, pois já tinha começado o jogo Portugal-Polónia para o mundial de 2002 e era transmitido neste canal. Como não consegui sintonizá-lo, encetámos o regresso e parei mais abaixo para tentar novamente, mas sem éxito. Lá continuámos, até que numa zona muito mais abaixo, lá consegui apanhá-lo e aproveitámos para almoçar e ver o jogo que já estava na 2ª parte. Portugal ganhava por 1-0 e logo a seguir marcou o segundo. Acabou ganhando por 4-0, o que nos acalentou a esperança de podermos passar aos oitavos de final.
Depois do jogo seguimos viagem até Tarbes pela N21 e a partir dali pela N117 para Toulouse. A dada altura deste percurso, estavam dois carros parados em sentido contrário e duas senhoras fizeram-me sinal para parar e disseram-me que mais à frente estava uma àrvore caída na estrada e não se podia passar. Agradeci, dei a volta e voltei para trás. Entretanto estava a chegar um carro da polícia, que possívelmente as senhoras haviam chamado. Parámos um pouco à frente para consultar o mapa e nisto, um dos carros que estavam lá parados, parou à nossa frente e um senhor saiu dele e veio ter connosco perguntando se íamos para Toulouse; como eu lhe respondi que sim, disse-nos para o seguirmos que ele ía por umas estradas secundárias e íamos entrar novamente na N117 lá mais à frente. Assim fizemos e ainda andámos uma série de quilómetros atrás dele, até que numa rotunda ele parou e veio ter connosco indicando por onde devíamos seguir, pois ele a partir dali seguia por outro caminho. Depois de lhe termos agradecido (são mesmo uma simpatia estes franceses), seguimos a indicação e logo a seguir entrámos na N117.
Continuámos a viagem e um pouco antes de Toulouse, parámos em Roques Sur Garonne, onde ficámos no Camping Municipal, tendo chegado às 20.50.
13º Dia - Roques Sur Garonne/Vers - 237.7 Km
Saímos do camping às 09.15 e fomos até Toulouse, onde no fim de dar uma volta estacionámos e fomos a pé visitar o centro da cidade. Toulouse é a quarta maior cidade de França e é banhada pelo rio Garonne. É apelidada de "Cidade Rosa", motivada pela côr do principal material de construção tradicional local.
Dirigimo-nos para a Catedral de Saint-Étienne, que é uma edificação da qual se desconhecem as origens, sendo os primeiros dados de 1071 quando o bispo Isarn ordenou a reconstrução do edifício que se encontrava em ruínas. A Catedral é a única igreja em Toulouse que conservou os seus vitrais originais, sendo os mais antigos do séc. XIV.
Daqui fomos até ao Musée des Augustins, instalado num velho convento e depois até ao Capitole, um edifício do séc. XVIII, que fica na Place du Capitole e que é o equivalente à nossa câmara municipal.
Fomos a seguir pela Rue du Taur, onde se encontra a Igreja Notre Dame du Taur (Nossa Senhora do Touro) que se encontrava fechada, até à Basílica de Saint-Sernin que também já estava fechada.
Voltámos então para a Place du Capitole e fomos almoçar na Brasserie Les Arcades. Após o almoço fomos ao "Turismo", que fica nas traseiras do Capitole, onde adquirimos o mapa da cidade.
Já com este nas mãos, fomos à Place Wilson e voltámos à Basílica Saint-Sernin, que já estava aberta e a qual visitámos. A construção desta Basílica românica começou cerca do ano de 1080, para albergar os peregrinos do Caminho de Santiago.

Regressámos novamente à Place du Capitole, passando pela Igreja Notre Dame du Taur, que também visitámos. Esta igreja foi construída no séc. XIV, no lugar onde o bispo mártir de Toulouse, São Sernin, foi arrastado até à morte amarrado pelos pés a um touro, no ano 257.
Depois de visitar a igreja seguimos para o Ensemble Conventuel des Jacobins, que é um conjunto composto por uma igreja, um campanário, um convento e um refeitório, construído pelos dominicanos a partir de 1230. A igreja é considerada como a mais bela igreja dominicana da Europa. As suas dimensões são impressionantes: 80 metros de comprimento, 20 metros de largura, colunas de 22 metros de altura (certamente as mais elevadas da arquitectura gótica). O refeitório é uma vasta sala com 17 metros de altura. É um dos maiores refeitórios monásticos da época medieval. Acolhe hoje numerosas exposições temporárias.
Fomos depois direito à Pont Saint-Pierre que atravessámos e passámos pelo Hospital de la Grave, tomando o caminho da Pont Neuf que também atravessámos, novamente para o lado de cá do rio Garonne. Esta ponte começou a ser construída em 1544 (fundações). É uma ponte de pedra e o primeiro arco, dos sete que a constituem com aproximadamente 30 metros cada um, foi começado em 1614. A sua construção terminou em 1632, sendo inaugurada em 19 de Outubro de 1659.
Fomos depois à beira deste rio até à Pont Saint-Michel, indo a seguir para Allées Jules Guesde, local onde tínhamos estacionado a AC.
Ao tentar sair de Toulouse tivemos alguma dificuldade em dar com a saída para a N20 para Cahors. Quando finalmente acertámos, fomos até Cahors e daqui pretendíamos ir às Grutas de Pech-Merle, mas por má indicação no mapa e também por falta de informação na estrada, não dávamos com o caminho até que resolvi perguntar numas bombas de gasolina. Depois da informação recebida, dirigimo-nos para lá, tendo verificado que ainda ficavam a trinta e tal quilómetros.
Neste percurso, a certa altura caiu-nos uma pedra em cima da AC, vinda das montanhas, fazendo um grande barulho e conforme verificámos depois, provocando uma amolgadela mesmo por cima do pára-brisas. Um pouco mais abaixo e teria partido este.
Quando chegámos às grutas, estas já se encontravam fechadas e voltámos então para baixo a fim de procurar um camping. Aquele que encontrámos mais próximo foi em Vers a 20 Km das grutas e era o Camping Municipal l'Arquette, onde chegámos às 21 horas.
14º Dia - Vers/Rocamadour - 195.8 Km
Saímos do camping às 11 horas e dirigimo-nos para as Grutas de Pech-Merle, que ficam em Cabrerets e que foram descobertas em 4 de Setembro de 1922, por André David e Henri Dutertre, dois jovens de 15 e 16 anos. São umas grutas pré-históricas, únicas na Europa, compostas por sete salas ao longo de 1200 metros de percurso, que nos oferecem uma amostra completa de formações geológicas naturais, entre as quais se sucedem pinturas e gravações pré-históricas com mais de 20000 anos.
Depois do almoço viemos para baixo e fomos visitar o Museu de Plein Air du Quercy, que ficava a 5 Km, em Cuzals. Este museu foi criado em 1982 e é formado por um velho castelo adaptado e 50 hectares em pleno ar livre, onde são mostradas as quintas da idade-média e do séc. XIX, as suas culturas e os seus animais, os trabalhos agrícolas, os velhos mestres artesãos, a doçaria tradicional, enfim... a vida rural de outros tempos.


15º Dia - Rocamadour (arredores) - 50.8 Km
Saímos do camping às 10.20 e dirigimo-nos para as Gouffre de Padirac, que são umas grutas descobertas em 1889 pelo espeleólogo Édouard Martel, que explorou 2400 metros acompanhado de Louis Armand, Emile Foulquier e Gabriel Gaupillat. As primeiras visitas tiveram lugar em 1898, mas a inauguração oficial só ocorreu em 10 de Abril de 1899. As diversas expedições espeleológicas, permitiram descobrir aproximadamente 41 Km de subterrâneos, mas sómente são visitados 2000 metros. Em 1939 o percurso da visita foi alargado 300 metros e permite ao visitante voltar ao lago, passando por uma cornija situada 47 metros acima do nivel do rio. A temperatura ambiente no interior é de 13º C. A entrada para esta gruta faz-se através de um grande buraco (como sendo um poço) com 35 metros de diâmetro, que é o resultado de um desabamento de uma parte do tecto de uma gigantesca caverna. Para descer a este poço, que tem 75 metros de profundidade, utilizamos um elevador e no final deste, continuamos a descer por umas escadas até aos 103 metros, onde se encontra o rio subterrâneo (Lac de la Pluie), que tem 500 metros de comprimento. A partir daqui a visita é feita com um guia e tem a duração de cerca de uma hora e meia. A travessia do rio é feita de barco e no fim deste continuamos a pé para admirar as grandes galerias e depois de subir algumas escadas, encontramo-nos no "Grand Dôme", que é uma sala enorme com 84 metros de altura, cuja descoberta ocorreu em 1890. Chegámos aqui, depois de termos passado pelo Lago Superior e por uma barragem natural. A visita termina na última cascata. No regresso, voltamos a entrar no barco para atravessar o rio e logo após o embarque, é-nos tirada uma fotografia que é vendida à saída. Estas grutas, não tenho palavras para as descrever, pois são simplesmente admiráveis.
Depois do jogo fomos ver as Grutas Lacave, que se encontram a 15 Km de Rocamadour e foram descobertas em 1902, por Armand Viré, que desceu ao fundo de um poço e descobre mais de 500 metros de galerias. Estão abertas ao público desde 1905. À chegada, somos levados para o interior da gruta por um comboio eléctrico, através de um túnel que tem 450 metros e sobe 50 metros em relação à entrada. Depois de sairmos do comboio, andamos mais um pouco a pé até um elevador, que nos transporta mais 15 metros para um piso superior. A partir daqui a visita é feita com um guia ao longo de 1600 metros. Percorremos então uma série de corredores e encontramo-nos na "Sala das Maravilhas", com 2000 m2. Também existem lagos subterrâneos e graças a uma iluminação cuidada, podem admirar-se diversos reflexos na água, a qual se comporta como se de um espelho se tratasse. Regressámos à entrada, ou à saída, novamente através do comboio.
Depois de jantar fomos dar uma volta a pé pela estrada e um pouco mais à frente, existe um miradouro, donde se obtém uma vista maravilhosa sobre a cidade, que à noite é surpreendente.
No fim, voltámos para o camping.16º Dia - Rocamadour - 0 Km
amping e fomos a pé pela estrada até ao Castelo, onde entrámos, mas do qual só pudemos visitar as muralhas, das quais se tem uma magnífica vista sobre a cidade. Este castelo foi construído no séc. XIV, destinado a proteger o Santuário. Para se ter uma ideia de como é esta localidade que se encontra instalada numa colina, há um ditado popular que diz: "As casas sobre o riacho, as igrejas sobre as casas, os rochedos sobre as igrejas e o castelo sobre os rochedos". Realmente, presenciada à distância, é tal e qual como o ditado diz.

Depois de termos dado uma volta e ter adquirido as habituais recordações, regressámos ao camping pela Via Sagrada, que é um caminho sempre a subir e com uma forte inclinação.Continua próximamente














1 comentário:
Excelente relato...ainda bem que estas memórias sairam do segredo do computador e saltaram para a net. Fico a espera da continuaçao desse ano e de outros...
Pergunta o autor: estava a chover! e que interessa isso aos leitores? pois interessa muito tomar conhecimento das experiemcias de viagens de outros companheiros! de saber de itinerarios, preços, restaurantes, medias de consumo,medias de kilometragem por dia, se faz sol ou calor, frio, ou cai chuva....e ate de dissabores, avarias e dificuldades...quando algum de nos quiser repetir estas experiencias ja tem um guião do que pode encontrar, e assim melhor preparado irá...
grato também pelos comentarios sobre a M.A....as reacções de receio em alturas de montanha não são um exclusivo, garanto eu.
Bem haja pois João Morgado e M.A.
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